A Associação Nacional dos Auditores- -Fiscais da Receita Federal (Anfip) se prepara para lançar, em maio (2015), o seu anuário de análise da Previdência, com dados relativos a 2013, um dos principais indicadores dos números da área de seguridade social. Mais uma vez, os estudos da associação irão indicar superávit nas contas da seguridade – que deverá atingir pouco mais de 80 bilhões de reais –, o que vem sendo registrado desde 2001. E, também mais uma vez, grande parte da mídia insistirá em destacar o “enorme rombo” no sistema pre- videnciário. “Com exceção de 2009, quando estávamos no auge da crise, o superávit tem ficado anualmente acima dos 50 bilhões de reais. Mas mesmo o Ministério da Previdência fica repetindo, a todo momento, que há déficit. Isso é uma grande mentira”, diz o vice-presidente de assun- tos fiscais da Anfip, Vanderley José Maçaneiro. Em 2009 o superávit foi de 32,88 bilhões de reais.
Para entender a diferença de conceitos, quem fala em déficit da Previdência pega apenas os números da arrecadação do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e as despesas com benefícios, esquecendo que a Previdência faz parte do sistema de seguridade social, junto com saúde e assistência social, para o qual existem impostos e taxas arrecadados para seu financiamento, como a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), entre outros. E esse sistema é superavitário, como mostra a Anfip. Mas a turma que vive martelando o déficit não leva em conta essas outras fontes de recursos.
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