sábado, 16 de maio de 2015

Dilma e espiões cubanos: relação perigosa. Ou: por que nossa "oposição" não desce do muro?


Alguns podem considerar os alertas feitos por Olavo de Carvalho exagerados ou mesmo conspiratórios demais. Faz parte do debate livre. Mas uma coisa não se pode negar: as relações dos petistas com a ditadura cubana sempre foram e são muito suspeitas, e basta isso para derrubar de uma vez todo o discurso de partido democrático que alguns tentam colar no PT. O fato de a nossa “oposição” não explorar mais isso também é muito suspeito (mais à frente).

O livro sobre Pepe Mujica despertou bastante atenção por conta da declaração do ex-presidente uruguaio sobre o conhecimento de Lula acerca do mensalão, mas uma passagem ainda mais sinistra passou despercebida. Ou quase: VEJA deu destaque a ela. Em reportagem de Leonardo Coutinho na edição desta semana, consta o relato feito por Mujica de como e por que mudou seu voto em relação ao Paraguai no Mercosul.

Em operação ultra-secreta, que não poderia ser dita por telefone ou email, liderada por Marco Aurélio Garcia, o governo brasileiro fez com que Mujica tivesse acesso a informações obtidas por espiões cubanos sobre o “golpe” contra Lugo no Paraguai. Mujica afirma que Dilma usou essas informações para convencê-lo a apoiar a suspensão do Paraguai do Mercosul, para punir os parlamentares que representavam um obstáculo à aprovação da Venezuela no bloco – lembrando que o país de Chávez não atendia à cláusula de democracia. Diz a reportagem:


Boas perguntas. Essa simbiose entre governo brasileiro sob o PT e regime cubano é para lá de nefasta: é indecente, antidemocrática, ultrajante. Mas igualmente ultrajante é o ensurdecedor silêncio que nossa “oposição” faz diante dela. O PSDB nunca foi capaz de explorar politicamente essas ligações perigosas do PT, nunca conseguiu condená-las de forma enfática, esfregando na cara de seus “opositores” seu claro viés ditatorial. Por quê?
Essa postura pusilânime dos tucanos só desperta mais suspeitas. É covardia mesmo? Talvez o PSDB nunca tenha rejeitado de fato os fins socialistas do PT, apenas seus métodos. Talvez não consigam atacar com mais vigor a parceria absurda com a ditadura cubana pois não a julguem tão problemática assim. Com raras e honrosas exceções, os tucanos decepcionam muito quando deixam de lado a principal arma para combater o petismo: sua face antidemocrática escancarada.

Em artigo também na VEJA desta semana, J.R. Guzzo fala dessa eterna postura “em cima do muro” do PSDB, o partido do “depende”. A falta de convicções e princípios do PSDB o afasta da população brasileira, carente de uma verdadeira oposição ao lulopetismo, ansiosa por uma alternativa de direita (conservadora e/ou liberal, e democrática). Conclui Guzzo:

Para desolação dos brasileiros decentes, temos um governo que flerta abertamente com a mais assassina e antiga ditadura do continente, e uma “oposição” que sequer é capaz de explorar politicamente esse fato assustador. Temos espiões cubanos infiltrados em nosso estado, e fica por isso mesmo. O mais importante é condenar os “paranóicos da direita”, em vez de reagir aos comunistas que estão no poder!





Por Rodrigo Constantino

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