O livro sobre Pepe Mujica despertou bastante atenção por conta da declaração do ex-presidente uruguaio sobre o conhecimento de Lula acerca do mensalão, mas uma passagem ainda mais sinistra passou despercebida. Ou quase: VEJA deu destaque a ela. Em reportagem de Leonardo Coutinho na edição desta semana, consta o relato feito por Mujica de como e por que mudou seu voto em relação ao Paraguai no Mercosul.
Em operação ultra-secreta, que não poderia ser dita por telefone ou email, liderada por Marco Aurélio Garcia, o governo brasileiro fez com que Mujica tivesse acesso a informações obtidas por espiões cubanos sobre o “golpe” contra Lugo no Paraguai. Mujica afirma que Dilma usou essas informações para convencê-lo a apoiar a suspensão do Paraguai do Mercosul, para punir os parlamentares que representavam um obstáculo à aprovação da Venezuela no bloco – lembrando que o país de Chávez não atendia à cláusula de democracia. Diz a reportagem:
Essa postura pusilânime dos tucanos só desperta mais suspeitas. É covardia mesmo? Talvez o PSDB nunca tenha rejeitado de fato os fins socialistas do PT, apenas seus métodos. Talvez não consigam atacar com mais vigor a parceria absurda com a ditadura cubana pois não a julguem tão problemática assim. Com raras e honrosas exceções, os tucanos decepcionam muito quando deixam de lado a principal arma para combater o petismo: sua face antidemocrática escancarada.
Em artigo também na VEJA desta semana, J.R. Guzzo fala dessa eterna postura “em cima do muro” do PSDB, o partido do “depende”. A falta de convicções e princípios do PSDB o afasta da população brasileira, carente de uma verdadeira oposição ao lulopetismo, ansiosa por uma alternativa de direita (conservadora e/ou liberal, e democrática). Conclui Guzzo:
Para desolação dos brasileiros decentes, temos um governo que flerta abertamente com a mais assassina e antiga ditadura do continente, e uma “oposição” que sequer é capaz de explorar politicamente esse fato assustador. Temos espiões cubanos infiltrados em nosso estado, e fica por isso mesmo. O mais importante é condenar os “paranóicos da direita”, em vez de reagir aos comunistas que estão no poder!
Por Rodrigo Constantino
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