sábado, 2 de maio de 2015

Lula volta a desafiar "elite", se lança candidato à presidência e ataca quem faz fogo amigo contra Dilma


Em tom irônico e debochado, sua especialidade como eterno sindicalista de resultados, Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu ontem que se ofereça dinheiro para empresários que citarem o seu nome em denúncias de corrupção: "Todo dia eu vejo insinuações. Lá na Operação Lava-Jato tão esperando que alguém cite o nome do Lula. Ah, porque o objetivo é pegar Lula. Cada um que olhe para o seu rabo. Se alguém acha que cheguei até onde cheguei, que fez o que eu fiz neste país, que vou baixar o rabo e minha crista por conta de insinuação. Eu estou quietinho no meu lugar. Não me chame para briga porque eu sou bom de briga". 

A nova declaração de guerra de Lula foi a previsível reação emocional à investigação contra ele que foi aberta pelo Núcleo de Combate à Corrupção da Procuradoria da República no Distrito Federal. A procuradora federal Mirela Aguiar abriu um "procedimento preliminar" para constatar se houve ou não tráfico de influência em financiamentos do BNDES para obras do grupo Odebrecht em países estrangeiros - informações que o desgoverno brasileiro insiste, criminosamente, em classificar como "secretas".

Lula também partiu da defesa ao ataque, outra especialidade dele, antecipando a sucessão presidencial de 2018, com uma mentirinha dissimulatória (para variar) sobre seus reais objetivos políticos: "Não tenho intenção de ser candidato a nada, mas eu tenho vontade de brigar. Está aceita a provocação. Aos meu detratores, vou começar a percorrer o país outra vez. Vou conversar com o povo brasileiro. Vou desafiar aqueles que não se conformam com o resultado da democracia. Aqueles que desde a vitória da Dilma estão pregando a queda dela".

Em sua ofensiva, Lula detonou algumas verdades que devem ter doído na consciência de alguns adversários oportunistas, sobretudo na mídia amestrada, que fazem com o PT um jogo de morde e assopra. Lula praguejou: “Não tem um representante da elite brasileira que não tenha recebido favor do Estado. Conheci muitos meios de comunicação falidos e ajudei porque acho que tem que ajudar. Aí vem essas revistas brasileiras que são um lixo. Não valem nada. Peguem todos os jornalistas da Veja e da Época e enfiem um dentro do outro que não dá 10% da minha honestidade".

Tirando a base nada científica deste polêmico cálculo de honestidade, que só a cara de pau do chefão $talinácio consegue produzir, Lula repetiu o mesmo discurso nazicomunopetralha de "ataque à elite" (todos que Lula considera inimigos são classificados nesta categoria). Lula insistiu no falso e cínico discurso de luta de classes, pobre (ele) x ricos (os outros que o atacam): "Sou um homem que eu sei de onde vim, sei onde estou e sei para onde eu vou. O que me assusta profundamente é o medo que a elite brasileira tem que eu volte à Presidência da República. É um medo inexplicável porque nunca eles ganharam tanto dinheiro na vida como no meu governo, nem empresários, nem banqueiros e os trabalhadores também. Eles deveriam agradecer a Deus, todo dia acender uma vela, pela a minha passagem e da Dilma pelo governo, mas não eles são masoquistas. Gostam de sofrer".

O grande líder $talinácio, um mito em evidente decadência, mas ainda com inúmeros seguidores fanáticos, ainda aproveitou o 1o de Maio da CUT (central sindical aparelhada pelo PT) para dar uma enquadrada nos companheiros que fazem "fogo amigo" contra a Presidenta Dilma Rousseff. Lula puxou a orelha deles: "Queria pedir a vocês que muitas vezes ficam nervosos com a Dilma, que ficam irritados, que a gente tem que ter paciência como a mãe da gente. Porque ela foi eleita para governar quatro anos. Temos que ver o resultado final. Na hora que ela está com dificuldade, em vez de só criticar, é melhor a gente dar mão e dizer: companheira, você é nossa. Vamos fazer a crítica que tiver que fazer, mas o povo tem que saber, sobretudo os adversários, que mexeu com a Dilma, mexeu com muita gente neste país e mexeu com a classe trabalhadora".





Por Jorge Serrão

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