quinta-feira, 21 de maio de 2015

Materialismo socialista: a ganância dos "abnegados igualitários"

                             O nababo do Caribe e o milionário metalurgico

Relendo meu livro Estrela Cadente, de 2005, noto que a semente de Esquerda Caviar já estava lá, pronta para florescer. O capítulo abaixo fala do materialismo dos socialistas, aqueles que “odeiam” a ganância do capital, desde que possam acumular muito capital enquanto destilam tanto “ódio”:

Pelo excesso de repetição da mentira, como ensinava o “marqueteiro” de Hitler, Goebbels, ela acaba se tornando uma “verdade”. Um dos exemplos mais claros disso é a imagem de que os capitalistas são materialistas, enquanto os socialistas não. Além disso, ficou gravado no inconsciente dos leigos que os capitalistas são ricos lutando para preservar tal status-quo, enquanto socialistas são humildes trabalhadores lutando pela “justiça social”. Uma completa inversão!

A esquerda sempre espalhou o mito de que seus expoentes são operários de salário mínimo, bóias-frias, pobres trabalhadores explorados pelos capitalistas. Totalmente falso. Como Roberto Campos dizia, “nossas esquerdas não gostam dos pobres; gostam mesmo é dos funcionários públicos”. Ele explicava que “são estes que, gozando de estabilidade, fazem greves, votam no Lula, pagam contribuição para a CUT”. Vamos analisar rapidamente a vida de alguns conhecidos defensores da esquerda.

Karl Marx, o “patriarca” da esquerda, casou-se com uma aristocrata alemã, Jenny von Westphalen, descendente da alta aristocracia da Escócia e filha de um nobre. O próprio Marx pouco trabalhou, vivendo às custas das mesadas de seu companheiro de idéias, Friedrich Engels, que era filho de um grande burguês. Marx não tinha nada de proletário, e poucas vezes na vida esteve em uma fábrica.

Lênin, um dos mentores do golpe bolchevista, que trucidou em 4 meses mais vidas do que o Czar em décadas, era filho de pais abastados. Mao Tse-Tung, o líder comunista da China, que matou milhões diretamente ou indiretamente, através da fome, era filho de um rico agricultor. O pai de Fidel Castro era um latifundiário que possuía oitocentos hectares de terras e arrendava outros dez mil. A respeitada revista “Forbes” estima, através de dados embasados e não contestados, que a fortuna de Fidel passa de meio bilhão de dólares, o que não é nada improvável, considerando que a União Soviética enviava mais de 5 bilhões de dólares por ano para a ilha. O ditador encabeça pela segunda vez consecutiva a lista dos “homens mais ricos do mundo”. Ele teria pelo menos 36 mansões, se locomove em comboios de Merdedez-Benz, e vendeu recentemente aos franceses a fábrica de rum Havana Club, embolsando na operação cerca de 50 milhões de dólares. Enquanto isso, seu “sonho” socialista faz com que professores ganhem, em média, 8 dólares por mês, sendo ainda obrigados a ensinar como o socialismo é bom.

O socialista chileno Salvador Allende era filho de advogado, neto de médico e morou sempre nos melhores bairros de Santiago. Gostava de bons vinhos e coleções de obras de arte. Dizem que tinha mais de 200 gravatas, e numerosa coleção de finos ternos. Seu governo acabou destruindo as chances de alguém de classe baixa chegar ao mesmo patamar, já que a inflação disparou para mais de 500%, a produção desabou e o desemprego explodiu.

O líder do Partido Comunista italiano, Enrico Berlinguer, já falecido, descendia de marqueses catalães, e seu nome figurava no “Livro de Ouro da Nobreza Européia”. Costumava passar as férias na Sardenha, velejando com seu barco. Ele e o irmão chegaram a ser donos de uma ilha particular, de 100 hectares. François Mitterrand, o socialista francês que declarou guerra ao capitalismo liberal, adotando um dirigismo estatal que gerou inflação e aumento do desemprego, possuía uma residência em Paris, uma casa na praia, dois pequenos terrenos no campo, além da conta bancária. Sua política la relance, como ficou conhecida, foi responsável pela contratação de mais de cem mil funcionários públicos, causando enorme prejuízo aos cofres do governo.

Jean-Paul Sartre vivia no conforto da França, com bastante dinheiro no bolso, enquanto defendia a máquina assassina do Estado soviético, assim como admirava Mao, um dos maiores genocidas da história. Enquanto Sartre elucubrava sobre as maravilhas do regime, durante suas fartas refeições, milhões morriam de fome por causa do “grande salto” lançado pelo comunista, que foi na verdade um salto do precipício. Gabriel Garcia Márquez, amigo de Fidel, admitiu em entrevista que sua obra lhe proporcionava entre 350 e 400 mil dólares anuais. O escritor Saramago apoiou durante anos o socialismo cubano, que escravizou a população e trouxe miséria generalizada, com a exceção apenas de Fidel e seus amigos. “Rompeu” com Fidel após o assassinato de mais três intelectuais, como se os milhares no currículo do ditador não tivessem importância ou fossem justificáveis pelo fim maior da revolução. Saramago ganhou o prêmio Nobel de literatura, e juntou uma boa fortuna com a venda de seus livros. Não tive notícias desse dinheiro sendo doado para a maior “igualdade social”.

Atravessando o oceano e vindo parar em nossas terras tupiniquins, Marta Suplicy, mesmo antes de ingressar na vida pública, não fazia compras em supermercados “nem morta”. No final de 2002, estava se preparando para mudar-se com o namorado argentino para a casa ocupada pelo ex-marido, Eduardo Suplicy, avaliada em R$ 2,5 milhões. Leonel Brizola tinha um patrimônio avaliado em dois milhões de dólares já em 1986, representado principalmente por duas fazendas no Uruguai, com mais de 3 mil hectares, onde ele criava umas sete mil ovelhas. Fora isso, ele recebia três aposentadorias de funcionário público, somando mais de R$ 12 mil mensais. Seu cunhado, o ex-presidente João Goulart, mais conhecido como Jango, era proprietário de 15 mil hectares de terra em São Borja, assim como um rebanho de 65 mil animais.

Muitos artistas, escritores, arquitetos e até religiosos brasileiros famosos defendem o ditador Fidel Castro, cujo paredon já ceifou a vida de milhares de inocentes. Tais artistas não são nada pobres. O curioso é que se o mundo fosse socialista, como gostariam no discurso, com certeza seriam apenas mais alguns miseráveis, como todos em Cuba. Não são os cubanos que compram seus livros. E se eles realmente morassem na ilha-presídio, sequer poderiam ter escrito músicas contra a ditadura, ou artigos condenando o governo. Estariam presos e pobres, se tivessem sorte de permanecerem vivos. Mas não cansam de defender o socialismo, ou o “altruísmo” através do Estado, sem mexerem em suas contas bancárias. Pregar o altruísmo com o dinheiro dos outros fica fácil. Já Bill Gates, o “capitalista ganancioso”, contribuiu com 3 bilhões de dólares seus para a filantropia. A hipocrisia dos socialistas impressiona.

O próprio Fórum Social Mundial conta com um financiamento milionário para propagar que “um novo mundo é possível”, mundo este com Fidel Castro e sem Coca-Cola, mas com jatos da Boeing americana para poder transportar milhares de pessoas do mundo todo para o evento de mega infraestrutura. Ali pregam a liberdade, mas todos que pensam de forma diferente estão terminantemente vetados dos debates. O último FSM realizado em Porto Alegre custou cerca de R$ 18 milhões, e enquanto o refrigerante “símbolo” do capitalismo não era permitido, o comércio de camisetas de Che Guevara era um sucesso! Vender bens objetivando o lucro é aceitável, contanto que sejam os bens ligados à “esquerda”. Por outro lado, o Fórum da Liberdade, organizado por liberais, conta com organização bem mais humilde, destaque infinitamente menor na mídia, financiamento escasso e ainda permite a presença dos expoentes da esquerda no evento. Mas ricos são os liberais, não os socialistas!

Os exemplos seriam infindáveis. A retórica socialista, repleta de romantismo utópico e contradições lógicas, acaba garantindo a imagem de nobre homem preocupado com o “social” e com as desigualdades materiais, embora o socialismo não seja visto como materialista. E a pregação ideológica do socialismo acaba ajudando bastante nas vendas de livros, músicas e filmes, deixando os artistas bem ricos. Claro que esses ricos socialistas nunca teriam tal riqueza se dependessem das nações socialistas, sempre miseráveis. Por isso Roberto Campos, acertadamente, disse: “É divertidíssima a esquizofrenia de nossos artistas e intelectuais de esquerda; admiram o socialismo de Fidel Castro, mas adoram também três coisas que só o capitalismo sabe dar – bons cachês em moeda forte, ausência de censura e consumismo burguês”. Conclui Campos: “Trata-se de filhos de Marx numa transa adúltera com a Coca-Cola…”.

Os próprios socialistas deixam transparecer tamanho materialismo. José Genuíno, ex-guerrilheiro maoísta e atual presidente do PT, escreve com todas as letras no artigo “A Esquerda e as Reformas”, que “ser de esquerda implica lutar por uma sociedade materialmente mais eqüitativa”. O sonho dos socialistas é uma coméia, onde temos todos os “homens” iguais, controlados pela cúpula do poder, claro. Não importa que indivíduos tenham interesses e preferências distintas. Não importa que uns tenham se esforçado mais, outros tenham tido mais sorte. Não importa que um prefira substituir no presente lazer por trabalho, pensando no futuro. Não importa que uns sejam mais capazes. O mundo da utopia desenha seres-humanos como cupins, todos iguais, com a mesma conta bancária independente da meritocracia.

Na verdade, nem todos iguais. Como George Orwell brilhantemente retratou em “A Revolução dos Bichos”, uns sempre serão mais iguais que os outros. Assim, porcos e humanos se confundem, enquanto os burros trabalham como escravos! Quando Utopus, fundador da Utopia no livro de Thomas Morus, acordou desse sonho “igualitário”, a realidade que ele deparou-se era a União Soviética, com seus Gulags mantendo cerca de três milhões de escravos. Tudo em nome da máxima socialista de “cada um contribuir com o que pode e cada um retirar o que precisa”. Com o tempo, ninguém mais “pode” contribuir voluntariamente, e todos “necessitam” de um monte de coisas. Há uma desconfiança generalizada, uma revolta de uns com os outros, já que até o nascimento de um novo filho representará mais trabalho forçado para os demais. Somente a coerção estatal, transformando homens em escravos, consegue manter alguma produção.

A liberdade é muito mais importante que a conta bancária. Os socialistas fingem que não entendem isso. O caráter moral de uma sociedade livre não tem preço. E quando defendem que temos que tirar do rico para dar aos pobres, independente da meritocracia e da liberdade deles, estamos diante de um ato imoral. A “necessidade” não é uma justificativa para roubo. Em nome da “justiça social”, a esquerda adota conceitos abstratos e subjetivos que permitem, na verdade, atitudes totalmente injustas e imorais. Ora, alguém defenderia o direito de um feioso estuprar uma linda donzela somente porque ele “necessita” de sexo e não tem como obtê-lo livremente? Se fosse viável, alguém chamaria de justiça extorquir inteligência de um Einstein para permitir maior “igualdade”? Aristóteles, em seu livro “Política”, pergunta: “Se, por serem superiores em número, aprouver aos pobres dividir os bens dos ricos, não será isso uma injustiça?”. Claro que sim, mas os demagogos exploram a inveja das massas, incitando os mais humildes à violência contra os mais abastados, como se tomar-lhes as posses à força fosse “justiça”. Isso explica a complacência do PT com o MST, por exemplo.

Está claro que os socialistas idealizam, na verdade, a inveja, um sentimento mesquinho. Os homens sempre serão diferentes, e mais importante que a “igualdade” material, é a moralidade de seus atos. Muitos pobres honestos entendem isso, e repudiam o socialismo. Entendem que “cidadania” não é um conceito vago e subjetivo, mas sim o bem objetivo conceito de liberdade individual, incompatível com um Estado grande e interventor. Claro que a miséria alheia desperta revolta. Entretanto, para melhorar a situação dos miseráveis, o caminho não é tornar pobres os ricos, resultado inevitável do socialismo. A riqueza não é estática, precisando apenas ser melhor dividida, mas sim dinâmica, fruto dos esforços individuais. Os pobres podem melhorar de vida junto aos ricos, e de fato, são inúmeros exemplos de maior conforto material para todos por conta das inovações individuais. As elites acabam servindo como cobaias de novos produtos que serão testados, hoje vistos como um luxo, para amanhã serem massificados. Por esta razão, os pobres dos países capitalistas possuem luz elétrica, refrigeradores, microondas, automóveis decentes, computador, ar condicionado e uma infinidade de outros produtos antes vistos como luxo da elite. Nas nações socialistas são todos miseráveis, tirando os governantes.

A concentração de riqueza incomoda também. Mas novamente, precisamos antes questionar se a qualidade de vida, em termos absolutos, melhorou para os pobres com o advento do capitalismo. A resposta é óbvia! Basta pesquisar como viviam nossos antepassados. Além disso, temos que ter em mente que serão sempre pequenas minorias com destaque em certos campos. Quantos Newton ou Einstein existiram? Quantos músicos foram como Mozart ou Bethoven? Quantas mulheres são bonitas como a Gisele Bündchen? Portanto, da mesma forma, poucos serão ricos como Bill Gates. E contanto que sua fortuna tenha sido construída de forma honesta, através das trocas voluntárias com os consumidores, há que se respeitar esse resultado. Tirar dinheiro de Bill Gates e distribuir para os pobres não reduz a miséria, apenas cria mais um miserável. Mas os socialistas não respeitam isso, e olham o mundo através de uma lente marxista de “luta de classes”, com um viés totalmente materialista. Acabam defendendo um modelo que não passa da escravidão imoral.

Creio que o melhor exemplo prático para o abismo entre discurso nobre e resultado está em Hitler. Observando alguns itens do programa de governo do Partido dos Trabalhadores Nacional-Socialista da Alemanha em 1920, que levou Htiler ao poder poucos anos depois, notamos claramente esse viés “altruísta” típico dos demais socialistas. O programa defendia a “obrigação do governo de prover aos cidadãos oportunidades adequadas de emprego e vida”. Alertava que “as atividades dos indivíduos não podem se chocar com os interesses da comunidade, devendo ficar limitadas e confinadas ao objetivo do bem geral”. Demandava o “fim do poder dos interesses financeiros”, assim como a “divisão dos lucros pelas grandes empresas”. Também demandava “uma grande expansão dos cuidados aos idosos”, e alegava que “o governo deve oferecer uma educação pública muito mais abrangente, e subsidiar a educação das crianças com pais pobres”. Defendia que “o governo deve assumir a melhoria da saúde pública protegendo as mães e filhos e proibindo o trabalho infantil”. Apoiava o desarmamento civil para combater a criminalidade. Combatia o “espírito materialista” e afirmava ser possível uma recuperação do povo “somente através da colocação do bem comum à frente do bem individual”.

Nobres palavras, enaltecendo a visão coletivista em detrimento do suposto individualismo. Tal programa poderia tranquilamente ser proferido pela boca dos petistas. Goebbels, o seu ministro de propaganda, projetou uma imagem de Hitler como um homem simples e modesto, de personalidade mágica e hipnotizadora, um incansável batalhador pelo bem-estar do seu povo, que colocava a supremacia dos alemães em primeiro lugar. Era o “messias-restaurador”. Sempre combatendo o individualismo materialista, enquanto defende mais Estado justamente para arrecadar mais impostos, bem materiais! Já em seu Mein Kampf, Hitler estabeleceu regras para o sucesso de uma propaganda política, que incluem o apelo às emoções, repetição de idéias e conceitos de forma sistemática usando frases esteriotipadas e evitando a objetividade, mostrando apenas um lado da história e criticando constantemente os inimigos do Estado, selecionando um para especial difamação. Qualquer semelhança com outros políticos de esquerda pode não ser mera coincidência. Falavam na época que, pela miséria em que se encontrava a Alemanha, o Estado tinha que assumir o papel de locomotiva, sem espaço para um mercado mais livre e capitalista. O resultado concreto todos conhecem. O nazismo produziu um dos maiores ditadores genocidas da história, perdendo apenas para os “primos” comunistas Stalin e Mao.

O viés materialista da esquerda está presente em todos os lugares. Lula, discursando sobre o combate à pobreza em Genebra, janeiro de 2004, disse: “Se queremos um mundo seguro, temos que lutar por um mundo mais justo, mais eqüitativo. A paz, o desenvolvimento econômico e a justiça social estão intimamente relacionados. Não haverá paz sem desenvolvimento econômico. E não haverá paz nem desenvolvimento econômico sem justiça social”. Em outras palavras, Lula parece culpar a miséria pelo terrorismo. O curioso é que o povo tibetano, por exemplo, vive com poucos bens materiais, mas não explode avião em prédio algum. A Ruanda é um país bem miserável, mas não vem de lá o financiamento ao terrorismo. O nordeste brasileiro é bem pobre, e nem por isso representa uma ameaça à paz mundial. As favelas brasileiras abrigam muitos pobres, mas a grande maioria é formada por gente trabalhadora e honesta.

Em contrapartida, Bin Laden é um milionário saudita, e o ex-bilionário Saddam Hussein financiava famílias de suicidas terroristas. O terror custa caro. A família real saudita, para contemporizar com os radicais fundamentalistas, doou cerca de cem milhões de dólares para o Talibã. A Al Quaeda é uma rica organização, assim como sempre foi a OLP do falecido Arafat. Mas Lula insiste na retórica de que o terror é consequência da pobreza, novamente deixando transparecer o materialismo da esquerda. Melhor avisar a Bush que o perigo vem de um mutirão de famintos da Etiópia, e não de nações ricas como o Irã.





Por Rodrigo Constantino

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