Confirmando o quadro de deterioração fiscal do Brasil, as contas do Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência) registraram um déficit primário de R$ 10,422 bilhões em agosto, o quarto consecutivo em 2014. O valor é o pior resultado fiscal para meses de agosto em 18 anos. Segundo a série histórica do Tesouro Nacional, que começa em 1997, foi a primeira vez que o Governo Central teve resultado negativo em um mês de agosto.
Por causa da piora das contas públicas nos últimos meses em função da forte frustração da arrecadação federal, o governo descumpriu a meta para o segundo quadrimestre do ano (até agosto). O superávit primário acumulado de janeiro a agosto é de apenas R$ 4,675 bilhões, 0,14% do Produto Interno Bruto (PIB). A meta era de uma economia de R$ 39,215 bilhões. O valor acumulado no ano é 87,8% menor que no mesmo período de 2013, que foi de R$ 38,416 bilhões (1,22% do PIB).
O resultado de agosto torna praticamente impossível o cumprimento da meta de superávit primário para 2014 de R$ 80,774 bilhões. O governo teria de economizar em quatro meses R$ 76,1 bilhões a mais do que conseguiu fazer em oito meses.
O desempenho fiscal de agosto ficou fora da mediana dos analistas de mercado, que era de um valor negativo de R$ 700 milhões. As estimativas iam de um déficit primário de R$ 9,8 bilhões a um superávit de R$ 4 bilhões, segundo levantamento finalizado pelo AE Projeções com 12 instituições do mercado financeiro.
Acumulado em 12 meses
Com o resultado negativo das contas públicas em agosto, no quarto mês consecutivo de déficit, o superávit primário do governo central acumulado em 12 meses caiu para R$ 43,3 bilhões, o equivalente a 0,9% do PIB. Em agosto de 2013, o superávit em 12 meses estava em R$ 73,1 bilhões, ou 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB). A meta para este ano é de R$ 80,774 bilhões.
Fonte: Agência Estado
Nenhum comentário:
Postar um comentário