A candidata derrotada à Presidência, Marina Silva (PSB), declarou neste domingo (12) seu voto e apoio a candidatura do tucano Aécio Neves.
"Tendo em vista os compromissos assumidos por Aécio Neves, declaro meu voto e meu apoio neste segundo turno. Votarei em Aécio e o apoiarei, votando nesses compromissos, dando um crédito de confiança à sinceridade de propósitos do candidato e de seu partido e, principalmente, entregando à sociedade brasileira a tarefa de exigir que sejam cumpridos", disse a pessebista.
Marina Silva assumiu a cabeça da chapa do PSB à Presidência após a morte de Campos no acidente aéreo em 13 de agosto. Fora do segundo turno, Marina condicionou o apoio a Aécio a um alinhamento programático entre suas propostas e as do tucano.
Parte das demandas de Marina já estava no programa de governo do tucano, mas ele elaborou uma "carta compromisso" contemplando formalmente algumas das reivindicações da pessebista.
"Quero, de início, deixar claro que entendo esse documento como uma carta compromisso com os brasileiros, com a nação. Rejeito qualquer interpretação de que seja dirigida a mim, em busca de apoio", disse Marina na abertura de seu discurso ao lado do vice na sua chapa, Beto Albuquerque (PSB-RS).
"Faço esta declaração como cidadã brasileira independente que continuará livre e coerentemente, suas lutas e batalhas no caminho que escolheu. Não estou com isso fazendo nenhum acordo ou aliança para governar. O que me move é minha consciência e assumo a responsabilidade pelas minhas escolhas."
COMPROMISSO DE AÉCIO
Ladeado pelos principais nomes do PSB em Pernambuco e de Albuquerque, o presidenciável garantiu que dará prioridade à demarcação de terras indígenas e ampliará a reforma agrária.
Ele voltou a defender o fim da reeleição, mas não deixou claro se abriria mão de disputá-la em 2018. Também disse que manterá e ampliará os programas sociais existentes. Em São Paulo, o coordenador da campanha de Marina, Walter Feldman, disse que a ex-senadora considerou a carta um avanço. Com isso, espera-se que ela endosse a candidatura do tucano.
Integrantes do grupo de Marina pediram ainda que Aécio desistisse de defender a redução da maioridade penal para crimes hediondos, uma das principais bandeiras da campanha do tucano no primeiro turno.
Nesse ponto, ele não cedeu. Questionado sobre o assunto, Aécio afirmou que o fim da revisão da pena para menores nunca foi colocado pelo grupo de Marina como pré-requisito ao apoio à sua candidatura no segundo turno.
Coordenador-geral da campanha de Marina à Presidência, Walter Feldman disse neste sábado (11) que a ex-senadora considerou um avanço a carta de compromissos que Aécio Neves (PSDB) divulgou neste sábado (11), em relação conteúdo de programa do tucano no primeiro turno.
APOIO DA FAMÍLIA CAMPOS
O presidenciável Aécio Neves (PSDB) também recebeu neste sábado (11) o apoio formal da viúva do ex-governador Eduardo Campos (PSB). Em carta lida por João, seu filho mais velho, Renata Campos disse acreditar "na capacidade de diálogo e gestão" do candidato e desejou "sorte" na corrida ao Planalto.
"Somos nordestinos, pernambucanos e queremos, juntos, construir a nação brasileira. Siga em frente, Aécio. Boa sorte e que Deus nos proteja", escreveu Renata, que recebeu o tucano em sua casa para um almoço.
Em comício em Sirinhaém, zona da mata de Pernambuco, Aécio disse que os "sonhos de Eduardo" agora são os seus sonhos. "O que estamos fazendo aqui não é uma aliança eleitoral. É um pacto por todo uma vida, pela defesa da administração pública brasileira", disse Aécio ao lado de Renata.
Fonte: Jornal de Piracicaba
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