sábado, 18 de outubro de 2014

O PT é alvo de seus próprios erros e armações (III)

As práticas da vitimização não são novas para o PT. Originado do movimento sindical brasileiro no início da década de 80, o partido se especializou em assumir a figura de mártir nas disputas eleitorais. A rotina remonta ao primeiro embate com os tucanos em 1994. Como agora, PT e PSDB disputaram aquela eleição na condição de principais antagonistas. Em desvantagem na refrega devido ao sucesso do Plano Real, idealizado pelo então ministro de Relações Exteriores do governo Itamar Franco e candidato à Presidência, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o PT classificou o plano de “factoide e estelionato eleitoral” criado pelos tucanos, segundo o partido, com não outro propósito senão o de vencer as eleições. O desenlace, no entanto, se deu na contramão da retórica petista. O Plano Real pôs fim à hiperinflação e trouxe a estabilização da moeda, essencial para os avanços sociais conquistados a partir da ascensão de Lula ao poder em 2003. Desde então, porém, o partido parece se recusar a aprender com os próprios erros, preferindo imaginar manobras antidemocráticas toda vez que se vê ameaçado de deixar o Palácio do Planalto.



O histórico dos quase 12 anos de PT no poder expõe um extenso repertório de escândalos que causaram indignação aos brasileiros e a petistas históricos, que abandonaram a agremiação para não compactuarem com o crime. Foram pelo menos 38 escândalos durante a era petista. Parte da energia e do tempo que deveriam ser usados no aprimoramento da administração e gestão públicas foi canalizada para responder a uma série de acusações e inquéritos policiais. O partido, criado em 1980 para representar os trabalhadores e se diferenciar das outras legendas, aos poucos assimilou as velhas práticas da política nacional e viu vários de seus principais representantes serem tragados por casos de corrupção. Como famílias que preferem esconder os problemas para evitar o julgamento público, o PT afagou seus correligionários, alimentando a sensação de impunidade no seu próprio seio. Foi assim com Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda de Lula e da Casa Civil de Dilma. Afastado em 2006, acusado de quebrar o sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa, Palocci regressou em 2011 e foi novamente dispensado por não conseguir explicar contratos de consultoria que lhe renderam R$ 20 milhões.









Fonte: IstoÉ Independente

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