RAÇA
A primeira classificação dos homens em raças foi a “Nouvelle division de la terre par les différents espèces ou races qui l'habitent” ("Nova divisão da terra pelas diferentes espécies ou raças que a habitam") de François Bernier, publicada em 1684.
Carolus Linnaeus (1758) inventor da taxinomia e criador da classificação Homo Sapiens, reconheceu quatro variedades do homem - Americano (Homo sapiens americanus: vermelho, mau temperamento, subjugável), Europeu (europaeus : branco, sério, forte), Asiatico (Homo sapiens asiaticus: Amarelo, melancólico, ganancioso), e Africano (Homo sapiens afer : preto, impassivel, preguiçoso). Linnaeus reconheceu também uma quinta raça não-geográficamente definida , a Monstruosa (Homo sapiens monstrosus), compreendida por uma diversidade de tipos reais (por exemplo, Patagônios da America do Sul, Flatheads canadenses) e outros imaginados que não caberiam em nenhuma das quatro categorias "normais" (segundo a visão racista de Linnaeus que não apenas criou a classificação como atribuiu a cada uma características físicas e morais, o individuos mestiçados poderiam talvez ser então classificados nesta última categoria) .
O sucessor de Linnaeus', J. F. Blumenbach, primeiramente em 1775 reconheceu "quatro variedades da humanidade:" 1) Europa, Ásia ocidental, e parte de America do Norte; 2) Ásia do leste e Austrália; 3) África; e 4) o resto do novo mundo. A visão de Blumenbach continuo a evoluir, em 1795 dando origem a cinco variedades, Caucasiano, Mongol, Etíope, Americano, e Malaio, diferindo do agrupamento anterior onde os esquimós passaram a ser classificados com os Asiaticos do leste.
Neste sentido, as coisas ficaram estáticas até 1962, o ano em Carleton Coon publicou "A origem das raças". Lá Coon, um antropólogo físico, dividiu a humanidade em cinco raças (ou subspecies): Caucasoide, Mongoloide, Australoide, Congoide (Negroide), e Capoide(Africa Meridional até filipinas).
Segundo Dobzhansky (1970), esta visão conduziu à absurdos como quando os siblings (pessoas com síndrome de Down) foram categorizados em tipo racial (mongolóide) diferentes de ambos seus pais . De uma perspectiva social, este problema (indivíduos surgidos da mistura de raças) foi resolvido tipicamente empregando o conceito de Marvin Harris a hipodescendencia, isto é, a criança de tal união pertence a raça biológica ou socialmente inferior: "o cruzamento entre um branco e um indio é um indio; o cruzamento entre um branco e um negro é um negro; o cruzamento entre um branco e um hindu é um hindu; e o cruzamento entre alguém de raça européia e um judeu é um judeu." (Grant, The Passing of the Great Race, 1916). Em algumas países, uma regra de 1/8 ou 1/16 foi estabelecida a fim determinar a identidade racial apropriada de indivíduos oriundos de mistura de raças. Sob estas regras, se o indivíduo for, pelas linhas da descendência, 1/8 ou somente 1/16 de negro (preto uniforme) , o indivíduo é também negro.
ETNIA
Uma etnia ou grupo étnico é em um sentido amplo uma comunidade humana definida por afinidades linguísticas, culturais e genéticas. Estas comunidades comumente reclamam para sí uma estrutura social, política e um território. Etnia se usa a vêzes erroneamente como un eufemismo para raça, ou como um sinônimo para grupo minoritário.
Raça é um conceito que tem sido associado ao de etnia. Porém etnia compreende os fatores culturais (nacionalidade, afiliacão tribal, religiosa,língua ou tradições) e biológicos de um grupo humano, raça específicamente alude aos fatores morfológicos distintivos desses grupos humanos (cor de pele, compleição física, estatura, traço faciais, etc.) desenvolvidos em seu processo de adaptacão a determinado espaço geográfico e ecossistema (clima, altitude, flora, fauna, etc.) ao largo de várias gerações.
Históricamente, a palavra "etnia" significa "gentio", proveniente do adjetivo grego "ethnikos." O adjetivo se deriva do substantivo ethnos, que significa gente ou nacão estrangeira. O sustantivo deixou de estar relacionado com “Pagão” em princípios do sec. XVIII. O uso do moderno sentido da palavra começou na metade do sec. XX.
A Língua
A língua tem sido utilizada como primero fator classificador dos grupos étnicos, sem dúvida esta ferramenta não tem estado estado isenta de manipulacão política ou erro. Se deve assinalar que existe grande número de línguas multi-étnicas e determinadas etnias são multi-língues
A Cultura
A delimitacão cultural de um grupo étnico com respeito aos grupos culturais de fronteira, se faz dificultosa para o etnólogo em especial no tocante a grupos humanos altamente comunicados com grupos vizinhos. Elie Kedourie é talvez o autor que mais tenha aprofundado a análise das diferenças entre etnias e culturas . Geralmente se percebe que os grupos étnicos compartilham uma origem comum , e exibem uma continuidade no tempo, apresentam uma nocão de história em comum e projetam um futuro como povo. Isto se alcança através da transmissão de geração em geração de uma linguagem comum, intituições, valores e algumas tradicões. Se bem que em determinadas culturas se mesclam os fatores étnicos e os políticos, não é imprescindível que um grupo étnico conte com instituições próprias de governo para ser considerada como tal. A soberania portanto não é definidora da etnia, mas se admite a necessidade de uma certa projeção social comum.
A Genética
É importante considerar a genética dos grupos étnicos se devemos distingui-los de um grupo de individuos que compartilham únicamente características culturais. As etnias geralmente se remetem a mitos de fundacão que revelam uma nocão de parentesco mais ou menos remoto entre seus membros. A genética atual tende a verificar a existencia dessa relacão genética, porém as provas estão sujeitas a discussão, refrência é Lucca Cavalli-Sforza.
Grupos étnicos
Os membros de grupos étnicos costumam conceber a sua identidade como algo que está fora da história do estado-nação – quer como alternativa histórica, quer em termos não-históricos, quer em termos de uma ligação a outro estado-nação. Esta identidade expressa-se muitas vezes através de "tradições" variadas que, embora sejam frequentemente invenções recentes, apelam a uma certa noção de passado.
Por Juarez C. da Silva Jr.
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