sábado, 21 de março de 2015

E agora?


Dias atrás, mais de dois milhões de brasileiros foram às ruas no Brasil. Em qualquer país do mundo, onde essa multidão vestida de verde e amarelo saísse de suas casas para protestar, alguma coisa iria acontecer imediatamente e outras logo em seguida. Aqui no Brasil, infelizmente, nada aconteceu. Nenhuma medida foi adotada por governo algum, ninguém foi afastado, denunciado, nada. Nenhuma autoridade se mexeu em sua cadeira, os 39 ministérios estão todos lá firmes, com seus 23 mil cargos de confiança, onde se aboletam a pelegada que, esta sim, não foi para as ruas protestar. A presidente, no máximo e depois de muita discussão, mandou seus acólitos a dar declarações. Em seguida foi ela própria e agora reina a maior paz no Brasil, como se tivesse havido apenas um passeio dominical, um capricho dos eleitores do Aécio, todos eles brancos e ricos. Foi isto que ficou de residual. Nem mesmo a parvoíce regurgitada pelo repulsivo e decadente trotskista Rosseto derivou um puxão de orelha sequer por parte da presidente. O Congresso? Que Congresso?

Ah, é? Pois então agora vamos convocar uma manifestação ainda maior, com 6 milhões de brasileiros. Mesmo que FHC e outros digam que impeachment é ilegal, vamos continuar tentando. Para o PT, agora não serão 2 e sim 6 milhões de brancos, ricos, que votaram no Aécio. Depois das passeatas, com intensa cobertura por todos os canais de TV e Internet, o que pode acontecer? Se 2 milhões geraram zero redução de despesas para o governo federal, zero demissões de pelegos, zero prisões e zero resultado, então 6 milhões de pessoas vão gerar 3 vezes o quê? Calcule você mesmo as possibilidades.

Será que adiantaria colocar 20 milhões de pessoas na rua contra este governo corrupto e tomado por bandidos em todas as saletas de todas as repartições, de Boa Vista a Porto Alegre? Vai ser efetivo abarrotar as ruas com pessoas bradando “Impeachment” e “Fora Dilma”, se FHC continuar a dizer que é contra? E Janot, vai se sensibilizar com, quem sabe, 100 milhões de brasileiros nas ruas, para promover uma faxina mais célere na gestão pública do Brasil? Será?

A coleção de insucessos continua: PIB em queda, inflação em alta, indústria com produção diminuindo e dólar disparando. Investimentos parados, quando não cortados. Promessas de campanha não tendo como serem cumpridas soam cada dia mais como mentiras escabrosas. A operação Lava-Jato continua abrindo caixas pretas e os culpados são cada dia mais e mais culpados. O que acontece com este país? Como é que pode irmos às ruas com fé e alegria, buscando resolver os problemas criados pelo PT em 12 anos desastrosos e voltarmos de mãos ainda mais vazias? Onde é que está o furo? Eu confesso que não sei.

Mas não tem nada, não. No dia 12 vou estar nas ruas de novo. De amarelo e de verde. Gritarei as mesmas frases, direi as mesmas coisas. Espero que haja ainda mais gente a protestar contra a roubalheira nas estatais, contra a impunidade, contra a desonestidade “genérica” das lideranças que assolam o país. O ideal seria que, até lá, eu já saiba se Lula e Dilma sabiam de tudo ou não. Tomara que até o dia 12 já saibamos quem presta e quem precisa ser preso, afastado ou processado.

Deus nos ajude. Nós precisamos da verdade e merecemos seja feita justiça.





Por Glauco Fonseca

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