Alguns leitores que têm acompanhado as minhas críticas ao governo e ao PT acham que sou pessimista quando ao destino do país e que preciso ajudar com ideias para o país sair dessa crise moral e econômica. Bobagem, não sou político nem me proponho a salvar o mundo. Imagina! Sou apenas um jornalista, observador crítico desse momento. A massa que foi em peso às ruas nesse domingo tem a resposta para o desgoverno: impeachment já. Desde que sai da vida sindical no Rio tenho me empenhado como jornalista em contribuir para o fortalecimento da nossa estabilidade democrática.
A minha experiência como ex-sindicalista, leva-me a algumas observações. A primeira delas é que nao existe diferença entre o pelego jornalista e o pelego metalúrgico. A outra é que no Brasil o sindicato virou um meio de vida, de prosperidade e de poder para os oportunistas que transformam essas entidades de classe num instrumento de manipulação política com o dinheiro do contribuinte através do imposto sindical.
Quando compus a diretoria do Sindicato dos jornalistas do Rio uma das primeiras decisões foi abrir mão da imunidade que nos permitia ficar à disposição do sindicato. Achávamos que a nossa luta começava pelas redações, portanto, não deveríamos fugir do nosso local de atuação. Até então, a regra era que a diretoria estava dispensada do trabalho diário. Um ócio oficializado.
A CUT na época estava em formação, o Lula lá no ABC tentava marcar posição com as greves. O general Golbery, o bruxo da ditadora, manipulava a imprensa, os sindicatos, os empresários e os políticos. E nós, todos juntos, brigávamos contra a direita fardada. Ah, é verdade, ainda existiam a direita e a esquerda. Os comunistas, que lutavam por uma sociedade igualitária com o proletariado no poder, escondiam, por conveniência, o genocídio na URSS, sob o comando de Stalin, e os fuzilamentos e as perseguições na ditadura castristas e na Romênia do ditador Nicolau Ceausescu. Éramos felizes e motivados por uma luta ideológica que muitas vezes nem sabíamos de onde vinha nem imaginávamos para onde ia, mas que nos motivava a uma briga comum contra a ditadura militar. Ganhamos!
Meus Deus, ganhamos, mas como fomos manipulados pelas circunstâncias de vivermos em um país que continuou obscuro e amordaçado pela falta de cultura, o analfabetismo e a miséria O Lula, que hoje mantém e financia esse exército vermelho com o dinheiro do povo, foi fruto dessa nossa ignorância. Achávamos que um operário seria capaz de conduzir a nação à prosperidade e ao desenvolvimento sem tentar insuflar o povo para um conflito de classes, como ele vem fazendo pelo país.
O PT, que hoje vive na lama da corrupção, foi criado para que nós, brasileiros, tivéssemos orgulho dos nossos trabalhadores, da classe operária e do seu poder de luta. Mas hoje, o que constatamos é que esse partido, que se vendeu ao brasileiros como o representante da classe trabalhadora, pode nos levar a uma tragédia civil, a exemplo do que ocorreu na URSS do Stálin no início do século passado.
Lula, na verdade, é um reflexo da nossa fragilidade política. Ora, a história mostra que quando o povo está fraco abraça qualquer coisa que vê à frente, como uma tábua de salvação, como aconteceu na Alemanha de Hitler, na China de Mao, na Itália de Mussolini, na Espanha de Franco e no Portugal de Salazar.
A passeata dos camisas vermelhas pelas ruas do país assemelhou-se a dos camisas negras de Mussolini. A nossa foi organizada pelos pelegos das centrais sindicais que hoje vivem às custas do dinheiro público do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhadores). Alimentam-se desses recursos para defender as falcatruas de um governo que eles se aliaram como cúmplice dessa nefasta corrupção.
Felizmente, nesse histórico dia 15 de março, os brasileiros acordaram e foram às ruas pedir o afastamento da Dilma. Não houve sequer um conflito porque o povo, ao contrário dos baderneiros vermelhos, sabe respeitar a democracia. Viva o povo brasileiro!
Por Jorge Oliveira
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