O leitor deve estranhar uma declaração como esta por aqui, mas eu preciso admitir: sou fã da presidenta. Adorei que ela foi reeleita. Acho um absurdo defenderem o seu impeachment. Espero para que Dilma seja fiel a suas ideias brizolistas e mude ainda mais o Brasil.
Meu motivo é o simples: eu torço pela completa ridicularização da política. Todo dia, antes de dormir, ajoelho e rezo para minha divindade máxima:
- Mussum, por favor, faça com que amanhã os brasileiros confiem menos nos políticos. Faça crescer neles um desprezo ainda maior pela política. Que eles considerem pura piada deixar políticos gerir empresas, imprimir dinheiro ou cuidar de escolas ou hospitais. Obrigadis.
Pelas notícias dos últimos anos, parece que o grande Mussum tem atendido meus pedidos. O partido que dizia ser diferente dos outros hoje luta para nos convencer que é tão corrupto quanto os outros. O partido que encheu intelectuais de esperança agora os deixa repletos de decepção. A corrupção na Petrobras constrange quem um dia foi contra privatizá-la.
É por isso que Dilma me encanta. Ninguém contribuiria tanto para a ridicularizarão da política.
Claro que vejo falhas na presidenta. Por exemplo, ter chamado Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda. Que homem mais entediante, racional, sensato. Não é o que precisamos. Precisamos era de um Arno Augustin no Ministério da Fazenda (falando nisso, cadê o Arno Augustin?). Só um típico intelectual da Unicamp, daqueles que colocam a ideologia à frente da realidade, tem potencial para mostrar aos cidadãos o estrago que um governo é capaz de fazer.
No geral, porém, o governo Dilma está do meu lado. A presidenta se reúne com Dias Toffoli; eu rio por dentro: “tá vendo, eu disse que é loucura deixar a política influenciar o Judiciário”. A presidenta dá um discurso ou uma entrevista na TV; os políticos, como classe, ficam desacreditados. Lula organiza um ato em defesa Petrobras; o povo entende que o próprio Lula já perdeu a noção do ridículo.
Quem, como eu, torce pela ridicularização da política precisa lutar contra essa ideia de impeachment. Se Dilma seguir no mandato, poderemos desfrutar mais quatro anos dessa ópera bufa. Arrasa, Dilma!
Por Leandro Narloch
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