segunda-feira, 6 de outubro de 2014

PT apanhado de calças curtas

    Aécio está no segundo turno, nos calcanhares de Dilma, com uma diferença abissalmente inferior à            que previam os institutos de pesquisa, os adversários — e alguns aliados (Fotos: Marcos                                 Fialho/Folhapress :: Nelson Antoine/Fotoarena/Folhapress)


Os institutos de pesquisa de intenção de voto estarão, a esta altura, à beira da falência moral.

Onde está a esmagadora vitória de Dilma Rousseff, provavelmente no primeiro turno?

Onde está o massacre a que seria submetido o candidato tucano, Aécio Neves?

Onde está a derrota de Aécio em São Paulo, onde a esta altura em que escrevo ele já livra VINTE PONTOS à frente da presidente no maior colégio eleitoral do país?

Onde está a pose do PT?

Onde está a pose de Lula?

Com sua arrogância de coronel da República Velha, Lula menosprezou há algumas horas o candidato Aécio Neves, dizendo que prefere tê-lo no segundo turno do que ver sua tutelada enfrentar a ex-senadora Marina Silva, candidata do PSB.

Estava implícito na jactância do Deus do lulalato o sonho de que seria uma moleza enfrentar o ex-governador de Minas.

Pois bem, amigos do blog, contra quase tudo, e contra quase todos — inclusive aliados que o abandonaram vergonhosamente no meio do caminho –, Aécio se manteve de cabeça em pé, foi à luta, prosseguiu fazendo uma campanha intensa, subiu de tom para bater na roubalheira e na incompetência existentes dentro do governo e o resultado aí está: faltando 13% de votos para ser apurados em todo o país neste momento, o tucano passou dos 31 milhões de votos (mais da metade acima do que Marina obteve em seu celebradíssimo desempenho no primeiro turno de 2010) e está a apenas CINCO PONTOS PERCENTUAIS de Dilma.

Que vitória no primeiro turno, que nada!

Lula, Dilma e o PT, aliados sem-vergonha que não fizeram seu papel, boa parte da imprensa, jornalistas que se fingem de neutros, blogueiros estatizados e muita, muita gente mais vai ter que engolir Aécio no segundo turno.

Dilma vai ver o que é bom para tosse ao enfrentar um adversário mais competente, mais carismático, mais jovem, melhor orador, que tem diante de si o vasto telhado de vidro do governo lulopetista — e que, enfim, encontrou o tom certo de fazer campanha.




Por Ricardo Setti

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