terça-feira, 25 de novembro de 2014

Competência para confusão



Estou meio afastado do blog e devo continuar menos ativo por absoluta falta de tempo. Isso não significa que não esteja acompanhando os debates. Ao contrário, estou até participando mais ativamente de debates, mas por meio de reuniões fechadas. Nesses últimos dias três coisas me surpreenderam.

Primeiro, a indicação da nova equipe econômica com nomes muito bons para resolver o imbróglio fiscal. A tarefa do time econômico não é fácil. Eles têm que convencer a presidente e o partido da presidente, o PT, do tamanho do problema e das medidas duras (posso chamar de impopulares?) que precisam ser adotadas.

Segundo, mesmo que o governo se convença do tamanho do ajuste fiscal necessário, algo na linha de R$ 150 bilhões, no mínimo, há ainda o desafio de convencer parlamentares da base do governo e da oposição da necessidade dessas medidas. Eu converso com senadores da oposição e sei que o humor hoje para se aprovar qualquer medida “impopular” do governo é “zero”. Assim, o governo terá que organizar a sua base.

Terceiro, mal a equipe econômica foi anunciada, já teve início uma fritura dos economistas indicados para ministro, em especial, Joaquim Levy. O PT deveria levantar as mãos para o Céu e agradecer por Joaquim Levy ter concordado com a sua indicação para tentar consertar os erros da equipe econômica do primeiro governo Dilma.

Mas parece que o PT quer para ministro alguém mais parecido com o ministro Mercadante. O problema é que algumas pessoas do governo sabe muito bem o risco de “brincar” com o mercado em um país com déficit nominal de 5% do PIB, déficit em conta corrente de quase 4% do PIB, índices de confiança de consumidores e empresários baixos, inflação alta, e preços administrados com reajustes atrasados.

Na minha modesta opinião, quanto mais o segundo governo Dilma se aproximar do primeiro governo Lula, melhor será para nós todos. Quanto mais o segundo governo Dilma se aproximar do primeiro governo Dilma maior será o risco de uma crise. A indicação para equipe econômica foi a primeira coisa sensata que o governo fez desde que terminou a eleição, por um momento, até deixamos de ler as noticias da “suposta” roubalheira na Petrobras.



Fonte: Blog do Mansueto Almeida

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