Brasil, esse fanfarrão, reelegeu Dilma Rousseff. Fora as dezenas de milhões de reféns dos programas assistenciais – que viram carros de som anunciar o fim do Bolsa Família se o adversário do PT ganhasse –, um grande contingente de eleitores votou em Dilma porque ela é Lula. E Lula é de esquerda, portanto é um homem bom. Seria muito mais saudável se tivessem abandonado essa premissa de jardim de infância e assumido: voto no PT porque acho que vale a pena o assalto ao Estado brasileiro para manter a estrelinha mitológica no poder. Mas o anedotário não pode parar, e veio, no discurso da vitória, a defesa da união nacional.
Dilma defendeu a união nacional sem sequer citar nominalmente Aécio Neves, um Zé Ninguém que teve 51 milhões de votos – e acabara de telefonar para ela dando parabéns pela vitória. Como se vê, um excelente começo para quem quer unir o país. Em determinado momento, ali em cima do palanque (de onde o PT nunca desceu), ela parou de falar. Durante um bom tempo, ficou muda diante do microfone, ouvindo um coro da militância. O que gritavam os petistas de tão importante? Simples: eles xingavam a TV Globo. E Dilma, líder da união nacional, emoldurou a agressão com seu silêncio.
Das duas, uma: ou o governo petista declara guerra aberta aos principais veículos de comunicação do país, ou a presidente reeleita é uma irresponsável. E cínica: como pode Sua Excelência condenar o ataque dos seus simpatizantes ao prédio da Editora Abril como uma “barbárie” e, no dia seguinte, ser complacente com uma manifestação de ódio à maior emissora de TV do país? É evidente que os aloprados socialistas que vandalizaram a editora são atiçados por seus gurus petistas – Lula à frente –, que passam a vida a demonizar a imprensa. Como pode pregar a união nacional um bando que semeia a ira contra um dos pilares da democracia?
Durante a Primavera Burra, em 2013, manifestantes indignados com os desmandos governamentais agrediam jornalistas – justamente a classe que revela os desmandos governamentais. Mensalão, petrolão, Rosemary, Lupi, Orlando, contabilidade criativa e toda a constelação de escândalos do governo popular jamais seriam conhecidos se não fosse a imprensa. O Império do Oprimido não pode mesmo gostar de jornalista – só dos comprados, que são uns doces. E os heróis da Primavera Burra, coitados, acham que fazem a revolução ao obedecer às incitações covardes de Lula e companhia contra a “mídia burguesa”. Burguesia só serve se for essa que enriquece mamando no Estado brasileiro e cultivando pobres.
Imaginando que, ainda assim, os 51 milhões de atropelados queiram atender ao apelo de Dilma Rousseff, caberia perguntar: união nacional em torno de quê? Não deve ser em torno das boquinhas e bocarras montadas na máquina pública, porque não haverá comissão para todo mundo. Então qual é o projeto, senhora presidente reeleita? Ora, não há projeto. Quando eleita em 2010, Dilma conseguiu dar posse ao primeiro governo da história que começou de mãos abanando. Sem plano algum. Ou melhor: sabe qual era o plano na ocasião, nobre eleitor? Não ria, por favor: reforma política. Soa familiar, não? Sim, pois é o plano que ela apresenta ao país agora, quatro anos depois. Como você aguenta calado tanta embromação, prezado cidadão brasileiro? De uma coisa ninguém pode duvidar: tens um estômago de ferro.
Dilma anunciou que quer fazer a reforma política para combater a corrupção – e pretende fazê-la por meio de um plebiscito. Mesmo se isso não fosse um disparate, caberia alertar à senhora presidenta: o plebiscito já aconteceu no último dia 26 de outubro, e a corrupção venceu.
União nacional em torno de quê? É o quarto mandato de um projeto de sucção que exauriu a economia brasileira e fraudou as contas públicas para esconder a farra orçamentária – com as inevitáveis e cristalinas consequências, recessão e inflação. Dilma já assumiu em 2011 para empurrar com a barriga a procissão do fisiologismo, fato que lhe rendeu de pronto o recorde de sete ministros demitidos no primeiro ano de governo.
Mas o Brasil quis 16 anos de PT. Unam-se em torno do buraco. Cuidado com a vertigem.
Dilma defendeu a união nacional sem sequer citar nominalmente Aécio Neves, um Zé Ninguém que teve 51 milhões de votos – e acabara de telefonar para ela dando parabéns pela vitória. Como se vê, um excelente começo para quem quer unir o país. Em determinado momento, ali em cima do palanque (de onde o PT nunca desceu), ela parou de falar. Durante um bom tempo, ficou muda diante do microfone, ouvindo um coro da militância. O que gritavam os petistas de tão importante? Simples: eles xingavam a TV Globo. E Dilma, líder da união nacional, emoldurou a agressão com seu silêncio.
Das duas, uma: ou o governo petista declara guerra aberta aos principais veículos de comunicação do país, ou a presidente reeleita é uma irresponsável. E cínica: como pode Sua Excelência condenar o ataque dos seus simpatizantes ao prédio da Editora Abril como uma “barbárie” e, no dia seguinte, ser complacente com uma manifestação de ódio à maior emissora de TV do país? É evidente que os aloprados socialistas que vandalizaram a editora são atiçados por seus gurus petistas – Lula à frente –, que passam a vida a demonizar a imprensa. Como pode pregar a união nacional um bando que semeia a ira contra um dos pilares da democracia?
Durante a Primavera Burra, em 2013, manifestantes indignados com os desmandos governamentais agrediam jornalistas – justamente a classe que revela os desmandos governamentais. Mensalão, petrolão, Rosemary, Lupi, Orlando, contabilidade criativa e toda a constelação de escândalos do governo popular jamais seriam conhecidos se não fosse a imprensa. O Império do Oprimido não pode mesmo gostar de jornalista – só dos comprados, que são uns doces. E os heróis da Primavera Burra, coitados, acham que fazem a revolução ao obedecer às incitações covardes de Lula e companhia contra a “mídia burguesa”. Burguesia só serve se for essa que enriquece mamando no Estado brasileiro e cultivando pobres.
Imaginando que, ainda assim, os 51 milhões de atropelados queiram atender ao apelo de Dilma Rousseff, caberia perguntar: união nacional em torno de quê? Não deve ser em torno das boquinhas e bocarras montadas na máquina pública, porque não haverá comissão para todo mundo. Então qual é o projeto, senhora presidente reeleita? Ora, não há projeto. Quando eleita em 2010, Dilma conseguiu dar posse ao primeiro governo da história que começou de mãos abanando. Sem plano algum. Ou melhor: sabe qual era o plano na ocasião, nobre eleitor? Não ria, por favor: reforma política. Soa familiar, não? Sim, pois é o plano que ela apresenta ao país agora, quatro anos depois. Como você aguenta calado tanta embromação, prezado cidadão brasileiro? De uma coisa ninguém pode duvidar: tens um estômago de ferro.
Dilma anunciou que quer fazer a reforma política para combater a corrupção – e pretende fazê-la por meio de um plebiscito. Mesmo se isso não fosse um disparate, caberia alertar à senhora presidenta: o plebiscito já aconteceu no último dia 26 de outubro, e a corrupção venceu.
União nacional em torno de quê? É o quarto mandato de um projeto de sucção que exauriu a economia brasileira e fraudou as contas públicas para esconder a farra orçamentária – com as inevitáveis e cristalinas consequências, recessão e inflação. Dilma já assumiu em 2011 para empurrar com a barriga a procissão do fisiologismo, fato que lhe rendeu de pronto o recorde de sete ministros demitidos no primeiro ano de governo.
Mas o Brasil quis 16 anos de PT. Unam-se em torno do buraco. Cuidado com a vertigem.
Por Guilherme Fiuza
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