segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Pesquisas superestimaram votação de Dilma que já calcula alto risco de perder para Aécio no 2º turno


As pesquisas eleitorais, que superestimaram os percentuais de vitória de Dilma Rousseff, foram as grandes derrotadas no primeiro turno eleitoral. A numerologia real dos votos, comprovando a insatisfação do eleitorado com o desgoverno petralha, indica que Aécio Neves tem chances concretas de vencer no segundo turno. A disputa tem tudo para ser um espetáculo de deslealdade e baixaria nunca antes visto na História do Brasil.

Corrupção e os efeitos iniciais de uma grave crise econômica devem ditar a tônica do confronto entre os “primos” tucanos e petistas. Aécio deve ser alvo de ataques pessoais. Dilma será confrontada na má gestão e no agravamento das denúncias de corrupção contra o núcleo político do governo. Também pesará contra Dilma a oposição já declarada da Oligarquia Financeira Transnacional. O tal “mercado” já manifestou o desejo de substituir o titular do trono do Palácio do Planalto. A classe média urbana também confirmou seu desejo de mudança.

Como de costume, Dilma posou de vitoriosa, embora os números confirmem que ela foi claramente derrotada pela oposição. A Presidente teve bem menos votos que a previsão dos institutos de pesquisa – que lhe davam entre 44 e 46%. Percentualmente, Dilma ficou com 41,59% dos votos. Somando apenas Aécio Neves e Marina Silva, 54,87% votaram, no mínimo, contra o governo. A petralhada espera agora virar o jogo, reconquistando os votos do chamado “eleitorado pobre” e do “socialista consolidado” que votou na ex-petista Marina.

A eleição será decidida por quem votou em Marina apenas por insatisfação ou a favor de “mudança”. Também pode acabar votando contra o governo aqueles que, na urna eletrônica inconfiável, dedaram nulo (5,80%) e branco (3,84%). A elevada abstenção de 19,39%, em uma eleição nada democrática, onde o comparecimento é obrigatório, indica duas coisas: elevada insatisfação ou que o eleitorado está superestimado, listando gente que não existe ou já morreu. Quem se absteve, se existir e resolver votar no segundo turno, tende a engrossar a turma do nulo, do branco ou da oposição.

O segundo turno, literalmente, “é outra eleição”. Mas a insatisfação consolidada da classe média urbana, principalmente a do Estado de São Paulo, contra o governo federal, é um sinal de que Dilma tende a sofrer uma grande derrota. Detonada ontem pelo líder máximo Luiz Inácio Lula da Silva, a Princesa da Floresta Marina Silva não deve embarcar no conto de fadas da Bruxa de Vermelho e tende a apoiar (muito a contragosto e forçadamente) Aécio Neves. O neto de Tancredo Neves tem dois imensos desafios. O primeiro é recuperar a confiança do eleitorado de Minas Gerais, onde o PSDB perdeu o governo estadual logo no primeiro turno para Fernando Pimentel - o melhor amigo pessoal de Dilma Rousseff. O segundo será mais difícil: conquistar o eleitor de classe economicamente baixa do Nordeste, onde Dilma parece ter preferência praticamente consolidada.

Neste caso, um grande fiel da balança no segundo turno será o PSB do falecido Eduardo Campos, principalmente em Pernambuco, e nos outros estados das regiões Norte e Nordeste onde o eleitorado mais pobre e grande parte da classe média apostaram em Marina Silva como “fator de mudança”. Dilma vem com toda força na Bahia, onde o PT conseguiu se manter no poder, lacrando, com aço inoxidável, a tampa do velho caixão do Carlismo. O grupo do falecido Antônio Carlos Magalhães sofreu a mais fragorosa derrota desta eleição. O mesmo pode se dizer da clã Sarney no Maranhão e da família Garotinho no Rio de Janeiro... As urnas foram cruéis com eles...




Por Jorge Serrão

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