terça-feira, 7 de outubro de 2014

Lulopetismo em baixa

    Nestas eleições, o PT perdeu 18 vagas na Câmara dos Deputados, enquanto o PSDB ganhou 11                                                            (Foto: Câmara dos Deputados)

O desempenho do candidato tucano Aécio Neves no primeiro turno da eleição presidencial, além do abalo que provocou nas esperanças de o lulopetismo continuar no poder, causou um enorme estrago na chamada “base aliada” com a qual a presidente Dilma governa — a maçaroca de deputados de oito partidos que supostamente apoiam o Planalto em troca de cargos, nomeações e coisas do tipo.

O PT, que parecia se achar invencível com a arrogância e prepotência de seu chefe supremo, Lula, foi o partido que mais perdeu deputados — nada menos do que 18, fazendo sua bancada desabar dos atuais 88 parlamentares para 70.

E quem mais ganhou deputados? Pois foi justamente o PSDB de Aécio, cuja bancada subiu de 44 para 55 integrantes. No total, a “base aliada” perdeu 35 deputados e a coligação pró-Aécio ganhou 11.

Pertencer à “base aliada” não ajudou nas urnas

Vamos começar pelo pessoal do lulopetismo. Pertencer à coligação pró-Dilma parece ter significado uma maldição nas eleições para certos partidos, especialmente o PT e o PMDB. Vejam só como os partidos da “base aliada” da presidente apanharam nas urnas — dos 9 partidos, 6 tiveram perdas grandes e só três aumentaram suas bancadas, dois deles com acréscimo mínimo:

PT: tem 88, caiu para 70 deputados a partir de 2015.

PMDB: tem 71, caiu para 66.

PCdoB: foi de 15 para 9.

PDT: um dos dois que melhorou, indo de 18 para 19.

PP: mesmo com tendo os candidatos mais votados no Rio e no Rio Grande do Sul, desceu de 40 para 37.

PROS: partido biônico, inventado pelos irmãos Cid e Ciro Gomes, que saiu recolhendo deputados de outros partidos, mostrou pouca força nas urnas. Tinha 20 deputados arrebanhados de outras legendas, elegeu mesmo, no voto, apenas 11.

PR: o partido de Anthony Garotinho ostenta 32, irá para 34.

PSD: outro partido biônico, criado pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, que deixou a oposição no DEM para apoiar a presidente Dilma. Juntou meia centena de deputados, e agora tem 45; passado pelo crivo das urnas, caiu para 38.

PRB: este cresceu de 10 para 20 deputados, mas única e exclusivamente pela espetacular votação obtida em São Paulo pelo ex-candidato a prefeito em 2012 Celso Russomano, que, com 1.524.361 votos, tornou-se o deputado mais votado da história da Câmara.

Os aliados de Aécio

No caso dos partidos que apoiaram o tucano Aécio Neves, o panorama é muito diferente. Vejam só:

PSDB: dos atuais 44 deputados, terá 55 em 2015.

PTB: pulou dos 18 de que dispõe para 26.

PTC: está sem nenhum, elegeu 2.

DEM: diminuiu de 28 para 22.

PTN: sem nenhum, emplacou 3.

SD: partido biônico inventado pelo ex-sindicalista Paulinho da Força, juntou 22 parlamentares, só elegeu 15.

PEN: conta com 1 deputado, elegeu 3.

PMN: manteve os 3 que integram sua pequena bancada.

PTdoB: caiu dos atuais 3 para 1.






Por Ricardo Setti

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