Na república dos pixulecos e pixulecas farsantes que interditam o futuro, os fantasmas já não se divertem: JD está na cadeia com o punho encolhido; disfarçando o medo do camburão, Lula reclama que não pode nem mais ir a um restaurante; e Dilma, dedilhando a lira do delírio, janta com Renan e o bando ministerial na sofreguidão de produzir notícias falsas que não sejam crimes reais. Envergando o novo fetiche da súcia – a legitimidade das urnas – a presidente desfila um traje roto, feito sob medidas morais que não acomodam tal exercício imoral do cargo.
Legitimidade não sobrepuja a moralidade, além disso, os legitimados ex-presidente Collor e FHC não escaparam de ouvir o coro de “fora” entoado pelo PT quando legitimidade para a organização criminosa era só uma picuinha da democracia burguesa. Dilma, numa farsa que para ser grotesca teria de se abrandar, faz do anúncio de investimentos na área de energia elétrica uma promessa para não ser realizada em 2018, no vício incurável da fraude legítima de descumprir uma promessa fazendo outra que será descumprida.
Ainda que houvesse os mais de 100 bilhões agora, o que mudaria na escalada do preço na feira, no dia a dia dos desempregados, na romaria dos doentes que esperam quatro meses para fazer um exame pelo SUS, nos projetos do universitário que levou um calote do FIES, na angústia do empreendedor que precisa demitir? Nada, eis o vale-tudo. E o sonho? Ora, acordo todos os dias para ele, às 6h30 mais precisamente, mas, se a presidente somasse a legitimidade que já perdeu à moralidade que nunca teve, as dificuldades naturais de um país dramaticamente injusto não teriam se deteriorado num viveiro de pixulecos e pixulecas onde sonhar e tentar sorrir apesar de todo o pixulequismo são atos subversivos.
Como o avesso da farsa é outra realidade morta, Dilma, cujo partido fez valer tudo para manter o poder, emite um repúdio que não vale nada contra o vale-tudo na política. Com quais vale-tudo, golpismo, perigo para a democracia a organização criminosa deixou de tentar se acasalar, enraizando-se no poder? Agora mesmo o padrinho que dissera ter o casco duro tenta adicionar outra moleza à coleção vasta e, mirando o foro privilegiado que impeça a prisão tão merecida quanto tardia, quer mocozar-se num ministério.
O falastrão que ameaçou um país exausto é mais um fantasma que não se diverte apavorado com as consequências do vale-tudo em que se lambuzou. Ele e todos os fantasmas dessa república pixulequenta verão dia 16 o país exigir que tirem sua farsa do caminho para o futuro passar.
Por Augusto Nunes
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