Quando o navio está afundando parece que a inteligência é a primeira a abandonar o barco. Sai antes dos ratos.
Não consigo entender como um partido que alcançou o poder através do marketing e da comunicação, coisa que o PSDB nunca valorizou (o partido é bom de bico só no estado de São Paulo), comete a imprudência de ir para a TV em cadeia nacional com o fez o PT na quinta-feira para falar besteiras e tentar, como sempre, enganar o povo com mentiras, meias verdades e falsidades ideológicas de toda a sorte. Justo às vésperas de uma grande manifestação popular contra ele que acontecerá no dia 16.
Nunca vi tamanha arrogância e burrice.
Rejeitado quase que unanimemente pelo povo, o PT deveria colocar a viola no saco e esconder-se para não levar mais pancada.
Levou pancada e panelaço.
Teria sido melhor fazer boca de siri, admitindo humildemente (humildade é palavra que não está escrita no dicionário do PT) que o sonho acabou e que a fonte está secando, se é que já não secou. E aguantar as bordoadas que fizeram por merecer. Bom cabrito não berra.
Ao invés de afrontar a opinião pública com sofismas que ninguém mais engole, bem que poderiam aproveitar a deixa e ir pra casa desfrutar dos polpudos pixulecos que receberam e dar uma chance ao Brasil de se reconstruir sem a sua nefasta presença no palco dos acontecimentos. Já deu o que tinha que dar.
Se tivessem verdadeiro espírito público, como apregoam ter, sairiam de cena e evitariam que a nação atravessasse um período ainda mais conturbado pelo processo de impeachment da Presidente da República, que, queiram ou não queiram, é inexorável.
Lembrando Dom Pedro às avessas, o que Dilma deveria ter dito no seu programa de TV é muito simples: “se é para o bem do Brasil e felicidade geral da Nação, diga ao povo que eu saio”.
Dilma deveria renunciar.
Se fizesse isso talvez viesse a merecer citação mais airosa na história que, de outra forma, reserva para ela uma página negra como a presidente mais impopular do país, e que teve que ser defenestrada a força pela vontade popular.
Bem feito.
Locupletaram-se com o poder e agora vão ter que enfrentar a ira dos que iludiram e afanaram descaradamente.
No dia 16 vão levar pancada ainda maior, porque cutucaram o leão com vara curta. O povo encheu o saco e quer mudança. Por bem ou por mal. E não adianta os políticos tentarem colocar panos quentes em cima da panela que está fervendo de indignação porque a mudança virá no bojo da unânime vontade popular, que não vai sair da trincheira até que a batalha seja vencida.
Até parece que estamos revivendo os tempos da revolução francesa de 1798, que derrubou o regime absolutista que obrigava os franceses a pagar impostos extremamente caros para sustentar os luxos da nobreza.
E isso nos enche de esperança porque o Brasil é nosso e não deles, e a nós compete protegê-lo.
Não adianta falar em manutenção das instituições que, do jeito que estão, ninguém quer mais.
O Brasil tem que recomeçar do zero (e não só o PT, como quer Lula) e construir uma nação realmente democrática onde o povo, que é o senhor do fato político, possa participar de um novo Estado que lhe garanta os direitos mínimos de cidadania e que não seja simplesmente o conduto para o enriquecimento ilícito de um monte de figurões que se aboletaram no poder para proveito próprio. Há exceções, é claro, só que não me lembro delas no momento.
Eles têm que aprender que democracia é o governo do povo para o povo, e não o governo deles para eles mesmos.
Mas os puristas hão de dizer: “mas foi o povo que os elegeu”.
Tudo bem, só que o povo se arrependeu, inclusive os que, ludibriados, votaram na Dilma.
Esperem para ver o que vai acontecer no domingo que vem.
Por Faveco (Flávio Corrêa)
Jornalista e publicitário
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