Vemos nos dias atuais uma situação instável em nosso país, graças à péssima administração da presidente Dilma Rousseff, principalmente no âmbito econômico. A subida dos impostos, a alta da inflação e os casos de corrupção fizeram com que a presidente tivesse índices de aprovação baixíssimos, com a indicação de até um possível impedimento do mandato. Isso mostra apenas a vitória do liberalismo econômico frente aos defensores do Estado agigantado, com a prova de que a intervenção dos governos na economia não gera riquezas, gerando apenas problemas, como alta carga tributária, fuga de capitais e miséria.
E esse caso também é uma mostra da vitória do liberalismo enquanto política, pois se mostra a cada dia as alianças pouco ortodoxas do Brasil em sua agenda internacional, com o nosso país a cada dia mais se aproximando de países que pouco mantém respeito à democracia e aos direitos humanos, como Cuba, Venezuela, Rússia, Índia e China, via Foro de São Paulo, MERCOSUL, BRICS e UNASUL. Mas ainda o liberalismo no Brasil precisa vencer mais uma batalha dentro dessa guerra: a guerra cultural.
Nessa batalha, infelizmente os nossos amigos socialistas têm vencido desde os anos 1950, quando a obra “Cadernos do Cárcere”, do pensador marxista italiano Antonio Gramsci teve uma grande entrada nas universidades Brasil afora. Esse período também foi marcado pela primeira geração de intelectuais socialistas em nosso país, como Nelson Werneck Sodré, Fernando Henrique Cardoso, Caio Prado Júnior, Maria Yedda Linhares, Paulo Freire, Florestan Fernandes e Sérgio Buarque de Hollanda. E essa geração de intelectuais foi ganhando credibilidade no meio acadêmico brasileiro, com isso influenciando toda uma geração de pensadores que viriam posteriormente. Aliado ao movimento musical dos anos 1960, que tinha como líderes Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil, foram conquistando espaço dentro da mídia e da opinião pública; Dias Gomes e Benedito Ruy Barbosa atuando pelo campo da dramaturgia iam colocando ideais defendidos por eles em suas novelas; Frei Betto e o teólogo Leonardo Boff agiam pelo campo religioso, propagando a famigerada teologia da libertação nesse âmbito. E o cenário político brasileiro a época foi favorável aos socialistas, graças ao período militar: com a supressão de direitos políticos e exílios de pessoas ligadas a movimentos socialistas, esses mesmos intelectuais saíram do Brasil e colocaram-se na posição de vítimas da opressão realizada pelo governo, ganhando cada vez mais visibilidade frente ao Brasil e ao mundo.
Depois da queda do governo militar, em 1985, esses agentes de disseminação das ideias de esquerda foi consolidando cada vez mais o seu espaço não apenas no âmbito midiático, mas também no campo político: Fernando Henrique Cardoso foi eleito senador e depois presidente da república, o Partido dos Trabalhadores foi fundado e ganhando cada vez mais apoio e adeptos: o PT uniu em seu corpo intelectuais de esquerda, sindicalistas, personalidades da mídia, pessoas ligadas a Teologia da Libertação e ex-guerrilheiros dos tempos de ação armada no período militar. E com toda a influência que a esquerda exercia, que ia desde a novela, passando pela música, pela educação e pela religião, ela varreu por um bom tempo as ideias liberais para longe do campo cultural, que aos poucos vem mudando com o cenário favorável a disseminação das ideias da liberdade.
Casos como o do humorista Danilo Gentili, dos jornalistas Rachel Sheherazade, William Waack e Diogo Mainardi, dos músicos Lobão e Roger, da banda Ultrage A Rigor e dos pensadores como Olavo de Carvalho, Bruno Garschagen, Luiz Felipe Pondé, Denis Rosenfield e Rodrigo Constantino são as mostras que o jogo cultural começa a virar em nosso país: cada vez mais os livros de autores liberais e conservadores tem tido alcance e boas vendas no nosso Brasil e, com esses primeiros sinais de um chamado “liberalismo cultural”, ganhando cada vez mais notoriedade no meio midiático.
Para que as ideias da liberdade continuem a manter o espaço que já vem sendo conquistado aos poucos, é necessário que bebamos um pouco das águas do inimigo, em termos de como alcançar o objetivo: utilizando a subversão cultural proposta por Gramsci e denunciada pelo filósofo brasileiro Mário Ferreira dos Santos (1901-1968) para alavancar de vez o liberalismo cultural em nosso país. Utilizando os veículos de mídia para mostrar que valores como mérito, trabalho, resguardo, prudência, respeito às liberdades e propriedades e a garantia da isonomia não morreram e devem ser basilares para que tenhamos um novo Brasil, utilizando os métodos só que com outros ideais. Para termos um país com menos Gregórios e mais Danilos. Com menos Chicos e mais Rogeres. Com menos Cristinas e mais Racheis. Pois como dizia o economista austríaco Ludwig Von Mises, ideias e somente ideias podem iluminar a escuridão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário