Quem está preocupado com a condição dos trabalhadores e dos brasileiros mais pobres precisa ficar de olho em dois índices.
O primeiro é a produtividade. Um empregador só vai pagar R$ 5 mil de salário se o funcionário render um pouco mais que isso. A produtividade determina o teto, o máximo que uma pessoa pode ganhar.
Já o valor mínimo depende da oferta e procura. Se houver gente demais à procura de vagas, o empregador poderá pagar muito menos que R$ 5 mil de salário. Do contrário, se houver um bocado de patrões em busca do trabalhador, eles terão que reduzir suas margens e contratar por algum valor bem próximo do lucro que o funcionário produz.
Por isso o segundo índice relevante à condição dos pobres é o crescimento da economia. PIB em alta significa mais vagas, mais shoppings abrindo, mais prédios em construção. A empregada doméstica pode dar adeus à patroa que a trata mal e tentar uma vaga de vendedora na loja de sapatos.
Uma notícia como a de hoje, uma retração do PIB que espantaria até mesmo os gregos em crise, atinge os pobres no peito.
O estranho é que nenhum dos supostos defensores dos pobres sai às ruas diante desse fato. Nenhum cronista ou colunista de esquerda vocifera pela internet reclamando da pior notícia que os trabalhadores brasileiros poderiam ouvir. Cadê a CUT e os sindicatos protestando contra a provável recessão?
Vai entender.
Por Leandro Narloch
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