sábado, 15 de agosto de 2015

Dilma vai usar telejornais para tentar salvar o governo


A entrevista da Dilma ao jornalista Kennedy Alencar, do SBT, é a prova de que a presidente não tem projeto para o Brasil. Durante quase meia hora em que foi arguida de forma contundente sobre os vários problema do país, Dilma mostrou-se evasiva, desorientada, apática e desolada. Esta é a primeira de uma série de entrevistas que o Palácio do Planalto começa a montar para a presidente sair do ostracismo e procurar se comunicar com a população pelos telejornais. Apesar do brilhantismo do repórter, a presidente refugou a todas as perguntas. Se todos os encontros com jornalistas, daqui pra frente, forem como este do SBT, não é difícil supor que a tendência é aumentar a impopularidade da presidente que deixa transparecer um vazio de poder. Quando questionada sobre quando o país vai sair da crise, respondeu vagamente: “No final deste ano ou em 2016”.

A regra número um do marketing político é clara: quando você tem um político com alto nível de rejeição é preciso escondê-lo da mídia e trabalhar nos seus feitos para depois voltar a apresentá-lo de forma planejada e estratégica. A Dilma, do SBT, parecia um boneco de cera com dificuldade para se expressar e de sair das incômodas perguntas do jornalista que a todo momento a colocava no canto da parede. Para quem assistiu a entrevista, uma coisa ficou marcada: o isolamento da presidente é um fato real, apesar dela negar.

De hoje por diante o brasileiro vai ver a Dilma virar “arroz de festa” nos principais telejornais do pais, muitos deles financiados pela Caixa Econômica e Banco do Brasil. O Planalto organizou uma agenda na mídia numa tentativa de mostrar que a presidente não tem medo de encarar os problemas da crise econômica. Ocorre que ela não consegue articular um raciocínio lógico em suas respostas, mesmo sabendo antecipadamente quais as perguntas lhe serão feitas.

Em meio a ebulição no Congresso Nacional, onde os presidentes das duas Casas se engalfiam, Dilma preferiu o Renan como tábua de salvação. O pacote que o presidente do Senado lhe apresentou foi apenas aperfeiçoado e atualizado. Estava na prateleira desde de abril deste ano, mas como sempre a presidente – que arrota prepotência – não queria se curvar às idéias de Renan respaldadas por respeitáveis economistas e empresários do país. Deixou-se levar por alguns assessores medíocres que viam na ação do presidente do Senado uma interferência no Executivo.

Outro motivo que levou a Dilma a jogar a boia foi a decisão de Eduardo Cunha passar para oposição. Na Câmara a presidente começou a entender que não tem negócio porque Cunha põe no colo do Planalto a notícia de que teria recebido 5 milhões de dólares de propina numa transação denunciada por um dos delatores da Lava-Jato. Com uma das Casas contra o seu governo, Dilma foi aconselhada a se juntar incondicionalmente a Renan e aceitar suas propostas para tentar tirar o país do caos.

Agora, seus assessores querem a sua participação maior na mídia. Não à toa, os Marinho, da Organização Globo, já começaram a abrir generosos espaços no Jornal Nacional para os factoides que a Dilma cria no Palácio do Planalto e para suas viagens, quando ela entrega casas inacabadas pelo país afora. E se for verdade a notícia de que um dos irmãos falou que “quem quiser ser presidente que se prepare para 2018”, os Marinho devem estar dispostos a bancar o governo da Dilma até o último minuto. Resta saber se eles vão esperar a economia derreter e o povo entrar em um circuito de indigência sem limite.







Por Jorge Oliveira

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