domingo, 30 de agosto de 2015

Façam a intervenção vocês mesmos!


Assumo publicamente a responsabilidade de instigar a derrubada do governo por uma rebelião popular. Incruenta, mas rebelião. Presidente, vice, ministros, deputados e senadores cúmplices – todos para a LATA DO LIXO JÁ.


Exigir que as massas peçam explicitamente uma intervenção militar, para só então realizá-la, é um fenomenal cu-doce fardado como nunca se viu. Em 1964 NINGUÉM saiu às ruas pedindo intervenção militar. O povo pediu a queda de Jango, e as Forças Armadas ouviram. E notem que o descalabro janguista não só foi incomparavelmente menor que o dos comunopetistas, mas também durou APENAS DOIS ANOS, em comparação com os DOZE da dupla Lula-Dilma. Uma intervenção saneadora das Forças Armadas seria aplaudida por todo o povo. O que ninguém quer é uma DITADURA MILITAR. Ora, se os militares exigem que o povo implore a sua volta, é porque não concebem a hipótese de uma intervenção rápida e temporária, mas querem O PODER TOTAL OU NADA. Fora disso, não há explicação possível para a exigência absurda da convocação ostensiva, exceto a hipótese – na qual prefiro nem pensar – de que essa exigência seja apenas um pretexto para não fazer coisa nenhuma.

*

Todo governo deve sua legitimidade ao CONSENTIMENTO DO POVO. No nosso país, esse consentimento JÁ FOI NEGADO DA MANEIRA MAIS CLARA E OSTENSIVA. O Brasil não tem governo nenhum. Tem uma quadrilha de usurpadores e sanguessugas que não querem largar o osso. É preciso tirá-los dos seus postos usando a pura FORÇA MUSCULAR. Não é preciso armas nem tiros. Só braços em número suficiente. As Forças Armadas que então decidam se vão ficar ao lado do povo ou atirar nele para proteger os ladrões.

*

Depois destas duas notícias, tolerar o PT e seus amiguinhos no poder por mais um minuto que seja se torna cumplicidade com os maiores crimes já praticados contra o nosso país. Basta! Fora! Todos para a lata de lixo. Na lei ou na marra.

(http://folhacentrosul.com.br/post-politica/8704/especialistas-dizem-que-crise-foi-criada-de-proposito-pelo-governo-dilma)

(http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2015/08/documentos-secretos-mostram-como-lula-intermediou-negocios-da-odebrecht-em-cuba.html)

*

Não peçam mais intervenção militar. "Façam a intervenção vocês mesmos". As Forças Armadas que decidam de que lado estão.

*

Assumo publicamente a responsabilidade de instigar a derrubada do governo por uma rebelião popular. Incruenta, mas rebelião. Presidente, vice, ministros, deputados e senadores cúmplices – todos para a LATA DO LIXO JÁ.

*

Que a próxima “Marcha para Brasília” não seja para “reivindicar” nada, mas para ARRANCAR DOS SEUS CARGOS OS FILHOS DA PUTA E OS OMISSOS E COLOCÁ-LOS NA LATA DE LIXO.

TOLERÂNCIA ZERO. LATA DE LIXO JÁ.

*

Homens arrogantes nos despertam instintos homicidas. Mulheres arrogantes, instintos suicidas.

*

Quando algum justiceiro universal comunopetista-emessetista, discursando em favor das “áreas indígenas”, lhe disser que os índios eram os “legítimos proprietários” da terra brasileira, depois “usurpada” pelos portugueses, informe ao desgraçado que, na época dos descobrimentos, havia aproximadamente 5 milhões de índios numa área territorial de 8.515.767,049 quilômetros quadrados, portanto 1.703 quilômetros quadrados para cada um. O equivalente a uma área inteira da cidade de São Paulo para cada índio. Os portugueses na Europa eram 10 milhões, acotovelando-se em 92 090 quilômetros quadrados, isto é, 0,009 quilômetro quadrado para cada um. Tomar as terras “dos índios” era uma questão elementar de REFORMA AGRÁRIA: dividir entre os trabalhadores os maiores latifúndios improdutivos do planeta.

*

ESTOU CANSADO DE VER MILICOS BATENDO NO PEITO EM VEZ DE BATER NOS INIMIGOS DO PAÍS.

*

Se as Forças Armadas não intervierem, entrarão para a História como traidoras do povo. Se intervierem, entrarão como benfeitoras preguiçosas e tardias.

*

Um oficial de alta patente, desiludido com as Forças Armadas já nos anos 90 do século passado, dizia algo que na época me soou ofensivo, mas agora começa a me parecer razoável:
– Não espere nada dessa gente. Milico é tudo funcionário público. Só pensa em aposentadoria.

*

Se os militares decidirem agir no 7 de setembro, estarei solidário com eles, mas triste de ver que esperaram a desgraça anunciada consumar-se para só então agir. Em 2012, após uma espera de DUAS DÉCADAS, escrevi:

“O Livro dos Seis Estratagemas chineses ensina: 'Todo fenômeno é no começo um germe, depois termina por se tornar uma realidade que todo mundo pode constatar. O sábio pensa no longo prazo. Eis por que ele presta muita atenção aos germes. A maioria dos homens tem a visão curta. Espera que o problema se torne evidente, para só então atacá-lo.”





Por Olavo de Carvalho


Notas publicadas na página de Olavo de Carvalho em sua rede social, The RealTalk - http://therealtalk.org

O senhor dos mares e das marolas


A vaidade de Lula jogou o Brasil no inferno em que hoje ardemos sob o governo de Dilma.


No ano de 2007, o sucesso subira à cabeça de Lula. O hoje rejeitado filho de Garanhuns era aclamado nacional e internacionalmente como "o cara". Era o cara que teria acabado com a miséria no Brasil, o cara que projetara o país como o primeiro da fila de espera para ingressar no Primeiro Mundo, o cara que ansiava por uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU, o cara que se julgava capaz de resolver qualquer encrenca internacional, o cara que tornava o Brasil autossuficiente em petróleo, o cara de quem Obama disse, textualmente: "I love this guy! The most popular politician on earth". Te mete! Lula podia tudo. Embora muitos ao seu redor tivessem tombado, saíra incólume do mensalão. Frustrando as expectativas dos que esperavam enfrentá-lo exangue em 2006, colocara no peito a segunda faixa presidencial.

Nesse jogo, porém, Lula tinha muito a agradecer e pouco a oferecer. A prosperidade da economia brasileira, que permitiu saltos na arrecadação, no mercado de trabalho, nas exportações tinha tudo a ver com o espetacular crescimento do mercado chinês, que elevou o preço das nossas commodities. E nada a ver com competência administrativa. O governo, sabe-se agora, era uma versão institucional do Gran Bazaar, lugar de muitos e rentáveis negócios, cuja alma, como sempre em tais arranjos, era a publicidade. O presidente não tinha qualquer das virtudes necessárias a um bom gestor. Sempre foi, isto sim, um político conversador, populista e oportunista. Deveria agradecer aos que, antes dele, assumiram o sacrifício político de colocar o país nos trilhos da responsabilidade fiscal. Mas não.

Ah, se Lula tivesse sido um bom gestor! Com os recursos de que dispôs, com o apoio popular que soube conquistar, com o carisma que Deus lhe deu, teria preparado as bases necessárias a um desenvolvimento sustentável. Nenhum outro presidente, em mais de um século de república, navegou em águas tão favoráveis. Contudo, do alto de sua vaidade, embora fosse apenas um mero e pouco esclarecido barqueiro, ele acreditou ser o senhor dos mares e das marolas. "Vaidade! Definitivamente meu pecado favorito", confessa o personagem representado por Al Pacino em O Advogado do Diabo. E a vaidade de Lula jogou o Brasil no inferno em que hoje ardemos sob o governo de Dilma.

É bom lembrar. Em 2007, tamanha era a euforia de Lula que ele importou, assim como Collor faz com carros esportivos, esse luxo extravagante que foi a Copa de 2014. Consumidor insaciável de manchetes, nesse mesmo ano começou a negociar a aquisição, para o Rio de Janeiro, da sede dos Jogos Olímpicos de 2016. A Copa, na hora da bola rolar, se tornara algo tão fora do contexto, despesa tão despropositada, que ele sequer teve coragem de comparecer a qualquer dos jogos! E sua herdeira foi hostilizada de modo constrangedor na solenidade inaugural.

O jornal O Estado de São Paulo de ontem, 23 de agosto, divulgou um relatório de custos dos Jogos Olímpicos. O mais recente levantamento disponibilizado pela prefeitura do Rio informa que, faltando contabilizar algumas despesas de menor monta, os Jogos (que beneficiarão quase exclusivamente a capital carioca) custarão ao povo brasileiro R$ 38,67 bilhões. Se somarmos essas duas extravagâncias lulopetistas, chegaremos a R$ 66 bilhões e a um conjunto de elefantes brancos. Quantas aplicações mais úteis ao país seriam possíveis com tais recursos! Num ano em que o governo corta quase R$ 12 bilhões da área de Saúde e se agrava o caos do setor, corta R$ 9,42 bilhões da Educação e universidades fecham as portas por não disporem de recursos para dar continuidade ao ano letivo, a gestão temerária do lulopetismo continua jogando dinheiro fora para apresentar outro show ao mundo. Gestão temerária se caracteriza por conduta impetuosa, imponderada, irresponsável ou afoita. Não é uma descrição perfeita dos acontecimentos aqui mencionados? O prefeito de um pequeno município já foi condenado por isso.






Por Percival Puggina

Sim, Jesus realmente falou sobre homossexualidade


Os ativistas homossexuais adoram argumentar que Jesus nunca falou uma só palavra contra a homossexualidade.

Eles estão errados.

Para os iniciantes, Jesus condenou o pecado da “imoralidade sexual,” que é a tradução da palavra grega “porneia.” (A palavra que usamos “pornografia” é derivada dessa palavra.) O Léxico Grego-Inglês Louw-Nida nos diz que o significado desse termo não está restrito ao que curiosamente chamamos de “fornicação,” mas em vez disso se refere ao “pecado sexual de uma espécie geral, que inclui muitas condutas diferentes.”

Por exemplo, em Marcos 7:21 (King James Atualizada), Jesus diz: “Pois é de dentro do coração dos homens que procedem os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os furtos, os homicídios, os adultérios,” etc.

A palavra traduzida “imoralidades sexuais” (porneiai) aqui está no plural no grego, ilustrando o que o léxico nos diz, que porneia é uma palavra genérica para sexo fora dos limites do casamento natural, qualquer que seja a forma que tome.

Paulo, por exemplo, usa porneia para condenar um relacionamento incestuoso em 1 Coríntios 5:1.

Em seu sentido inicial e original, porneia se referia especificamente à prostituição, tanto de homens quanto de mulheres. Portanto, desde o começo, até mesmo antes de se expandir em alcance, era um termo que incluía sexo ilícito quer do tipo heterossexual ou homossexual.

Demóstenes, por exemplo, usou porneia para se referir à homossexualidade séculos antes de Cristo.

Outras produções literárias do judaísmo (por exemplo, o Testamento de Benjamin, o Testamento de Levi, o Testamento de Naftali e os Jubileus) durante o período entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento (de 400 a.C. até a época de Cristo) também usam porneia para se referir ao pecado da sodomia.

Judas usa a forma verbal de porneia muito explicitamente para se referir à homossexualidade quando ele conecta essa palavra à conduta de Sodoma e Gomorra. “De modo semelhante a estes, Sodoma e Gomorra e as cidades em redor se entregaram à imoralidade e a relações sexuais antinaturais…” (Judas 1:7 NVI)

Então porneia, embora possa ser usada num sentido mais restrito para se referir à fornicação, quando usada num sentido geral se refere a todos os tipos de relação sexual ilícita, todos os tipos de relação sexual fora do relacionamento matrimonial entre um homem e uma mulher. A homossexualidade está incluída.

Portanto, quando Jesus condenou a “imoralidade sexual,” e “porneia” é a palavra usada no texto bíblico, ele estava condenando todas as formas de sexo fora do casamento, inclusive sexo da espécie homossexual.

Além disso, e isso tem a mesma importância, o próprio Jesus também falou diretamente contra a homossexualidade por meio de seus apóstolos.

Paulo foi o mais direto, inequívoco e explícito em condenar a conduta homossexual, em lugares tais como Romanos 1:26-27 (“paixões vergonhosas, relações sexuais contrárias à natureza, atos indecentes”), 1 Coríntios 6:9 (um pecado que deixa o homossexual de fora do Reino de Deus, assim como deixa de fora o trapaceiro nos negócios) e 1 Timóteo 1:10 (conduta que é o assunto devido da lei, exatamente como assassinato e comércio de escravos).

Mas, alguns argumentarão, essas são as palavras de Paulo, não de Cristo. Contudo, tal argumentação trata como resolvido algo que não está. De onde Paulo obteve seu ensino? De onde ele obteve sua mensagem? Quem lhe ensinou as coisas que ele preservou ao escrever em suas epístolas?

Ele nos diz bem diretamente em Gálatas 1:11-12. “Caros irmãos, quero que saibais que o Evangelho por mim ensinado não é de origem humana. Porquanto, não o recebi de pessoa alguma nem me foi doutrinado; ao contrário, eu o recebi diretamente de Jesus Cristo por revelação.” (King James Atualizada)

Paulo deixa claro que ele não conseguiria ter aprendido seu evangelho com os primeiros apóstolos como Pedro já que ele só viu Pedro uma vez durante duas semanas, três anos após sua conversão, e então não viu nenhum dos outros apóstolos por outros 14 anos.

Não, o evangelho de Paulo — sua mensagem sobre Cristo, Deus e a vida espiritual — é uma mensagem que ele recebeu diretamente do próprio Jesus.

Um apóstolo de Jesus Cristo era muito literalmente “enviado” por Jesus Cristo. Ele era alguém selecionado, autorizado, comissionado e enviado com uma missão pelo próprio Cristo. Por isso, quando Paulo fala como um apóstolo, Cristo está falando por meio dele. Ele está falando não só com a autoridade de Cristo, mas também com as próprias palavras de Cristo.

Paulo como apóstolo estava servindo quase precisamente no papel de um embaixador. Um embaixador não representa a si mesmo; ele representa aquele que o enviou. E quando aquele que o enviou lhe dá uma mensagem para entregar, ele entrega essa mensagem fielmente nos mínimos detalhes.

Um embaixador não é um profissional independente que pensa e fala por si mesmo. Ele está aí para falar fielmente no lugar daquele que o nomeou, para representar seus interesses e para entregar sua mensagem.

Resumindo: Jesus rejeitou a homossexualidade em palavras que vieram de seus próprios lábios e com palavras que ele falou por meio de Paulo, o homem que ele escolheu como seu embaixador. Podemos não gostar do que Paulo disse acerca da homossexualidade, mas vamos largar mão do absurdo de dizer que ele não estava falando por Cristo quando ele disse o que disse.





Por Bryan Fischer


Publicado originalmente no Barbwire: Yes, Jesus Did Talk about Homosexuality

Tradução: www.juliosevero.com

Lula e o Sermão da Montanha


O ex-presidente nos provoca inesperadas reflexões como a das palavras se converterem em altissonantes moedas, em questão de minutos, que valem antes pelo que nos custam que pelo valor daquele que as recebe.


É no mínimo estapafúrdio que alguém que, em momento algum, conseguiu sequer abrir um livro, nem que fosse apenas para fechá-lo, por enfado ou preguiça, tenha se tornado num dos mais caros palestrantes do país e merecedor, inclusive, de número maior de títulos de doutor honoris causa do que um Gilberto Freyre, por exemplo, aqui como no exterior; um personagem que, estando mais para Faustão do que para o Padre Vieira, vem atraindo aplausos de diferentes e distintas plateias que abrangem de sindicalistas a professores de célebres universidades. Como se pode chegar perto de quem sabe hipnotizar tanta gente, mesmo dispondo de pauta tão reduzida de assuntos, transmitida sempre numa voz rascante e engrolada, em meio a intermináveis erros de pronúncia e sintaxe a cada pronunciamento?

E assim o nosso ex-presidente Lula se nos apresenta o protótipo dos mágicos, porque de sua cartola sai principalmente aquilo que não existe, ou seja, qualquer tipo de utilidade ou de saber, por nunca lhe faltarem incríveis oportunidades de demonstrar seus dons como, recentemente, numa palestra de vinte nove minutos especialmente endereçada a operários, em que teve cada uma de suas palavras medida e custeada, por minuto, ao preço de treze mil reais. Mas justamente por ser um perfeito mágico é que o ex-presidente nos provoca inesperadas reflexões como a das palavras se converterem em altissonantes moedas, em questão de minutos, que valem antes pelo que nos custam que pelo valor daquele que as recebe.

O ex-presidente encontra, dessa forma, mesmo desconhecendo o marxismo que professa, um modo de nos dizer — tanto ou mais que a linguagem do capitalismo — que as coisas não têm outro destino senão o capital; porque embora não se acredite naquilo que se está dizendo, jamais há de faltar quem meça a realidade do mundo unicamente por tal dimensão. Pois nessa imensa desproporção entre o que prega e o que faz, — e entendendo mais o peso da moeda que o da palavra — a quem, finalmente, se dirige o ex-presidente Lula? Entre as prédicas até hoje ouvidas no mundo, e levando em conta a paga por minuto, quanto vale um sermão de John Donne ou de Vieira; e, para não tirar Jesus Cristo da jogada, quanto vale ainda o Sermão da Montanha?






Por Ângelo Monteiro
Poeta, filósofo e ensaísta.

Da megalomania à insignificância


Certa feita, no ano de 2004, em um dos tantos debates que já mantive com lideranças do PT, ironizei a continuidade que o governo Lula vinha dando às políticas tucanas que combatera tão intensamente e com tanto sucesso eleitoral. Mostrei, uma a uma, as contradições. O abominável Plano Real estava mantido com inteiro rigor. O superávit fiscal, tão execrado pelo petismo, havia atingido, com Lula, o maior valor dentro da série histórica.

Os programas de renda mínima, que Lula acusara de serem uma forma de fazer votos graças à fome de quem vota com a barriga, haviam mudado de nome e recebido mais recursos. E por aí fui, até ser interrompido por meu interlocutor que me disse exatamente o seguinte: "Puggina, não se muda a direção de um transatlântico com guinada brusca" e ilustrou o que dizia com o braço desenhando um longo arco. A mudança de rumos estava em curso e seria gradual.

Ele pertencia à alta hierarquia de seu partido e estava bem informado. O tempo o comprovou. O PT destruiu os fundamentos macroeconômicos então vigentes (responsabilidade fiscal, câmbio flutuante e meta de inflação). Exibiu, pouco a pouco, sua vocação para o totalitarismo. Empenhou-se na armação da luta de classes, forçando o divisionismo dentro da sociedade. Ensaiou várias tentativas de controlar a mídia. Levou o revanchismo até onde pode. Concebeu várias agendas socialistas. Aliou-se aos piores vilões da política nacional e internacional.

Não lhe faltaram tentativas de impor absurdos, mediante decretos felizmente rejeitados pela opinião pública e pelo Congresso. Tais foram os casos do PNDH-3, que fazia gato e sapato em nome dos direitos humanos, e do decreto Nº 8.243 (decreto dos sovietes), que pretendia uma desabilitação do poder legislativo. O partido viria, como de fato veio, contaminar e aparelhar o Estado em conformidade com um desígnio totalitário. Tudo para alterar a trajetória do transatlântico.

Na política, tudo ia bem. Os corruptos prosperavam. Não faltava dinheiro à mídia chapa branca, nem capitanias hereditárias aos partidos e aos políticos da base. O crescimento chinês empurrava a economia para a frente, mais ou menos como as elevações da taxa de juros engordam os lucros dos bancos sem que os banqueiros precisem sair da poltrona. O petróleo a mais de US$ 100 viabilizava qualquer estripulia na Petrobras e o pré-sal era portentosa mina, a ser drenada ainda antes de gotejar.

A megalomania, os delírios de poder e de riqueza, os projetos faraônicos, o messianismo característico dos partidos e movimentos totalitários recebiam injeções de adrenalina na veia. No limite das aparências, Lula era um Midas. Além das aparências, uma bomba de efeito retardado.

Só agora, concluída aquela curva descrita pelo meu interlocutor no debate acima referido, veem-se todas as dimensões do estrago. O desvio de rota jogou o país contra os rochedos, de modo desastroso. Lula e Dilma, que sequer se animam a aparecer em público, fazem lembrar o rápido e furtivo desembarque do comandante Francesco Schettino após jogar o Costa Concórdia contra os arrecifes junto à ilha de Giglio.

A direção pretendida quando a grande curva foi desenhada chegou onde inevitavelmente haveria de chegar, porque nunca foi diferente o resultado de tais políticas. E se há muita incerteza, hoje, sobre o futuro do país, se os comandantes se escondem mas não desembarcam, ninguém duvida de que o desvio de rota e a megalomania os condenaram à insignificância.





Por Percival Puggina

Por que os movimentos sociais não protestam agora?


Os trabalhadores pobres são os mais prejudicados pelo escorregão da economia. Mas onde estão os supostos defensores dos pobres para protestar contra a queda do PIB?


Quem está preocupado com a condição dos trabalhadores e dos brasileiros mais pobres precisa ficar de olho em dois índices.

O primeiro é a produtividade. Um empregador só vai pagar R$ 5 mil de salário se o funcionário render um pouco mais que isso. A produtividade determina o teto, o máximo que uma pessoa pode ganhar.

Já o valor mínimo depende da oferta e procura. Se houver gente demais à procura de vagas, o empregador poderá pagar muito menos que R$ 5 mil de salário. Do contrário, se houver um bocado de patrões em busca do trabalhador, eles terão que reduzir suas margens e contratar por algum valor bem próximo do lucro que o funcionário produz.

Por isso o segundo índice relevante à condição dos pobres é o crescimento da economia. PIB em alta significa mais vagas, mais shoppings abrindo, mais prédios em construção. A empregada doméstica pode dar adeus à patroa que a trata mal e tentar uma vaga de vendedora na loja de sapatos.

Uma notícia como a de hoje, uma retração do PIB que espantaria até mesmo os gregos em crise, atinge os pobres no peito.

O estranho é que nenhum dos supostos defensores dos pobres sai às ruas diante desse fato. Nenhum cronista ou colunista de esquerda vocifera pela internet reclamando da pior notícia que os trabalhadores brasileiros poderiam ouvir. Cadê a CUT e os sindicatos protestando contra a provável recessão?

Vai entender.






Por Leandro Narloch

Temos um país para reconstruir


Há tempos em que a nossa própria água não chega ao rio e não vai ao oceano. Caminhos interrompidos. Para muita gente a era PT foi isso. Não, meu amigo, não é coincidência. Quem ficou na oposição perdeu dinheiro e oportunidades. Essa gente é implacável com quem não lhe apoia. Mas nada dura para sempre, nem o PT. A crise atual é profunda e vai durar, mas ela tem o condão de ajudar a extirpar o câncer PT do poder.

Os que resistiram ao poder do PT perderam, enquanto os que apoiaram muito ganharam. São eles agora que perdem muito, por vezes tudo. Vejo com frieza de sociólogo a desgraça se abater sobre empreiteiros, como Marcelo Odebrecht, e a "cadeia produtiva" que implantaram. Aprisionar os operadores do crime é ato de pura Justiça. Os apenados pagarão caro.

Exemplar como a vida castiga os orgulhosos. Exemplar como Deus castiga os orgulhosos e malvados. Essa gente que se associou ao PT construiu um consórcio para praticar o mal. Lula é como Mefistófeles e Dilma é como Lilith, figuras infernais que não ligam para o sofrimento das pessoas. O poder é seu único alvo.

A repulsa ao PT e aos petralhas é ato de repulsa espiritual. Estamos como nos tempos bíblicos: temos que expulsar, em nome de Deus, os demônios. O Boneco Pixuleco é um modo de expulsar os demônios que assombram o Brasil, atingindo o Chefe. É como nosso gente reage, sempre com humor. Quem tem a resposta para o desafios dos tempos? O vento, meu amigo.

A resposta está no ar, pois toda gente exige mudança. Novos tempos chegam.Mas as mudanças não virão sem esforço e sofrimento. Cortar o mal pela raiz exige sacrifícios e libações com sangue. Antes do final do ano toda a gente brasileira estará malhando o Judas no Boneco Pixuleco. Os petralhas já não podem sair às ruas. Os petralhas mais inteligentes e endinheirados podem escolher o caminho do auto-exílio.

Todavia, deixarão aqui a desesperança dos muitos. Temos um país para reconstruir, como se tivéssemos passado por uma ocupação estrangeira. E foi: os demônios são estrangeiros na Terra de Santa Cruz.





Por Nivaldo Cordeiro

A desgraça brasileira sob o PT em duas imagens


A crise brasileira é muito grave, um quadro impressionante de estagflação; já a "crise" internacional... qual crise mesmo?

Duas imagens do GLOBO hoje capturam muito bem a desgraça brasileira sob o PT. A primeira delas, da coluna de Miriam Leitão, mostra a situação gravíssima de estagflação que já enfrentamos, com queda acentuada do PIB e uma inflação de quase 10%:


A boca de jacaré que começou a abrir em 2014 é impressionante e choca o mais pessimista dos pessimistas. Nossa economia mergulhou no abismo, enquanto o nível de preços só faz subir, mesmo com a grave recessão (que deve piorar). A desculpa petista é culpar uma tal crise internacional. Mas a segunda imagem, de uma reportagem do jornal, mostra o absurdo dessa tentativa:



Crise mundial? Qual mesmo? Os países emergentes, à exceção de Rússia e Ucrânia (que vive quase uma guerra civil por culpa da Rússia de Putin), continuam crescendo bem, e mesmo países desenvolvidos, como os Estados Unidos, epicentro do furacão financeiro em 2008, também crescem de forma decente. Já o Brasil aponta para uma queda de até 3% para o PIB deste ano.

Não dá para colocar a culpa nos gringos, como quer o PT. A culpa é do partido mesmo, que fez um estrago gigantesco no país. Diante disso, o que faz o PT? Clama por aumento de impostos, para ferrar ainda mais com os brasileiros, ou ameaça com uma volta de Lula em 2018, como se ele não fosse justamente o maior responsável por toda essa lambança.

O PT só vai sossegar quando afundar de vez o Brasil no caos social e econômico, como fizeram seus camaradas bolivarianos na Venezuela. Por isso é fundamental tirar o partido do poder o quanto antes. Esperar até 2018 poderá ser tarde demais…







Por Rodrigo Constantino

sábado, 29 de agosto de 2015

Medo de incerteza caso Dilma seja impedida é infundado


Elite empresarial teme mudanças incertas no jogo político caso ocorra o impeachment, mas risco muito maior é ela continuar até 2018 no poder


Já apresentei meus argumentos em defesa da saída de Dilma do governo, rebatendo pontos de vista legítimos, como aqueles que temem um Lula na oposição para 2018 e o custo do ajuste no colo de outro partido, e também os nem tão legítimos assim, como aqueles que simulam um medo terrível do que poderia vir no lugar do PT, como se algo pudesse ser pior (talvez o PSOL, o PT de ontem, mas não tem chance – ainda, e o que essa turma insinua é o contrário, um governo, ó céus!, de direita).

O Brasil é curioso: tem até banqueiro que defende o PT por temer mudanças incertas. Mas não mudar é, sem dúvida, o maior risco de todos. Duas colunas de hoje argumentam na mesma linha. A primeira do economista Rogerio Werneck, meu ex-professor da PUC, publicada no GLOBO. A segunda do jornalista Reinaldo Azevedo, na Folha. Werneck diz:

Por enquanto, persistem visões divergentes sobre a conveniência e a oportunidade do brusco rearranjo de forças políticas que seria deflagrado pelo impeachment. Ainda há muita incerteza sobre quais dos atores políticos relevantes sobreviverão à Operação Lava-Jato. E, também, desalento com a ingrata agenda que seria herdada pelo sucessor da presidente Dilma, enquanto, de mão beijada, o PT se livraria do imbróglio e, em boa hora, readquiriria o privilégio de ser oposição.

Mas, se a solução do impeachment ainda esbarra em tanta resistência, a preservação de Dilma no cargo também se afigura altamente problemática. É difícil entrever como a presidente conseguirá escapar do círculo vicioso que a vem arrastando para uma posição cada vez mais vulnerável.

O agravamento da crise econômica tem acentuado a fragilização da presidente. E frágil como está, o Planalto só consegue dar respaldo a uma política econômica de pouco alcance, muito aquém da que se faz necessária para superar o quadro de alta incerteza e paralisia de decisões que o país enfrenta. Persistindo essa falta de perspectiva, não há como evitar aprofundamento da crise econômica, fragilização adicional da presidente e estreitamento ainda mais severo das possibilidades de condução da política econômica.

[…]

Sobram razões para crer que o cenário de permanência de Dilma está fadado a ser dominado pelas enormes dificuldades que a presidente terá de enfrentar para conter sua fragilização política. A questão é como o país, atolado como está, numa crise econômica de grandes proporções, poderá atravessar os próximos 40 meses com um governo tão fraco.

O que o Planalto teme é que, mais dia menos dia, a elite política do país afinal se dê conta de que, comparado a esse cenário, os desdobramentos do impeachment possam se afigurar menos custosos do que por enquanto aparentam ser. E, no entanto, o Planalto não se emenda.


Como a crise não deve melhorar tão cedo, e o governo Dilma ainda resolveu retroceder em vários aspectos, adotando as mesmas medidas equivocadas de antes, parece claro que o custo de manter Dilma no poder vai aumentar, não diminuir. A cada dia que passa, aqueles que temem as incertezas após um eventual impeachment de Dilma vão perceber que as certezas de mantê-la no governo são bem mais assustadoras.

Mas, claro, isso, por si só, não é motivo para um impeachment, como diz Reinaldo Azevedo, lembrando, porém, que há motivos concretos para tanto, e que o custo de manter mais do mesmo será enorme:

Aqui e ali, as forças minoritárias do governismo, hoje majoritárias na imprensa, especialmente nas TVs, pretendem silenciar as maiorias que pedem a saída da presidente Dilma Rousseff com uma pergunta que lhes parece definidora: “Ah, é? Se ela sair, o que vem depois?” Eu também tenho uma questão: “E se ela ficar? O que vem depois?” Eis o ponto.

A primeira indagação tem múltiplas respostas a depender das circunstâncias. A segunda tem uma só: mais do mesmo, mas em queda. Caso a presidente venha a ser impichada, Michel Temer assume. Se a chapa for cassada pelo TSE –um processo longo– o chefe do Executivo será eleito diretamente ou pelo Congresso, a depender de quando se dê o duplo impedimento. Em qualquer hipótese, o custo da transição será menor do que o da conservação do nada.

[…]

E que se note: não advogo a interrupção do atual mandato apenas porque a presidente Dilma desmoraliza a candidata Dilma a cada ato e porque se mostra incapaz de elaborar uma agenda que dê ao país um mínimo de estabilidade. Por esse caminho, perde-se apenas a legitimidade –o que já é muito grave.

Ocorre que considero –coisa de que esta Folha absolutamente não está convencida, segundo li em editorial– que ela atropelou também a ordem legal e cometeu crimes de responsabilidade, no plural.

[…]

A imprensa não pode se furtar a redigir e a ler a narrativa histórica. Será que aquela que está em curso na Lava Jato, por enquanto, atribui aos devidos autores o peso real de seus atos? Será que a verdade do petrolão é compatível com a permanência de Dilma na Presidência? A resposta, que tem de ser dada na lei, é estupidamente óbvia.


Seja por razões éticas e legais, seja por questões econômicas e políticas, o fato é que o custo de insistir no status quo com Dilma e o PT no “comando” da nação é muitíssimo maior do que o de partir para uma mudança incerta após um impeachment. Não entrem nessa dos “jornalistas” a soldo do PT e de banqueiros que nunca lucraram tanto na vida, como agora com um governo de esquerda. Medo todos deveriam ter é se Dilma ficar até 2018!

Por Rodrigo Constantino

A Oligarquia contra o povo

Interrompo temporariamente as considerações teóricas da série “Ilusões democráticas” para analisar brevemente o atual estado de coisas.

A premissa básica para se chegar a compreender a presente situação política do Brasil é a seguinte: o PT não subiu ao poder para implantar o comunismo no Brasil, mas para salvar da extinção o movimento comunista na América Latina e preparar o terreno para uma futura tomada do continente inteiro pelo comunismo internacional.

É fácil comprovar isso pelas atas das assembléias do Foro de São Paulo, o qual foi fundado justamente para a realização desse plano.

Na operação, o Brasil exerceria não somente a função de centro decisório e estratégico, mas o de provedor de recursos para os governos e movimentos comunistas falidos.

No décimo-quinto aniversário do Foro, em 2015, o comando das FARC, Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, reconheceu em documento oficial que a fundação desse organismo pelo PT havia pura e simplesmente salvado da extinção o comunismo latino-americano, debilitado e minguante desde a queda do regime soviético.

Para a consecução do plano, era necessário que o PT no governo prosseguisse na aplicação firme e constante da estratégia gramsciana da “ocupação de espaços” e da “revolução cultural”, aliando-se, ao mesmo tempo, a grandes grupos econômicos que pudessem subsidiar e consolidar, pouco importando se por meios lícitos ou ilícitos, a instrumentalização partidária do Estado, o controle da classe política, a supressão de toda oposição ideológica possível e a injeção de dinheiro salvador em vários regimes e movimentos comunistas moribundos.

Basta isso para explicar por que o então presidente Lula pôde ser, numa mesma semana, homenageado no Fórum Social Mundial pela sua fidelidade ao comunismo e no Fórum Econômico de Davos pela sua adesão ao capitalismo, tornando-se assim o enigmático homem de duas cabeças que os “verdadeiros crentes” da direita acusavam de comunista e os da esquerda de vendido ao capitalismo. Mas as duas cabeças, no fundo, pensavam em harmonia: a confusão ideológica só podia favorecer aqueles que, por trás dos discursos e slogans, tinham um plano de longo prazo e a determinação de trocar de máscara quantas vezes fosse necessário para realizá-lo.

O plano era bom, em teoria, mas os estrategistas iluminados do comunopetismo se esqueceram de alguns detalhes:

1. Dominando a estrutura inteira do Estado em vez de se contentar com o Executivo, o partido se transformou no próprio “estamento burocrático” que antes ele jurava combater. Já expliquei isso em artigo anterior (v.http://www.olavodecarvalho.org/semana/150611dc.html).

2. O apoio dos grandes grupos econômicos o descaracterizava ainda mais como “partido dos pobres” e o identificava cada vez mais com a elite privilegiada que ele dizia odiar.

3. O uso maciço das propinas e desvios de verbas como instrumentos de controle da classe política tornava o partido ainda mais cínico, egoísta e desonesto do que essa elite jamais tivera a ousadia de ser. O PT tornou-se a imagem por excelência da elite criminosa e exploradora.

4. O PT havia sido, na década de 90, a força mais ativa nas campanhas que sensibilizaram o povo para o fenômeno da corrupção entre os políticos. Ele criou assim a atmosfera de revolta e até a linguagem do discurso de acusação que haveriam de fazer dele próprio, no devido tempo, o mais odioso dos réus.

5. A “revolução cultural”, a “ocupação de espaços” e a instrumentalição do Estado deram ao PT os meios de fazer uma “revolução por cima”, mas o deixaram desprovido de toda base popular autêntica. Ao longo dos anos, pesquisas atrás de pesquisas demonstravam que o povo brasileiro continuava acentuadamente conservador, odiando com todas as suas forças as políticas abortistas e a “ideologia de gênero” que o partido comungava gostosamente com a elite financeira e com o “proletariado intelectual” das universidades e do show business.

Desprovidas as massas de todo meio de expressar-se na mídia e de canais partidários para fazer valer a sua opinião, no coração do povo foi crescendo uma revolta surda, inaudível nas altas esferas, que mais cedo ou mais tarde teria de acabar eclodindo à plena luz do dia, como de fato veio a acontecer, surpreendendo e abalando a elite petista ao ponto de despertar nela as reações mais desesperadas e semiloucas, desde a afetação grotesca de tranqüilidade olímpica até a fanfarronada do apelo às “armas” seguido de trêmulas desculpas esfarrapadas.

A convergência de todos os fatores produziu um resultado que só pessoas de inteligência precária como os nossos congresistas, os nossos cientistas políticos e os nossos analistas midiáticos não conseguiriam prever: quando a mídia pressionada pelas redes sociais e pela pletora de denúncias judiciais desistiu de continuar acobertando os crimes do PT (voltarei a isto em artigo próximo), a revolta contra o esquema comunopetista tomou as ruas, nas maiores manifestações de protesto de toda a nossa História e, mesmo fora dos dias de passeata, continuou se expressando por toda parte sob a forma de vaias e panelaços, obrigando os falsos ídolos a esconder-se em casa, sem poder mostrar suas caras nem mesmo nos restaurantes.

As pesquisas mostram que o apoio popular ao PT é hoje de somente um por cento, já que seis dos famosos sete consideram o governo apenas “regular”, isto é, tolerável.

Como é possível que um partido assim desprezado, odiado e achincalhado pela maioria ostensiva da população continue se achando no direito de governar e habilitado a salvar o país mediante desculpinhas grotescas que, à acusação decrimes, respondem com uma confissão de “erros”?

Em que se funda o poder que o PT, acuado e desmoralizado, continua a desfrutar? Esse poder funda-se em apenas quatro coisas:

1. O apoio da oligarquia cúmplice.

2. A militância subsidiada, cada vez mais escassa, incapaz de mobilizar-se sem o estímulo dos sanduíches de mortadela, dos cinqüenta reais e do transporte em ônibus, tudo pago com dinheiro público.

3. O apoio externo, não só do governo Obama, dos organismos internacionais e de alguns velhos partidos da esquerda européia, mas sobretudo do Foro de São Paulo, já articulado para mover guerra ao Brasil em caso de destituição do PT.

4. Uma militância estudantil , também decrescente, que tudo fará pelas grandes causas idealísticas que a animam: drogas e camisinhas para todos, operações transex pagas pelo governo, banheiros unissex, liberdade de fazer sexo em público nocampus, reconhecimento do sexo grupal como “nova modalidade de família” etc. etc.

A base de apoio do PT é uma casquinha da aparências na superfície de uma sociedade em vias de explodir.

O único fator que realmente mantém esse partido no poder é o temor servil com que as forças ditas “de oposição” encaram uma possível crise de governabilidade e, sob a desculpa da “legalidade”, e da “normalidade democrática”, insistem em dar ao comunopetismo uma sobrevida artificial, encarregando a classe política de ajudá-lo a respirar com aparelhos ou pelo menos a matá-lo só aos pouquinhos, de maneira discreta e indolor.

Mas que legalidade é essa? Por favor, leiam:

Constituição Federal, Título I, Art. V, parágrafo único: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente.”

Será que o “diretamente” não vale mais? Foi suprimido? Os representantes eleitos adquiriram o direito de decidir tudo por si, contra a vontade expressa do povo que os elegeu? Só eles, e não o povo, representam agora a “ordem democrática”?

Senhores deputados, senadores, generais e importantões em geral: Quem meteu nas suas cabeças que a ordem constitucional é personificada só pelos representantes e não, muito acima deles, por quem os elegeu? Parem se ser hipócritas: defender “as instituições” contra o povo que as constituiu é traição.

A vontade popular é clara e indisfarçável: Fora Dilma, Fora PT, Fora o Foro de São Paulo! Contra a vontade popular, a presidente, seus ministros o Congresso inteiro e o comando das Forças Armadas não têm autoridade nenhuma.

Se vocês não querem fazer a vontade do povo, saiam do caminho e deixem que ele a faça por si.




Por Olavo de Carvalho

O legado do PT


Acontecerá o quê, caso Madame perca o mandato? Na hipótese de Michel Temer despencar com ela, se o Tribunal Superior Eleitoral anular as eleições do ano passado, teremos nova eleição para completar o período. No reverso da medalha, o vice assume se o Tribunal de Contas da União e o Congresso considerarem ter havido crime de responsabilidade nas contas do governo em 2014. Também fica em aberto a possibilidade de tudo continuar como está, ou seja, Dilma permanecer no governo até o fim.

E daí? Daí nada. É esse o destino que nos assola. O Brasil ficará igualzinho, pela falta de alternativas com relação ao futuro. Inexistem projetos no imaginário de nosso coletivo. Os políticos ficarão onde estão, buscando parcelas de poder para satisfazer-se e até para enriquecer. Os empresários correndo atrás do lucro. Os trabalhadores tentando sobreviver. A classe média equilibrando-se. Os religiosos imaginando uma outra vida.

Falta-nos um ideal comum. Um objetivo capaz de sobrepor-se à mesquinharia de todos os dias perseguindo a satisfação individual que nos separa. É o legado do PT que um dia propôs-se a construir uma nova sociedade. Doze anos no poder serviram para demolir esperanças e expectativas. Os companheiros não mudaram nada, apenas ocuparam espaços vazios.

Quando criado, o partido parecia pleno de entusiasmo. Tinha metas e objetivos. Os primeiros a cair fora foram os intelectuais. Depois a Igreja. Em seguida os líderes sindicais. Os trabalhadores. A juventude. Hoje, o PT resume-se a um aglomerado sem ideais. Carente de um programa em condições de sensibilizar e unir a massa à qual se dirigiu. Até o Lula perdeu sua razão de ser, transformado em pequeno burguês milionário a serviço dos que, no passado, imaginou extirpar. Por essas e outras, o PT começará derrotado nas eleições municipais do próximo ano. Depois, em 2018...





Por Carlos Chagas

Nova CPMF: o pixuleco da Dilma


O Brasil chafurdou no lamaçal. Não são “dificuldades momentâneas”, como tem dito a presidente Dilma Rousseff. Os anos de (des)governo do PT afundaram o país. Enquanto as famílias brasileiras estão mergulhadas na maior crise econômica desde os tempos do coronel Sarney, o cenário político revela que são cada vez mais escassas as mandiocas que alimentam os porcos de colarinho branco. No horizonte, os tamanduás da Operação Lava-Jato vasculhando os históricos escaninhos da corrupção e caçando os cupins que infestam a República.

O que fazer para amenizar os efeitos do desastre? O Governo Federal tem duas opções: reduzir drasticamente os gastos estratosféricos da máquina pública; ou, o pior dos caminhos, aumentar impostos. Adivinhe o que a presidente Dilma e sua intrépida trupe palaciana decidiram fazer? A clareza meridiana da resposta é equivalente à espantosa capacidade deste governo para falar barbaridades e promover bizarrices.

A proposta de criar uma nova Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF) — nossos eternos eufemismos: imposto chamado de contribuição; provisório que é permanente — chancela a desconexão da impopular presidente com a realidade. Considerando que seu (des)governo tem 39 ministérios — ela diz que irá reduzir para 29, sem fixar um tempo para tal medida —, garante salários babilônicos para cerca de 100 mil apaniguados em cargos comissionados de livre nomeação e que, apenas ilustrando o descalabro, para passar menos de 24 horas na Califórnia a comitiva presidencial contratou 25 motoristas e alugou 19 limusines, 3 vans, 2 ônibus e 1 caminhão ao custo de US$ 100 mil (cerca de R$ 355 mil), é um verdadeiro deboche o Palácio do Planalto cogitar o lançamento de uma nova CPMF ou qualquer outro imposto. Tudo isso sem falar nas dezenas de bilhões de Reais roubados ao longo dos últimos 13 anos em escândalos como o Mensalão, Petrolão, Eletrolão e tantos outros.

Cumpre ressaltar que, quando a CPMF foi extinta no final de 2007 por não cumprir suas atribuições na Saúde e ser desviada para cobrir despesas de outras áreas do Governo Federal, o então presidente da República, Luiz Inácio da Silva — vulgo “Lula” —, sob argumento de que a extinção causaria um rombo aos cofres públicos, determinou no dia 02 de janeiro de 2008 o imediato aumento da Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL) de 9% para 15% e do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), garantindo a manutenção da arrecadação dos R$ 40 bilhões anuais da CPMF.

Não podemos esquecer que o governo da presidente Dilma Rousseff também aumentou as mesmas alíquotas em 2015: no dia 21 de janeiro, por Decreto, dobrou o IOF, de 1,5% para 3%; e, no dia 21 de maio, através de Medida Provisória, elevou a CSLL de 15% para 20%. Tudo para cobrir o alto custo do câncer da corrupção, da roubalheira desenfreada que domina todas as esferas de administração pública no Brasil.

Agora, diante do maior escândalo de corrupção já verificado numa democracia ocidental e uma crise econômica e política de grande porte, a turma que ocupa o Palácio do Planalto tem a insolência de propor a recriação da CPMF. Especialista na criação de narrativas ludibriantes repletas de maquiagens publicitárias, o atual governo mudou o nome do famigerado “Imposto do Cheque”, concedendo-lhe o eufêmico título de Contribuição Interfederativa da Saúde (CIS). Além disso, para arrastar pelo cabresto governadores e prefeitos e garantir sua aprovação junto aos nauseabundos deputados e senadores brasileiros, o Governo Federal propõe dividir a estimada arrecadação de R$ 80 bilhões da CPMF repaginada com Estados e Municípios.

Tendo em vista os valores estarrecedores desnovelados pela Operação Lava-Jato, a já explosiva carga tributária brasileira e a comprovada inaptidão administrativa da atual ocupante da Presidência da República e seus asseclas, propor a criação de novos impostos é o mais veemente achincalhe contra os cidadãos deste país. Uma chufa da mesma natureza dos passeios de bicicleta da presidente — ela desistiu da bike? — enquanto é investigada por pedaladas fiscais, ou da tal Agenda Brasil, sobre a qual ninguém fala mais.

A resposta ao novo escárnio institucional é óbvia: o atual governo não tem legitimidade moral para criar mais impostos, quiçá uma nova CPMF, este excrescente pixuleco da Dilma. Sua manutenção na Presidência da República fica cada dia mais cara para o povo brasileiro.









Por Hélder Caldeira

Escritor e jornalista, é autor dos livros “Águas Turvas” e “A 1ª Presidenta”, entre outros.

Liberdade ainda que tardia


No melhor estilo “Pão e Circo”, as boas notícias e o clima favorável foram utilizados de maneira inescrupulosa e eleitoreira, de forma a garantir a perpetuação no poder.


Mais ou menos engajados, brancos ou negros, patrão ou empregado, participantes ou não de manifestações e panelaços, a sensação de mal estar é generalizada.

Estamos todos fartos, entojados do combo de ineficiência, mentira, omissão, corrupção, inflação, recessão e desemprego.

A que ponto precisaremos chegar?

O Brasil parece estar preso ao estigma do país do futuro.

Em um passado não muito distante, pensou-se que decolaríamos, como na imagem do Cristo estampada na capa da The Economist, e de fato, houve crescimento e desenvolvimento social.

Crescemos sim, com crédito farto e barato, incentivo ao consumo e surfamos noboom das commodities. Investimentos em infraestrutura e reformas ficaram em segundo plano.

No melhor estilo “Pão e Circo”, as boas notícias e o clima favorável foram utilizados de maneira inescrupulosa e eleitoreira, de forma a garantir a perpetuação no poder.

A ambição de transformar as conquistas de curto prazo em vantagens nas urnas, aliadas à intervenção e ao viés ideológico, resultaram no péssimo momento econômico e político que estamos vivendo hoje.

Mas porque a decolagem falhou? Afinal, o que impede o Brasil de avançar?

O peso do Estado que esmaga o cidadão e a arrogância populista de nossos líderes!

Em todo o mundo, observa-se uma correlação direta entre liberdade econômica e prosperidade.

Não há maior promotor de desenvolvimento do que o capitalismo.

O caminho para a prosperidade passa, pelo empreendedorismo.

Trabalhadores, patrões e empregados, livres para criar e investir, gerando riqueza, emprego e usufruindo do fruto de seu trabalho.

O estado nada produz. É moroso e corrupto. O cidadão não suporta mais trabalhar para sustentar a adiposa, anacrônica e ineficiente máquina pública.

É preciso desconstruir a cultura, muito enraizada na cabeça dos brasileiros, de que o Estado deve resolver todos os problemas.

Fundamentalmente, é preciso conscientizar o indivíduo sobre seu poder como agente de transformação da sociedade. Quanto mais pessoas com espírito empreendedor, melhor.

A Liberdade, além de um princípio constitucional, é uma aspiração humana universal. Não se engane, caro leitor: quanto maior for o Estado, menos livre será o cidadão.






Por Débora Roichman

A volta da CPMF não vai curar a saúde


Acreditar que, desta vez, o dinheiro seria totalmente aplicado no SUS é persistir no pensamento mágico que atrasa o país

A proposta do governo federal de recriar a CPMF, o antigo imposto do cheque, não poderia ter tido pior repercussão. É uma medida impopular e estabanada, por mais que seja vista pela eqiupe econômica da presidente Dilma como essencial para equilibrar o orçamento de 2016.

O que mais me incomoda, quando se discute de onde tirar dinheiro para financiar a saúde, é a dificuldade do governo de revelar suas intenções com todas as letras. A volta da CPMF é sempre uma carta escondida na manga, mas há um mês nem o ministro da Saúde Arthur Chioro era capaz de assumi-la publicamente.

Perguntei isso a ele, objetivamente, durante o programa Roda Viva, da TV Cultura.

ÉPOCA: Como resolver a equação do subfinanciamento da saúde? O senhor pensa em aumentar impostos ou retirar dinheiro de outras pastas?

A resposta foi aquele “nem sim, nem não” que em nada contribui para a informação dos brasileiros.

Arthur Chioro: Acho fundamental que a sociedade brasileira, o Congresso Nacional façam esse debate. O que está colocado para a população brasileira é uma definição para hoje, mas é para os próximos anos. É para o futuro. Que sistema de saúde nós vamos ter para uma população que está envelhecendo cada vez mais. Isso é concreto. É decisivo que a sociedade brasileira discuta. Qual é a fonte, a composição, isso é um debate que a sociedade tem que fazer. O Congresso tem que fazer.

Cristiane, só para te dar um exemplo: quando a CPMF foi extinta em 2007, se ceifou R$ 40 bilhões. Se a gente continuasse tendo a CPMF no orçamento do Ministério da Saúde, nós teríamos acumulado entre 2008 e o ano passado mais de R$ 350 bilhões. Um grupo de oposição, para fazer birra com o presidente, Lula extinguiu a CPMF, mas fez um grande crime de lesa-pátria contra a própria população brasileira.

Augusto Nunes: Mas o povo é contra a CPMF...

Arthur Chioro: Veja bem, Augusto. Eu não estou aqui fazendo a defesa da CPMF. Acho que temos que discutir o modelo de financiamento. Boa parte da classe D, E e mesmo da classe C estava livre da cobrança de CPMF. Na verdade, o que a gente tem são setores importantes da nossa economia que sabem que, no caso da CPMF (e o professor Adib Jatene sempre levantava isso), há a possibililidade do rastreamento das transações ilegais, da sonegação fiscal. Isso foi um dos motivos centrais, muito pouco debatido, para que se enfrentasse no Congresso Nacional – sem contar a luta política, que era contra o Lula, mas foi feita contra o Brasil, contra o SUS – que levou à extinção da CPMF. (...) O que precisamos discutir é se a sociedade quer ou não quer pagar um sistema universal de saúde.

(Confira o Roda Vida – o trecho citado está a partir de 29 minutos)


Essa discussão é urgente, mas precisa ser feita com total clareza de propósitos. Se queremos um sistema de saúde justo e de qualidade, precisamos sair do plano da politicagem e elevar a discussão ao nível técnico. Não dá para jogar o abacaxi do aumento de tributos sobre a população, de uma hora para outra, sem assumir que, com ou sem CPMF, a ideia do SUS universal (para todos) e integral (tudo para todos) é uma utopia diante da porcentagem do PIB que o Brasil aplica em saúde.

Muitos estudiosos da saúde pública sabem disso. Na semana passada, ouvi mais uma especialista falar sobre o tema durante um debate realizado na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. “Não é possível dar tudo a todos”, afirmou Lenir Santos, coordenadora do curso de Direito Sanitário da Universidade Estadual de Campinas. “Nenhum país que tem sistema de saúde universal oferece tudo a todos. É preciso definir os limites da integralidade. Escolher o que vamos garantir a todos”, disse.

Nenhum governo quer assumir o ônus político de dizer que não é possível dar tudo (toda e qualquer tecnologia) a todos. Mais cedo ou mais tarde, o Brasil terá de fazer escolhas. Vai precisar estabelecer um pacote de serviços, medicamentos e outras tecnologias e definir que todos os brasileiros – todos mesmo – terão acesso aos mesmos recursos.

Vai ser impopular, vai doer, mas é a única forma madura de fazer o SUS avançar em direção à qualidade e à justiça na distribuição de recursos. Achamos que a saúde pública funciona melhor no Reino Unido, na França e no Canadá? Pois é. Esses países fazem escolhas, em vez de fingir que o orçamento é um saco sem fundos capaz de prover tudo o que os cidadãos precisam.

No Brasil, a saúde pública vai de mal a pior por duas razões: má gestão e orçamento curto. O país aplica 9,7% do PIB em saúde. É pouco. Desse total, apenas 4,6% correspondem ao investimento público. A maior parte dos gastos é feita diretamente pelas famílias e pelas empresas que contratam planos de saúde.

Não é verdade que existe dinheiro de sobra e só não recebemos bons serviços porque ele é roubado descaradamente. Convivemos com desvios criminosos e aberrações administrativas, mas, ainda assim, o dinheiro que a sociedade brasileira investe em saúde não é suficiente para oferecer o mítico “tudo a todos”.

O SUS continuará cheio de desigualdades enquanto não aceitarmos essa verdade inconveniente. É preciso conhecer e aceitar a realidade até mesmo para entender que soluções emergenciais como Mais Médicos, Mais Especialidades, Mais Isso e Mais Aquilo são como curativos colados sobre ferimentos infectados. Para curar de verdade o sistema, o melhor a fazer é lavá-lo e deixá-lo exposto e bem arejado.

Falar em volta da CPMF sem a devida transparência é cutucar a ferida. Principalmente depois de uma experiência traumática. Antes da extinção do imposto, em 2007, o Brasil viu boa parte dos recursos ser desviada para outros fins. Acreditar que, desta vez, o dinheiro seria totalmente aplicado em saúde é persistir no pensamento mágico que atrasa o país.





Por Cristiane Segatto

A CPMF é uma extorsão oficial


A CPMF é um roubo. Quem disse isso foi Lula, no governo de Fernando Henrique. Depois, já presidente, mudou de ideia


A CPMF é um roubo. Uma usurpação dos direitos do trabalhador. Quem disse isso foi Lula, no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso. Lula foi a Brasília denunciar o imposto extorsivo sobre o cheque. Mas Lula ainda era oposição. Em 2007, presidente do Brasil, mudou radicalmente. Comparou a CPMF à salvação da pátria. Citou Raul Seixas para explicar que ele, Lula, era uma metamorfose ambulante.

Tudo é mentiroso na CPMF. A começar pelo nome: Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras. É uma trapaça ao idioma. “Contribuições” costumam ser voluntárias – a palavra contribuir vem do latim e significa “ter parte numa despesa comum”. Foi chamada de “provisória” mas virou “permanente” até ser derrubada em 2007, numa derrota fragorosa de Lula no Senado.

Ao se referir a “movimentações financeiras”, parece punir os ricos, os que movimentam mundos e fundos. Não. É um imposto sobre cada cheque emitido, recebido, depositado. É um confisco direto sobre as transações bancárias e comerciais, sobre as compras no supermercado. É uma assombração e uma bitributação, porque já pagamos o IOF, o Imposto sobre Operações Financeiras – que, aliás, foi aumentado quando a CPMF acabou, em 2007. É tão matreira que se paga CPMF até no ato de pagar os impostos.

Oremos e lembremos o que Lula disse em 2007. “Estamos perdidos sem a CPMF.” “Se os senadores votarem contra a CPMF, temos de mostrar quem é o responsável de deixar milhões de pessoas sem esse programa (o Bolsa Família).” “Todo mundo sabe que o Estado brasileiro não pode viver sem a CPMF.” Sabem o que Lula fez para tentar aprovar a continuidade da CPMF há oito anos? Liberou R$ 500 milhões de verbas para senadores. O mesmo que Dilma fez nesta semana.

A CPMF é um imposto tão impopular que precisa de uma cirurgia plástica invasiva para se tornar palatável. Primeiro, muda-se o nome. Vira CIS: Contribuição Interfederativa da Saúde. Ah, ela se tornaria, portanto, um “imposto do bem”. Quem pode ser contra ajudar o SUS, combater a penúria dos hospitais públicos, reduzir as filas de doentes? Quem? O duro é o dinheiro chegar lá. Pois uma década de CPMF não mudou o caos da Saúde.

Mais uma mentira, mais uma extorsão, mais uma imoralidade num país de pixulecos e pinóquios. Quem, em sã consciência, acredita que os impostos beneficiam os pobres no Brasil? A CPMF ludibriou até mesmo um de seus criadores, o ex-ministro da Saúde Adib Jatene. Ele se demitiu ao perceber que a verba caíra no colo do Tesouro.

O maior sonegador de todos é o Estado brasileiro. O Estado sonega da população o que arrecada de nós, os contribuintes. Dilma quer ressuscitar a CPMF para cobrir o maior rombo do governo central desde 1997 – mais de R$ 9 bilhões –, divulgado na quinta-feira. A CPMF é portanto um oportunismo de princípio, meio e fim.

Dilma, além de liberar meio bilhão de reais para parlamentares, também prometeu repassar aos Estados e municípios uma parcela dos R$ 80 bilhões por ano que seriam arrecadados com a nova CPMF. A promessa deixou assanhadinhos os governadores e os prefeitos – todos pensando no bem público.

Há duas maneiras de equilibrar um orçamento. Sabemos disso dentro de casa. Ou se cortam gastos ou se aumenta a renda. Os brasileiros cortam gastos. Não roubam dos vizinhos. Não roubamos de quem tem menos que nós, porque eles estão com a corda no pescoço. Aliás, não roubamos porque é crime.

Oi, Planalto! Os brasileiros estão inadimplentes, desempregados. O programa federal mais popular hoje é o Minha Casa Minha Dívida. Não dá para criar mais imposto. Precisa desenhar? Dilma, corte R$ 80 bilhões em sua ilha da fantasia. E não venha com essa desculpa esfarrapada de que não sabia, no ano passado, a gravidade da crise.

Vi uma cena, no programa Bom dia Rio, na TV Globo, de cortar o coração. Para agendar o recebimento do seguro-desemprego, homens e mulheres têm passado a noite inteira ao relento, deitados sobre papelões improvisados. Como eles se sentem? “Eu me sinto humilhado”, disse um deles. Os pedestres passam ao largo, achando que são todos moradores de rua, pedintes.

A volta da CPMF é a maior pauta-bomba surgida até agora. Mostra o desespero de um governo que obriga os outros a decretar falência, a fechar seus negócios, a se reinventar, mas que continua a aumentar os gastos além da inflação.

A sociedade civil deveria aproveitar para exigir transparência no destino dos impostos que já pagamos. Prestação de contas. Nós merecemos. Só vemos deputados, senadores, juízes ganhando reajustes superiores à inflação. Mais de 22 mil cargos comissionados no Executivo, 39 ministérios, uma barafunda no aparato do Estado. Nós não merecemos.






Por Ruth de Aquino

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Volta da CPMF é uma proposta "absurda", diz CNI


Governo petista, após destruir as finanças públicas, quer avançar ainda mais sobre nosso bolso

Os jornais afirmam que o governo estaria estudando uma proposta para ressuscitar a CPMF, e um técnico da equipe do ministério da Fazenda teria feito elogios ao imposto “eficiente”. Nada mais falso. A CPMF é um imposto que incide em cascata, punindo toda a cadeia produtiva. Pode ser de fácil fiscalização, mas só na cabeça intervencionista dos petistas seria desejável arrecadar ainda mais tributos no Brasil de hoje.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nota oficial condenando a proposta, que chamou de “absurda”. Um setor que já sofre na pele com o Custo Brasil, incapaz de competir em pé de igualdade com o restante do mundo por conta dos obstáculos criados pelo governo, sofreria mais um duro golpe com a volta da CPMF. Diz a nota:

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia como “absurda” a proposta que vem sendo analisada pelo governo de reeditar a Contribuição Provisória para Movimentação Financeira (CPMF). O retorno do tributo, extinto em 2007, vai aumentar custos e tirar ainda mais a competitividade do setor produtivo, o que pode elevar o desemprego no país. A elevação da carga tributária, que passa de 35%% do Produto Interno Bruto (PIB), vai na contramão do mundo, que reduz juros e impostos para tornar suas economias mais competitivas. A confederação defende que a retomada do equilíbrio das contas públicas deve ser feito pelo corte de gastos públicos, e não pelo aumento de impostos.

“Somos completamente contra a reedição da CPMF e qualquer tipo de elevação da carga tributária. Vamos lutar contra porque pesa no bolso de toda a sociedade. Precisamos de corte de gastos públicos para retomar o equilíbrio das contas públicas e não de aumento de impostos”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. Para Andrade, a CPMF é de má qualidade e incide de forma cumulativa na cadeia produtiva.

Ao reintroduzir mais uma fonte de cumulatividade de impostos, o Brasil estaria se distanciando do objetivo de aperfeiçoar seus sistema tributário e criando um paradoxo. De um lado, anuncia reformas para eliminar disfunções do PIS/Cofins e ICMS e de outro propõe uma nova distorção.


Quanto às mudanças no PIS/Cofins, há controvérsias se as reformas serão positivas mesmo. O governo garante que são neutras do ponto de vista de arrecadação, mas estudos apontam para aumento de até R$ 50 bilhões. De fato, alguém acha que, nesse momento, o governo ia mexer em impostos se não fosse para aumentá-los? Por que o governo não oferece estudos mais completos mostrando que realmente não haverá incremento na arrecadação com as mudanças?

Eis o fato: o PT destroçou as finanças do governo, jogou o país numa baita crise econômica, e agora, em vez de reduzir de forma drástica seus gastos e realizar reformas estruturais, prefere avançar sobre nossos bolsos. E ainda faz isso com um “ortodoxo” no comando da Fazenda, que é para dar um respaldo de seriedade ao ato simples e indecente de subir impostos num país cujo governo já arrecada quase 40% do PIB, muito a fundo perdido. É um absurdo mesmo!



Poe Rodrigo Constantino

Pixuleco 171, o herói inflável


Lula ficou revoltado com Pixuleco, um boneco inflável de 12 metros de altura que apareceu em Brasília nas manifestações do dia 16. Pixuleco é uma caricatura de Lula com roupa de presidiário e a inscrição "13-171" (leia mais em Personagem da Semana). A sátira motivou uma nota oficial do Instituto Lula, afirmando que o ex-presidente nunca fez nada de errado e só foi preso na ditadura militar por defender as liberdades. Nunca antes um ex-presidente da República polemizou com um boneco inflável - que veio desinflar o mito de Lula. E, quando isso se consumar, acabará a bateria da marionete que governa o Brasil.

Lula está indignado, porque a indignação é seu disfarce perfeito. Um dia ele já se indignou de verdade, mas, quando notou que o figurino do injustiçado chorão lhe dava poderes mágicos, não vestiu mais outra roupa. Lula manda no Brasil há 12 anos e continua se queixando da opressão - fórmula perfeita para eleger uma oprimida profissional, que luta dia e noite contra uma ditadura encerrada 30 anos atrás.

Hoje, há quem diga que essa ditadura foi profética ao prender Lula: atirou no que via e acertou no que ainda não existia. É evidentemente uma piada. O autoritarismo militar não tem graça, e Lula não estava destinado a ser o Pixuleco 171.

Quem lhe reservou esse destino, quase sem querer, foi ele mesmo.

Lula não se enrolou por banditismo. Se enrolou por mediocridade. Foi muito pobre e, ao se aproximar do poder, mais forte do que o impulso de combater a pobreza foi o instinto de se vingar dela. Vingança pessoal, bem entendido. Não resistiu aos convites do poder como status, como ascensão social. Quem conviveu com ele nos primeiros anos de palácio se impressionou com os charutos, os vinhos caros e demais símbolos de riqueza. Um ex-operário fascinado pela opulência dos magnatas. Isso não costuma dar certo. Não para um político.

Luiz Inácio da Silva é um cara simpático, engraçado. Não tem o olhar demoníaco de um Collor, que exala prepotência e crueldade. Mas, assim como a imensa maioria dos companheiros petistas, tem uma noção visceral de sua mediocridade. Os companheiros morrem de medo de sua própria covardia. Daí o desespero com que se agarram às tetas do Estado, com a forte desconfiança de que não serão capazes de mamar em outra freguesia. Talvez até alguns fossem capazes - Lula muito mais do que Dilma, por exemplo mas eles mesmos não acreditam. E não pagam para ver. Ou melhor: pagam para não ver.

E pagam bem. A República do Pixuleco é possivelmente um dos mais formidáveis sistemas de corrupção da civilização moderna - se é que se pode chamar isso de civilização. Um sistema montado sobre um trunfo infalível em sociedades infantilizadas e sentimentaloides: a chantagem emocional. Lula da Silva chora, e os corações derretidos ficam cegos para tudo - inclusive para o saque a seus próprios bolsos. O Brasil está sendo roubado de forma obscena há 12 anos pelos coitados, e não se sabe mais quantos exemplares de Joaquim Barbosa e Sergio Moro serão necessários para o país enxotar o governo criminoso.

A Lava Jato já evidenciou: as campanhas presidenciais de Lula e Dilma foram abastecidas com dinheiro roubado da Petrobras. Enquanto Lula batia boca com o boneco inflável, explodia a confissão de Nestor Cerveró sobre o uso de propina do navio-sonda Vitória 10 000 para a campanha de Lula em 2006. O próprio Instituto Lula que foi visto polemizando com o Pixuleco é uma central de arrecadação de cachês milionários do ex-presidente, oficialmente para palestras pagas por grandes empreiteiras - as mesmas que ganham obras no exterior graças ao lobby do palestrante.

Não é que o impeachment de Dilma seja uma saída legítima - ele é a única saída legítima, se os brasileiros ainda quiserem salvar suas instituições da pilhagem desenfreada. A legalidade no país leva todo dia um tapa na cara das trampolinagens companheiras sucessivamente reveladas e expostas, escatologicamente, à luz do sol. Dilma é a representante oficial da pilhagem - e só os covardes duvidam disso.

Se o Brasil tiver vergonha na cara, cercará o Congresso Nacional e o "encorajará" a fazer o que tem de ser feito. Se ficar em casa chupando o dedo, talvez o país tenha de ser libertado por um boneco inflável.




Por Guilherme Fiuza

A ignorância é uma dádiva



A presidente Dilma Rousseff escolheu mais uma vez recolher-se ao conforto que a supina ignorância dos fatos proporciona a quem a alega para justificar por que não tomou as medidas necessárias para evitar que o País se esboroasse. Em entrevista a três jornais na última segunda-feira, convocada às pressas para tentar explicar uma reforma administrativa confusa e oportunista, Dilma quis convencer os leitores de que “não dava para saber” no ano passado o tamanho da crise econômica. Ao dizer isso, ela torna a apostar que todos os brasileiros são mais alienados da realidade do que ela.

De tão recorrente, a estratégia de Dilma de dizer que “não sabia” se tornou o bordão de seu governo. O caso da Petrobrás é exemplar. Embora na última década ela tenha ocupado cargos que lhe davam poder suficiente para saber o que se passava em cada sala dos escritórios da principal estatal brasileira – foi ministra de Minas e Energia, presidiu o Conselho de Administração da Petrobrás e chefiou a Casa Civil, além de ter se tornado presidente da República com fama de especialista em energia, durona e centralizadora –, Dilma alegou, candidamente, que desconhecia o processo de destruição da empresa, que envolvia a corrupção de vários de seus principais executivos e bilhões de reais desviados. “Eu não tinha a menor ideia de que isso acontecia na Petrobrás”, declarou ela ao Estado em setembro de 2014.

Agora, mantendo esse padrão, Dilma declara que não sabia do envolvimento de petistas no escândalo do petrolão. “Eu não imaginava. Fui surpreendida. Lamento profundamente”, disse a presidente na mais recente entrevista, emulando seu criador, o ex-presidente Lula, que, na eclosão do escândalo do mensalão, deu essa inesquecível declaração aos brasileiros: “Quero dizer a vocês, com toda a franqueza, eu me sinto traído. Traído por práticas inaceitáveis das quais nunca tive conhecimento. Estou indignado pelas revelações que aparecem a cada dia, e que chocam o País”.

Mas Dilma admite ser ignorante não apenas em relação à corrupção que carcome seu governo à vista de todos. Para espanto geral, a “gerentona” petista disse, a respeito da crise econômica, que errou ao ter “demorado tanto para perceber que a situação poderia ser mais grave do que imaginávamos”. E ainda tentou dividir com seus governados o fardo de sua ignorância, ao dizer que “ninguém imaginava isso”.

Ora, os dados a respeito da degradação da economia, fruto das políticas irresponsáveis de uma presidente que atropelou, uma a uma, todas as regras da boa administração, estavam disponíveis para quem estivesse disposto a vê-los. Já em meados do ano passado, a arrecadação federal apresentava queda, e as contas do governo sobreviviam com Refis e pedaladas. A crise que Dilma só agora admite ver não começou ontem.

Dilma tinha uma eleição a ganhar e, conforme suas próprias palavras, ela se sentiu autorizada a fazer “o diabo” contra seus adversários, atribuindo-lhes a intenção de tomar medidas de austeridade que ela mesma agora é obrigada a adotar. Não se pense, contudo, que a petista se emendou.

Todas as decisões que tomou para contornar a crise são meros truques para tentar engambelar a plateia. O ajuste fiscal, que já era tímido, foi escalpelado no Congresso graças à desastrada condução política de Dilma. E agora a presidente diz que aceita cortar Ministérios – medida que, durante a campanha eleitoral, ela classificou de “lorota”.

Como de hábito, Dilma não sabe quais pastas serão suprimidas, mas calcula que serão fechados cerca de mil dos 22,5 mil cargos comissionados. Isso dá apenas 5% do total – uma taxa de desemprego de apaniguados bem menor do que a enfrentada pelos brasileiros em geral, que caminha para os dois dígitos.

Diante de tudo isso, não há razão para crer que, embora finalmente tenha se dado conta dos imensos problemas do País, Dilma tenha decidido fazer o básico para resolvê-los. Ao contrário: com suas decisões erráticas, motivadas pela desesperada necessidade de se manter no poder, a presidente tende a perenizá-los.




Editorial do Estado de São Paulo - 26/08/15

Os antecedentes


Quem comparar o que a presidente Dilma falava há um ano e o que ela disse esta semana concluirá que são duas pessoas. O que dizia é o oposto do que diz. Os casos de divórcio entre a então candidata e os fatos foram muitos na campanha. No “Jornal Nacional” do dia 19 de agosto de 2014, Dilma afirmou que a inflação era zero e que pelos “indicadores antecedentes” o país estava retomando o crescimento.

Em entrevista aos três maiores jornais na segunda-feira, Dilma disse: “Fico pensando o que é que podia ser que eu errei”. Ela mesma respondeu que o erro foi ter demorado tanto a perceber a crise. Em seguida, justifica o erro. “Não dava para saber em agosto. Não tinha indício de uma coisa dessa envergadura.”

Exatamente naquele agosto, em que a presidente acha que não dava para saber, o jornalista William Bonner fez a seguinte pergunta para ela, com riqueza de dados e indícios de crise de grande envergadura:

“A inflação anual, neste momento, está no teto daquela meta estabelecida pelo governo, está em 6,5%. A economia encolheu 1,2% no segundo trimestre deste ano e tem uma projeção de crescimento baixo para o ano que vem. O superávit deste primeiro semestre foi o pior dos últimos 14 anos. Quando confrontada com esses números a senhora diz que é a crise internacional. Aí, quando os analistas dizem que 2015 vai ser um ano difícil, um ano de acertos de casa, que é preciso arrumar a economia brasileira e, portanto, isso vai impor sacrifício, vai ser um ano duro, a senhora diz que isso é pessimismo. E aí eu lhe pergunto: a senhora considera justo, olhando para os números da economia, ora culpar o pessimismo, ora culpar a crise internacional pelos problemas? O seu governo não tem nenhum papel, nenhuma responsabilidade nos resultados que estão aí?”

Dilma respondeu:

“Bonner, primeiro, nós enfrentamos a crise, pela primeira vez no Brasil, não desempregando, não arrochando os salários, não aumentando os tributos, pelo contrário, diminuímos, reduzimos e desoneramos a folha. Reduzimos a incidência de tributos sobre a cesta básica. Nós enfrentamos a crise, também, sem demitir. Qual era o padrão anterior...”

Bonner: “Mas o resultado, no momento, é muito ruim, candidata.”

Dilma: “Não, o resultado no momento, veja bem...”

Bonner: “Inflação alta, indústrias com estoques elevados, ameaça de desemprego ali na frente.”

Dilma: “Veja bem, Bonner. Eu não sei, eu não sei da onde que estão seus dados, mas nós estamos...”

Bonner: “Da indústria, candidata.”

Dilma: “Nós temos duas coisas acontecendo. Nós temos uma melhoria prevista no segundo semestre. Vou te dizer por quê.”

Bonner: “Isso não é ser otimista em contrapartida ao pessimismo que a senhora critica?”

Dilma: “Não. Não. Você sabe, Bonner, tem uma coisa em economia que chama os índices antecedentes. O que que são os índices antecedentes? A quantidade de papelão que é comprada, a quantidade de energia elétrica consumida, a quantidade de carros que são vendidos. Todos esses índices indicam uma recuperação no segundo semestre, vis-à-vis ao primeiro. Além disso, a inflação, Bonner, cai desde abril, e, agora, ela atinge, hoje, se você não olhar pelo retrovisor e olhar pelo que está acontecendo hoje, ela atinge 0%. Zero.”

Este é um exemplo. Em todas as entrevistas, Dilma foi confrontada com os dados, em todas ela os negou e atacou adversários que apontavam a necessidade de ajuste, que defendiam o corte de ministérios e a redução dos gastos do governo. Era possível saber. Difícil era ignorar os abundantes indicadores antecedentes de que o Brasil estava entrando numa crise pelos erros cometidos pelo governo.

A distância da realidade continua, ainda agora. Na entrevista de segunda-feira, ela defendeu o ex-presidente Lula e disse que a oposição incentiva contra ele uma “intolerância inadmissível”. E acrescentou: “A intolerância é a pior coisa que pode acontecer numa sociedade, porque cria o “nós” e o “eles”. Isso é fascismo.” Quem mais incentiva essa divisão é o grupo político da presidente. Aliás, houve um comício em 2014 em que o ex-presidente Lula gritou do palanque: “agora é nós contra eles”. Isso depois de citar como sendo “eles” dois nomes de jornalistas: o de William Bonner e o meu.

Assista o vídeo. Link abaixo.







Por Miriam Leitão

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Marxismo cultural: o Cristianismo dentro de uma revolução


O comunismo é o inimigo satânico do cristianismo.
A. W. Tozer


Parece que o gigante está acordando, ainda que lentamente, ainda que tardiamente. O tema do Marxismo Cultural está entrando nas pautas e sua nociva influência começa agora a ser denunciada de modo mais constante. Graças aos esforços iniciais solitários do professor Olavo de Carvalho, a percepção de uma revolução silenciosa em curso começa a fazer barulho. Ele teve coragem de amarrar o gonzo no pescoço do gato e este agora já não consegue se achegar tão sorrateiro. Temos de dar honra a quem a merece.

Que o marxismo é anticristão em sua essência e terrivelmente mortal em sua história não é novidade para qualquer pessoa de bom senso que conheça o mínimo de teologia cristã e um pouco dos acontecimentos do século XX. Mas a estratégia adotada pelos teóricos comunistas para fazer triunfar sua fé ideológica no Ocidente tornou o inimigo invisível e imperceptível. Eles inverteram o percurso. Ao invés da derrubada violenta do poder político para dominar e moldar a cultura, a vitória viria pela transformação da própria cultura, segundo os moldes marxistas. Isso seria feito de modo sutil e lento até que a sociedade estivesse pronta para aceitar passivamente o domínio totalitário comunista como salvação messiânica.

Escola de Frankfurt, Antonio Gramsci (este principalmente), Georg Lukács, entre outros, foram as mentes que conceberam e disseminaram as sementes de morte em nossa cultura. Esses intelectuais pensaram, escreveram e agiram para inserir no Ocidente o pensamento pró marxista. E funcionou. O dragão vermelho do comunismo logo começou a ser acariciado como um gato persa e mimado pelos intelectuais como a cura incontestável para todos os males humanos.

Hoje, símbolos religiosos são violentados sexualmente em plena praça pública, com o dinheiro público e ninguém acha isso anormal. Em um país com grande maioria cristã, a Bíblia e os valores cristãos são diariamente difamados nas escolas e universidades fomentando discriminação e ódio. E isso diante de uma platéia repleta de cristãos. Total silêncio.

Apesar de o comunismo ter assassinado mais de cem milhões no século XX, os livros escolares silenciam e dessa forma uma versão mutilada da história é apresentada à nova geração. Ainda que o socialismo produziu miséria por onde passou é louvado nas cátedras como redentor. Ao invés das críticas merecidas, recebe apologia constante.

E o pior de tudo. Mesmo o marxismo sendo ateu, materialista, darwinista e anticristão, encontrou entre os cristãos não apenas quem o defendesse, mas ainda quem se utilizasse de seus conceitos para fazer teologia! Isso não é amar o inimigo. É se prostituir com ele!

Um país onde você encontra marxismo defendido inconteste em escolas, universidades, livros, jornais, política e igrejas, ao mesmo tempo em que se diz que o comunismo morreu, com certeza é um país onde o marxismo cultural já triunfou.

Se acreditamos que as Escrituras Sagradas revelam a verdade absoluta sobre quem é Deus, sobre quem nós somos e sobre o que o mundo é, percebemos que estamos envolvidos em uma atmosfera pútrida que sufoca nossa alma cristã. Se a moral cristã sobre sexo e família é o padrão divino para a humanidade e estamos sendo criminalizados por acreditar nela, então algo está bem errado. Se o ensino religioso é proibido nas escolas e os símbolos religiosos proibidos em repartições públicas, enquanto algo sinistro como a ideologia de gênero é fomentado e empurrado goela abaixo no sistema educacional, há algo errado.

Nada disso é coincidência. É pura estratégia. É fruto de décadas de marxismo cultural, desde que Antonio Gramsci começou a ser publicado no Brasil na década de 1960.

Dormimos e o inimigo não semeou o joio. Semeou a erva daninha, o parasita que deseja sufocar e destruir todos os conceitos cristãos que sustentamos. Essa cultura de morte quer nos fazer acreditar que nossas crenças e nossa moral não passam de preconceitos arcaicos a serem escondidos bem fundos em nossas vidas privadas, enquanto eles expõem seus conceitos como verdades eternas.

Quando uma maioria esmagadoramente cristã está vivendo esmagada por uma cultura sutil ou declaradamente anticristã é difícil perceber que alguma coisa está muita errada.





Por Pr.Eguinaldo Hélio de Souza

Elogiemos as pessoas decentes


“Todo homem decente se envergonha do governo sob o qual vive”.
H. L. Mencken


Nunca antes na história deste País as pessoas decentes foram tão ultrajadas, depreciadas, caluniadas, desrespeitadas e atacadas justamente por causa do seu caráter.

O que explica os ataques verbais diários e as ameaças de violência física lançadas contra a parcela da população que protesta contra um governo corrupto que instrumentaliza o Estado em benefício de uma minoria de aliados e apadrinhados?

A Marcha das Margaridas foi financiada com dinheiro público, assim como o churrasco que reuniu meia dúzia de pelegos no Instituto Lula. Já os protestos dos “coxinhas” reuniram centenas de milhares de pessoas que protestaram de graça contra Dilma.

Detalhe: em São Paulo mais de 800 mil pessoas foram voluntariamente se manifestar contra o Dilma e o PT: não teve churrasco, pão com mortadela ou dinheiro público.

Penso que é justamente isso o que perturba os petistas: eles sempre usaram movimentos sociais, sindicatos e entidades compráveis e compradas para usar o povo mais pobre como gado, mas agora, visivelmente, perderam o controle das ruas.

Se o movimento contra Dilma fosse formado por sindicatos e entidades tradicionais, suas lideranças certamente estariam, neste momento, negociando benesses, verbas e cargos em Brasília em troca de mais flexibilidade e de um discurso moderado.

É este o modus operandi da vagabundagem sindical: atacar, negociar, assoprar.

Mas nem toda a mortadela ou dinheiro do mundo pode comprar quem não se vende. É o que tira o sono dos mandatários e seus aliados: gente na rua com quem não se negocia.

São trabalhadores, estudantes e profissionais liberais, jovens, adultos, idosos, de todas as camadas sociais, que não dependem de esmolas do governo para viver – ao contrário da pilantragem organizada dos sindicatos e entidades que vivem às nossas custas.

O governo Dilma planeja aumentar impostos, ameaça direitos previdenciários e trabalhistas, e coloca seus papagaios no Senado para defender a proposta de uma “nova CPMF”.

Porém, para horror das pessoas que trabalham e pagam impostos, Dilma mantém os 39 ministérios que custam R$ 400 bilhões por ano, metade disso usado na folha de pagamento de cerca de 100 mil cargos de confiança – dos quais a gente sempre desconfia.

Tudo isso pago pelo povo e contra a vontade do povo. Apenas um mau caráter como o ministro Edinho Silva é capaz de afirmar publicamente que as pessoas que protestam contra toda essa podridão têm como objetivo defender o fim da democracia.

Apenas um governo flagrantemente indecente faz do seu porta-voz um deputado cujo assessor foi flagrado com dinheiro escondido na cueca (José Guimarães).

É hora de dizer claramente que o Brasil hoje se divide não entre tucanos e petistas, coxinhas e militantes, mas simplesmente entre pessoas decentes e aquelas sustentadas pelo governo.

Os que protestam nas ruas são atacados pela mídia, pelas autoridades públicas, sindicatos, artistas da TV e até por cardeais do PSDB. Mas não desanimam ou retrocedem da luta.

Não importa. A verdade é esta: as pessoas decentes sempre se envergonham do governo sob o qual vivem. E não há churrasco ideológico que dê jeito nisso.






Por Thiago Cortês
Jornalista.

O sonho da Belíndia: Fies, Universidades Federais e os cortes de 2015



Busca por excelência? Ainda não. Primeiro as Universidades Federais precisam de dinheiro... ao contrário da Índia!


Tanto o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) quanto as universidades federais tiveram verbas cortadas este ano. Com relação ao ano passado, a perda no Fies foi de R$ 1,526 bilhões, uma diminuição de 18,57%. Mas uma medida promulgada em julho propõe repor essa verba.

As universidades federais perderam, apenas do dinheiro para sua manutenção, R$ 307 milhões – cerca de 8% a menos do que em 2014. O percentual é altíssimo se considerarmos que esta é a verba para coisas básicas, como pagar conta de luz e funcionários terceirizados de segurança e limpeza. (Essa comparação de gastos é de janeiro a julho de 2014 com janeiro a julho de 2015, feita através do Siga Brasil.)

O corte no Fies atinge universidades privadas e estudantes que passam no vestibular, mas não têm dinheiro para pagar a mensalidade. O corte nas federais atinge estudantes que obtêm nota suficiente no Enem para o ingresso, podendo contar com a ajuda do sistema de cotas.

As universidades federais terão mais dificuldade para seus gastos voltarem ao normal. Há um motivo simples para isso e outro não tão simples.

O motivo simples é a força das universidades privadas para pressionar o governo federal. No começo do ano, o ex-ministro da Educação, Cid Gomes (então do PROS), excluiu do Fies as faculdades que reajustaram o valor da mensalidade acima de 4,5% em 2014. A decisão foi logo revista para deixar no Fies as faculdades que redefiniram este valor em até 6,4%.

Outra medida que mostra como Kroton, Estácio de Sá e outras universidades têm poder de fogo é o crédito extraordinário de R$ 5,1 bilhões estendido ao Fies em Junho.

Ao menos em parte por causa da falta de verbas, 39 das 63 universidades federais estão em greve. Ano passado, os reitores foram quase unânimes para declarar apoio à reeleição da presidente. Agora os professores e funcionários das federais estão divididos: entram em greve e impõem custo político ao governo ou engolem o sapo e esperam a crise passar?

A dissonância resulta da falta do que o cientista político Dinsha Mistree chama de “responsividade lateral” (lateral accountability). Ao contrário das responsividades horizontal (entre organizações de diferentes tipos) e vertical (entre um chefe, como o presidente, e as organizações a ele subordinados), a “responsividade lateral” é aquela entre agências burocráticas do mesmo tipo – universidades públicas, por exemplo.

Na Índia, argumenta Mistree, a excelência em certo tipo de universidade se dá por conta da competição entre essas instituições para serem as melhores. É “cada uma por si” apenas no que se refere à busca por excelência acadêmica, pois o governo indiano não deixa faltar dinheiro (ao menos nesta área).

Mas as universidades públicas brasileiras enfrentam um problema anterior à busca por excelência, como estamos vendo neste ano. No Brasil, a busca ainda não é para ser “a melhor das federais”, mas sim por verbas para seu funcionamento básico. Depois será possível pensar no resto. Quem sabe um dia seremos uma Belíndia?





Por Sergio Praça