Os formadores de opinião, apresentadores de telejornais e os demais mortais têm visões distintas sobre como tratar a questão do “furto, trambique, propina, comissão, rombo, desvio,” havida na PETROBRAS.
De um lado, há os que desejam chegar aos verdadeiros responsáveis de acordo com a unanimidade governamental apegada à expressão “doa a quem doer”, trombeteada aos quatro ventos, mas via instituições policiais e judiciárias e menos pelo Congresso Nacional. Detestam a CPI e dela fogem como o diabo da cruz. Dizem que vira pizza.
Há os que aplaudem as atividades da Polícia e da Justiça, mas são francamente favoráveis aos trabalhos das CPI, claro que postas em prática com liberdade e, não manietadas pelo governo que também é alvo das acusações de irregularidades juntamente com o PT timoneiro da nau Brasil que não navega com a segurança necessária a seus passageiros.
Há ainda os que para proteger a PETROBRÁS da ambição estrangeira de destruí-la, apregoam que há uma armação ilimitada do capital internacional como peça fundamental para atingir tal propósito.
Resta uma penumbra sobre a possível ligação entre a gente do capital internacional, os agentes internos da PETROBRAS, do governo central e seus tentáculos no Congresso Nacional, e os empreiteiros.
Há dúvidas quanto aos prejuízos causados à empresa mor dos brasileiros? Alguém acha que não houve, a repetir o mensalão do PT? Com quadrilha ou sem quadrilha? Se há manipulação nos valores das ações, especulação e banditismo nas bolsas é outro problema a ser vasculhado.
O ponto crucial do mal feito é apurar o valor do rombo, punir os responsáveis e conseguir o ressarcimento dos prejuízos. Nunca fácil e pouco visto em se tratando de prisão dos criminosos e muito menos no retorno dos recursos financeiros aos cofres públicos.
Desejar a CPI e o julgamento dos culpados, não pressupõe se associar aos interesses internacionais e pretender a privatização da PETROBRAS ou até mudar a sua denominação para PETROBRAX.
Ora, se a CPI deu certo e chegou ao fim com o afastamento do ex-presidente Collor de Mello, aclarando caminhos e patenteando lições, por quais razões desprezar valoroso ensinamento?
Há que lembrar o clamor da nação nas ruas para demonstrar a insatisfação que hoje, muito maior, permeia na sociedade na intensa velocidade dos Megabits. Mais fácil o “vem p’ra rua” você também. Defender a família, a liberdade e exigir a probidade na gestão da coisa pública. Com o seu cartaz-protesto no cabo da vassoura, do rodo. Na camiseta. Fora corruptos!
Os caras-pintadas fizeram o seu papel. Transformaram fatos e fotos em História. Movimento pacífico que pode se repetir. Tudo a favor da PETROBRAS abraçada com ardor patriótico, laço verde-amarelo no coração, na mente e no rosto. Sem colocar o capuz do vandalismo. Na cara e na coragem. A rua é o caminho para moralizar o serviço público e chegar ao voto consciente para eleger o político que sirva à sociedade e não ao indivíduo ou a si próprio e apaniguados.
E, em especial, manifestar forte apoio à determinação e independência do Juiz Sergio Moro na versão brasileira da Operação Mãos Limpas, italiana.
CPI também é remédio e deu resultado. Com efeitos colaterais se preciso.
Por Ernesto Caruso
Nenhum comentário:
Postar um comentário