terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O crime como escolha individual


Normalmente, a esquerda adota uma visão sobre a criminalidade que retira quase integralmente a responsabilidade individual do criminoso. Ou seja, trata os bandidos como “vítimas da sociedade”, reduzindo tudo ao aspecto material, como se a criminalidade fosse fruto da falta de alternativas.

Essa visão é, para começo de conversa, ofensiva para com os pobres, maioria formada por cidadãos corretos, ordeiros e trabalhadores. Em segundo lugar, ao não implicar o sujeito em seus atos, anula qualquer chance de recuperação do marginal, que deve começar pelo reconhecimento doloroso dos próprios erros.

Uma reportagem da Veja desta semana de Leslie Leitão sobre Playboy, um dos bandidos mais procurados do Brasil, o chefão do tráfico e do roubo de carga que controla uma importante favela sob a conivência de policiais corruptos, deixa claro o aspecto da escolha no crime. Afinal, Playboy era um bom aluno de classe média, que tirava notas boas no Colégio Laranjeiras. Diz a matéria:


O caso remete ao de Marcola, o bandido que citava filósofos em entrevistas. Playboy denota certo estudo, segundo a entrevistadora, e sem dúvida alguma poderia ter tomado outro caminho em sua vida. Ninguém pode alegar que foi falta de oportunidade que o levou para o crime.

Ele chegou a entrar para a Aeronáutica, graças a um padrinho militar, mas foi expulso por roubo. Sua irmã é funcionária de uma multinacional. “Não havia nada que pudesse indicar que ele se tornaria um criminoso”, diz um amigo de adolescência que hoje é empresário.

Enfim, enquanto não aceitarmos que a criminalidade pode muito bem ser um ato de volição, ficaremos reféns de uma mentalidade que tira a culpa dos ombros do bandido e a joga para a “sociedade”. Onde entra o livre-arbítrio?

Justamente por compreenderem isso, os liberais e conservadores, ao contrário dos esquerdistas, clamam por punições mais severas e consideram a impunidade o maior convite ao crime. É preciso reduzir o prêmio do crime e aumentar seus riscos, para que ele seja menos atraente do ponto de vista racional do indivíduo. O crime é também uma escolha.





Por Rodrigo Constantino

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