segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Atributos de um homem de Deus


A viúva de Sarepta, dirigindo-se ao profeta Elias, disse: “Agora sei que és homem de Deus…” (1Rs 17.24). Quais foram os atributos desse homem de Deus?

Em primeiro lugar, Elias foi um homem que andou na presença de Deus (1Rs 17.1). Elias era um homem desconhecido, de uma família desconhecida, de um lugar desconhecido, mas um homem levantado por Deus em tempo de crise política e apostasia religiosa. Elias apresentou-se ao ímpio rei Acabe, para trazer-lhe uma palavra de juízo. Porque Israel estava rendido à idolatria, servindo a Baal, o deus da prosperidade”, Deus fechou as comportas do céu e as chuvas foram retidas por três anos e meio. A seca implacável não foi apenas um fenômeno da natureza, mas um juízo divino ao povo rebelde. Elias disse ao rei: “Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra”. Elias é um homem de Deus, porque vive na presença de Deus em vez de andar segundo os ditames do mundo.

Em segundo lugar, Elias foi um homem que orou por grandes causas (1Rs 17.19-22). Inobstante Elias ser um homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos (Tg 5.17), foi poderosamente usado por Deus tanto na oração como na pregação. Elias falou a Deus e falou ao povo. Ele orou com instância para não chover, e não choveu (Tg 5.17). Ele orou, e o filho único da viúva de Sarepta ressuscitou (1Rs 17.19-22). Ele orou e o fogo do céu caiu, numa retumbante demonstração do poder de Deus diante da impotência dos ídolos (1Rs 18.36-39). Ele orou e o céu deu chuva novamente (Tg 5.18; 1Rs 18.42-45). Tiago ilustrou o princípio bíblico: “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo”, inspirado na vida de Elias (Tg 5.16). Escasseiam-se em nossa geração os homens de oração. Precisamos não apenas de homens cultos e influentes na sociedade, mas, sobretudo, de homens conhecidos no céu, homens de oração. Nosso maior anelo é que se levantem, em nosso tempo, homens que tenham a humildade de se dobrarem diante de Deus, para que tenham a coragem de se levantarem diante dos homens.

Em terceiro lugar, Elias foi um homem que corajosamente confrontou o pecado (1Rs 17.1; 18.18; 18.21). Elias não foi um profeta da conveniência. Não fez do seu ministério uma plataforma de relações públicas. Jamais negociou a verdade. Nunca deixou de atacar firmemente as fortalezas do pecado. Anunciou o juízo de Deus sobre a nação apóstata. Confrontou o perverso rei Acabe, chamando-o de perturbador de Israel. Denunciou a atitude covarde do povo que vivia coxeando entre dois pensamentos. Desafiou os profetas de Baal, expondo aos olhos da nação a inoperância de seus ídolos. Precisamos de homens que tenham coragem de denunciar o pecado no palácio e na choupana. Na política e na religião. Na vida dos líderes e dos liderados.

Em quarto lugar, Elias foi um homem em cuja boca a palavra de Deus era a verdade (1Rs 17.24). A viúva de Sarepta ao ver seu filho morto retornando à vida pela oração de Elias, afirmou: “… a palavra de Deus na tua boca é verdade”. Uma coisa é pronunciar a palavra de Deus; outra coisa é ser boca de Deus. Nem todas as pessoas que proclamam a palavra de Deus são boca de Deus. O profeta Jeremias diz que aqueles que são boca de Deus arrependem de seus pecados, andam na presença de Deus e apartam o precioso do vil (Jr 15.19). E. M. Bounds disse, com razão, que homens mortos tiram de si palavras mortas e palavras mortas matam. Lutero dizia que sermão sem unção endurece os corações. Nas palavras de Jonathan Edwards, precisamos de homens que tenham luz na mente e fogo no coração. Homens que conheçam não apenas a respeito de Deus, mas, sobretudo, conheçam a intimidade de Deus.

Que os homens presbiterianos, sigam as mesmas pegadas do profeta Elias, e sejam, em nossa geração, verdadeiros homens de Deus!




Por Hernandes Dias Lopes

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