A grande mídia hegemônica busca capturar o discurso, a agenda do consenso imposto, e de tal forma é onipresente que dita o conteúdo político, ideológico, econômico, determina padrões, como a tese e a antítese das discussões que viajam em torno do planeta na velocidade das fibras óticas e redes televisivas que com exceções repetem monotonamente o mesmo padrão de ideias seja na cosmopolita Londres como no simples município alagoano de Girau do Ponciano.
É a vida instantânea, o consumo do obsoleto meteórico onde causas e produtos podem ser esquentados, quase sempre, como numa espécie de forno micro-ondas multiuso ou como diz o sociólogo Zygmunt Bauman, a (pós) modernidade líquida.
Mas existe o mundo que nos é imposto e o real por mais que a governança global, as instituições internacionais capturadas reposicionadas sob seus interesses e do capital financeiro internacional, procurem nos fazer enxergar o contrário.
Falam do tempo das oportunidades, que o acesso às informações estão ao alcance de todos, no computador, nas interações “democráticas” via redes sociais etc.
Mas a cultura e as artes de valor universal são relegadas às calendas, acessíveis apenas a um seleto grupo de iniciados ou de imenso poder aquisitivo.
Eric Hobsbawm, o historiador, alertou-nos ao final do século 20 que as novas gerações estavam sendo forjadas numa espécie de presente contínuo, sem referência com o passado e perspectiva em relação ao futuro.
A lavagem cerebral midiática global esconde-nos que jamais houve tantas guerras regionais no planeta, movidas pelos mesmos interesses financeiros, a mesma grande potência, em qualquer outra época da humanidade, ou que cerca de 500 mil jovens mulheres, inclusive brasileiras, são mantidas em regime de escravidão na Europa ocidental forçadas a venderem seus corpos.
É a sociedade da inclemência que os povos necessitam transformar pela via das utopias realizáveis.
Por Eduardo Bomfim
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