Por: Carlos Chagas
No fundo da discussão, para Dilma, estavam os mais recentes números divulgados pelo Datafolha: Marina vence no primeiro e no segundo turno por diferença de dez pontos, por enquanto.
Mil tratados serão escritos a respeito das causas de tão profunda reviravolta no quadro sucessório. Cada um que selecione seu cientista político preferido, mas não haverá como fugir da evidência: o eleitor se identifica em Marina. Como candidata a vice, não aparecia e não empolgava, sequer servia de contraponto à arrogância e à soberba de Dilma. Com a tragédia atingindo Eduardo Campos, virou o jogo: Marina reivindicou a candidatura, que recebeu de modo natural. Era o que o cidadão comum não estava esperando mas recebeu como um presente: uma candidata igual a todos nós.
Alega-se, no ninho dos tucanos e no bunker do PT, que em um mês as coisas poderão mudar. Na teoria, claro. Na prática, muito difícil. As tendências, quando se firmam, não costumam desaparecer. Marina é uma delas.
Importa menos saber de ela vai proibir a implantação de hidrelétricas, se vai subsidiar o etanol ou voltar à energia nuclear. A verdade é que caiu no gosto popular. Para o PT,Lula, Dilma e penduricalhos, fica a lição maior da humildade: ninguém é insubstituível…
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