Por Jorge Oliveira
Em um país como o Brasil onde os poderes vivem mergulhados numa crise moral não é estranho que Paulo Maluf se compare a Jesus ao ser chamado de ladrão. Procurado em mais de 100 países, Maluf, símbolo de corrupção e do desmando público, é o que existe de mais podre no mundo político. Mesmo com todas essas acusações de desvio de dinheiro nas costas, o deputado continua prestigiado pelo ex-presidente Lula, seu consultor político em São Paulo.
Lula é hoje uma espécie de confidente e amigo do peito de Maluf. Para eleger Haddad prefeito de São Pauloele não pensou duas vezes em trazê-lo para sua companhia. O encontro foi nos jardins da mansão do deputado, quando os três posaram para fotos e para o registro de imagens de TV. Na eleição para governador deste ano, novamente Lula tentou atrair Maluf para o seu lado. Dessa vez, porém, o deputado dispensou a sua companhia e homiziou-se em outro grupo político.
Mesmo com a candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral por crime de corrupção, Maluf continua desfilando pelos bairros de São Paulo em campanha com o número 1111. Por onde passa é chamado de “ladrão”, “vagabundo”, “canalha”, “quadrilheiro”, “safado”. Mas nada disso abala o comportamento cínico do candidato que, além dele, já envolveu toda família no mafuá da corrupção.
Em um país sério, Maluf certamente já estaria atrás das grades pelos danos causado não só aos cofres públicos mas também ao processo democrático brasileiro quando menospreza o sistema político, a democracia. Ele é o símbolo vivo da falência das nossas instituições, do Judiciário, do Parlamento e do Executivo. É com este senhor, uma das fichas mais sujas do país, que o PT se aliou para permanecer na política.
Paulo Maluf percorre São Paulo a bordo de um jipe cabalando volto para Dilma que diz ser sua parceira. Grita a plenos pulmões pelas ruas de São Paulo que é cabo eleitoral de Lula e dos petistas, um escárnio para um partido que até pouco tempo atrás acenava com a bandeira da luta contra a corrupção. Durante anos, o PT sustentou seu discurso nas mazelas e nas denúncias dos desvios de recursos de Maluf em São Paulo. E hoje, ambos – Maluf e Lula – dividem a mesma mesa, a mesma ideologia e os mesmos interesses políticos.
Ao se comparar a Jesus, Maluf despreza os milhões de cristão brasileiros. Quer se dizer injustiçado e se vitimizar dos vários crimes que pesam contra ele no Brasil e no exterior. Despreza as instituições políticas brasileiras e desafia a Justiça mais uma vez a prendê-lo, retirá-lo do sistema eleitoral quando, mesmo condenado pelo TSE, continua desfilando em carro aberto pedindo votos para ele e para Dilma pelas ruas paulistas.
O nosso “Jesus” brasileiro, se não for contido no seu ímpeto de desrespeito e desonra ao povo brasileiro, ainda vai muito longe. Até ser algemado e depositado em uma cela, ainda vai cometer outras blasfêmias senis até o último suspiro para felicidade do Brasil e dos eleitores de São Paulo.
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