sábado, 27 de setembro de 2014

Com as listas divulgadas, será barro no ventilador



Por Carlos Chagas

Inusitados sempre acontecem, em períodos eleitorais. Ainda agora a tragédia que levou Eduardo Campos virou a sucessão presidencial de cabeça para baixo, sendo que Marina Silva ainda aparece como favorita no segundo turno, mesmo tecnicamente empatada com Dilma Rousseff.

Como falta uma semana para o primeiro turno, é bom manter um pé atrás. O que aconteceria, por exemplo, se alguma publicação semanal ou diária divulgar mais uma lista de supostos políticos corruptos, com novos deputados, senadores, dirigentes partidários e até ministros?

Prejudicada estaria a presidente Dilma, enfraquecendo-se o turbilhão de agressões que ela desencadeia sobre Marina. Como o PT, já atingido em suas candidaturas a governador e para o Congresso, não deixaria de sentir o golpe. Mas se além do PT, PMDB e PP estiverem arrolados outros partidos como participantes da corrupção? Seria barro no ventilador caso a delação premiada de Alberto Youssef envolvesse o PSDB. Coitado do Aécio Neves. Na hipótese de os petardos caírem no telhado do Partido Socialista, sua candidata fatalmente perderá votos.

Os depoimentos do doleiro estão sendo colhidos, como parecem já encerrados os do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, também explosivo, já tendo provocado baixas na base de sustentação do governo e no próprio ministério. Que a lista vai vazar, não se duvida. Resta saber quando, se antes ou depois de encerrado o processo eleitoral. Apesar do sigilo, algum agente da Polícia Federal ou integrante do Ministério Público dará com a língua nos dentes. E quando as delações premiadas passarem ao crivo da Justiça?

Em suma, as campanhas eleitorais prosseguem sob a égide do medo. Do pavor, até, em se tratando de políticos candidatos ao Congresso e aos governos estaduais porventura referidos pelos dois bandidos. Porque mesmo se eleitos, muitos implicados na lambança da Petrobras poderão ter rejeitadas suas diplomações, posses e até cassados durante o exercício de seus mandatos. Bem feito.

A HORA DA VERDADE

A uma semana do primeiro turno, chegou a hora de os institutos de pesquisa ajustarem seus números para não passar vexames e perder clientes das próximas eleições. Tem sido sempre assim. Em especial na escolha dos governadores, resultados parciais tem sido “ajustados”, mas aproxima-se a hora da verdade, quando o eleitorado costuma desmentir parte das consultas divulgadas. Sempre haverá o artifício de dizer que foi eleitorado que mudou…

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