Excelente a entrevista nas páginas amarelas de Veja desta semana com João Pereira Coutinho (*). Duda Teixeira conseguiu extrair do entrevistado um ótimo resumo de qual a postura típica de um conservador “de boa estirpe”, aquela da linhagem britânica pela qual tenho profundo respeito e apreço.
Na primeira resposta, Coutinho reage com humor ao preconceito tão difundido contra o conservadorismo em nosso país:
E como não rir (para não chorar) dessa situação pitoresca, em que um comunista ainda pode se dizer comunista sem problemas, mesmo após tudo o que o comunismo fez, mas um conservador anda esgueirado pelos cantos, olhar atento, como se tivesse acabado de matar um pobre inocente em praça pública?
O conservador é, antes de tudo, um cético quando se trata da natureza humana. Condena a ideia de perfectibilidade de nossa espécie, e desconfia de todas as utopias redentoras. Justamente por saber que “somos todos macacos”, entende que o político também é um “macaco” e que, portanto, precisa ter o poder bastante limitado.
Coutinho chama a atenção para a esquizofrenia do povo brasileiro ao considerar a classe política em geral corrupta, enquanto defende mais estado como solução para todos os problemas, como se o estado fosse administrado por seres celestiais, e não pelos próprios políticos. Sobre nossa “presidenta” e o autoritarismo em geral, coloca o dedo na ferida ao constatar ser um caso de narcisismo infantil:
(*) José João Pereira Coutinho é jornalista, escritor, historiador e comentador e cientista político português.
É professor da Universidade Católica Portuguesa e comentador do Correio da Manhã e da TVI24.
Rodrigo Constantino
É professor da Universidade Católica Portuguesa e comentador do Correio da Manhã e da TVI24.
Rodrigo Constantino
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