terça-feira, 23 de setembro de 2014

O Governo do justo



Por Bispo Átila Brandão

“Eu sei das muitas maldades e dos graves erros que são cometidos. Maltratam as pessoas honestas, aceitam dinheiro para torcer a justiça e não respeitam os direitos dos pobres.” Amós 5:12

O homem, corolário da criação de Deus, teve o privilégio de receber como presente do seu Criador, utilizando do seu próprio corpo, a mulher, após isto, Deus instituiu a família, abençoando o casamento, e, estabeleceu o Seu Plano Cultural, constante de 4 pré-requisitos basilares:

a) Crescer ; b) Multiplicar ; c) Povoar toda a terra, e, d) GOVERNAR!

Adão, era justo, filho e servo do Deus Altíssimo, por esta razão, cabia a ele, e, tão somente a ele, o DIREITO DE GOVERNAR. Mas, infelizmente Adão, usando da faculdade do arbítrio, resolveu bandear-se para o time do diabo, e, entregou à satanás, o seu direito inalienável, consagrado numa Cláusula Pétrea da Constituição do Governo de Deus, a Bíblia, o Governo do Planeta Terra!

Satanás, astuto, mentiroso, falso, trambiqueiro, corrupto e corruptor, e vendedor de ilusões, conseguiu infiltrar-se na IGREJA DO SENHOR JESUS CRISTO, através do joio e incutiu na cabeça de alguns “ líderes” evangélicos que política é do diabo, muitos deles não só concordaram com o maligno, mas, também, se tornaram instrumentos do inferno para disseminar essa falsa semente.

Política não é do diabo. Política é de Deus! Do diabo é a politicagem e a politicalha chã, rasteira, degradante, deprimente, sórdida, malévola, infernal, revanchista, dominadora, difamatória, caluniadora, denuncista, falsa, corrupta e corruptora, clientelista, nepotista, nefasta e nefanda, baseada no brocardo de Alexandre Magno: “Nenhuma cidade fortificada resiste a um burro carregado de ouro.”

O Deus da Bíblia criou a Política e criou o Político (observe que as iniciais são maiúsculas, como Maiúsculo é o Criador), e, isto Aristóteles entendeu quando declarou: “Andro Zoo Politikon” e, Thomaz de Aquino arrematou: “O homem é um animal social e um ser sociável.”

O dramaturgo alemão Bertolt Brecht, no seu poema: O ANALFABETO POLÍTICO, assim leciona: “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio, dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.

Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio dos exploradores do povo.

Politika (Gr.) significa os negócios públicos do estado. O substantivo Politikê, é a arte de governar a cidade.

Pessoas há que pensam que um evangélico não deve entrar na política, ou seja, não deve participar do processo de administração da coisa pública. Tal assertiva é eminentemente diabólica, e, razão disto não encontra, sequer, qualquer respaldo bíblico, senão, veja-se:

1 - O profeta Daniel, “Homem Mui Desejado”, era um Estadista, administrando a coisa pública, num governo cheio de idolatria e paganismo;

2 – Daniel tão logo assumiu o cargo solicitou do Rei, postos para três prefeitos, e neles colocou seus três piedosos companheiros: Sadraque, Mesaque e Abdnêgo (Dan. 2: 48,49).

3 – O que dizer de José do Egito, Gen. 41:38-42 ?

4 – E de Mardoqueu que se tornou o segundo no Reino de Assuero, Ester 10:3? É conveniente lembrar que, todos os líderes do Antigo Testamento eram envolvidos com os negócios do Estado.

É um falso argumento, portanto, o dizer de alguns de que crente não se deve envolver com política. DEVE, SIM! Não é o salvo em Cristo sal da terra e luz do mundo? E, em Filipenses 4: 13: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece.” O Profeta Daniel, que orava três vezes ao dia, era envolvido com a maquiavélica política babilônica, mas, resolveu, no seu coração, não se contaminar. Por quê? Então, pessoas evangélicas hoje não podem envolver-se com a administração da nossa Cidade, do nosso Estado e do nosso Brasil?

É uma falsa teologia!

Na Oração Sacerdotal, Jesus disse: “Não rogo que os tire do mundo, mas que os livre do mal” João 17: 15.

Outros há que argumentam que não deve, pois que, quando o crente entra na Política, corrompe-se. Mentira deslavada! O crente jamais se corrompe, em qualquer que seja a situação ou lugar. Quando se corrompe, é porque nunca foi crente, sempre foi corrupto ou corruptor, se dantes nunca houvera demonstrado, é porque nunca se lhe foi dada uma oportunidade.

O crente está no mundo, como o barco está nas águas, há perigo quando em qualquer atividade se deixa entrar água no barco de sua vida, ou da sua fé, pois, em toda e qualquer ocupação ou atividade humana, há pessoas desonestas. Vemos, por exemplo, alguns que se intitulam crentes e que roubam nos Dízimos e nas Ofertas, estes, de certo, se corromperiam, porque já demonstram ser , desde agora. É certo que o nosso País vive lambuzado de corrupção por todos os lados, mas, por isso, não devemos mergulhar num pessimismo irreversível, nem devemos simplesmente amaldiçoar as trevas sem, ao menos, acendermos uma vela.

A Eleição

O crente não deve fugir, sob nenhuma alegação do seu dever cívico de sufragar nas urnas da democracia o seu Irmão (Deut. 17: 15, comp. Gal. 6: 10) e, na ausência deste, aquele que melhor se aproximar do Senhor. Falar em anular votos não é consentâneo com a Bíblia! O voto é uma arma para ser usada. Ademais, o crente já fez um dia a decisão, não pode, doutra sorte, nunca mais, tornar-se indeciso, diante de qualquer que seja a situação.

O seu voto deverá visar a, sempre, ajudar a expansão do Reino de Deus, aqui na Terra, e, nunca dar uma mãozinha a satanás, votando naqueles que o rabudo deseja levantar como cabeça, quando, na realidade, deveriam ser caudas.

Seu voto deve ser sempre livre, nunca comprado pelo diabo por um benefício qualquer, porque tudo que você faz é para a Glória de Deus, e, seu voto é do Senhor e do Seu Reino. Muitos corruptos e vendilhões do Corpo do Senhor negociam o seu voto, e muitas vezes, o da Igreja de Cristo, por tijolos, bancadas, instrumentos musicais, telhas, veículos, etc. “movidos pela ganância, e com palavras fingidas, eles farão negócio de vós.” II Pedro 2:3.

Em a Nova Aliança no Sangue do Senhor Jesus Cristo, Jesus resgatou, também, o Plano Cultural de Deus, instituído ab initio para o homem, ampliando a sua eficiência e a sua eficácia:

Crescer, tanto em estatura, quanto em conhecimento, em graça, e em espiritualidade. (Lucas 1:80)

Multiplicar, tanto do ponto de vista humano, reproduzir, quanto do ponto de vista espiritual, o crescimento em proporções geométricas de Sua Igreja na terra. (Atos 16:5).

 Encher toda a terra, o conhecimento de Deus encherá toda a terra como as águas cobrem o mar.(Habacuque 2:14).

Governar: Em Cristo somos Reis (governantes) e Sacerdotes, e, somos luz do mundo, ninguém, pois, acende uma candeia e a coloca debaixo da mesa, mas, põe-na no VELADOR (na parte mais alta da casa, no teto; na parte mais alta da rua, no poste ou na parte mais alta da sociedade, nos mais altos cargos da administração pública). (Mateus 5:15)

Deus sonha em estabelecer na terra o Governo do Justo, alguém justificado pelo Senhor Jesus Cristo, e, escolhido por Deus para governar, sendo governado pelo Dono do Mundo, porque o governo é Dele, como Dele são todas as coisas, porque por Ele e para Ele foram criadas as coisas, e nada do que foi criado, foi criado sem Ele. (Romanos 11:36)

Em Isaías 9:6, está essa certeza “ Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, o GOVERNO está sobre seus ombros, e o seu nome será : Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”.

E mais: “Quando o justo governa, o povo se alegra; mas quando o ímpio governa, o povo CHORA”.(Provérbios 29:2).

E, mais ainda: “ As árvores foram ungir para si um rei. E disseram à oliveira: Reina tu sobre nós .E disse-lhes a oliveira (ao pé de azeitona): Deixaria eu o meu óleo , que Deus e os homens em mim prezam, e iria me preocupar com as árvores? Então disseram as árvores à figueira (ao pé de figo): Vem tu e reina sobre nós.Mas a figueira disse: Deixaria eu minha doçura e meu bom figo, e iria me preocupar com as árvores? E disseram as árvores à videira (ao pé de uva): Vem tu e reina sobre nós. E a videira lhes disse: Deixaria eu meu vinho que agrada a Deus e aos homens e iria me preocupar com as árvores? E todas as árvores disseram ao espinheiro:Vem tu e reina sobre nós.E disse o espinheiro às árvores: Se realmente me ungis rei sobre vós, vinde, e abrigai-vos debaixo de minha sombra. Mas, se não, saia fogo do espinheiro e consuma os cedros do Líbano”. (Juízes 9:8-15)

Ademais: “não devereis eleger sobre vós alguém que não seja vosso irmão mas elegereis alguém que o Senhor teu Deus escolher”. Deuteronômio 17:15

Em I Samuel 16:1b Deus diz ao Profeta Samuel “Enche o seu vaso de azeite e vai a casa de Jessé, o belemita, porque dentre os filhos dele, Eu já escolhi um para governar o meu povo.

O que a Bíblia está nos ensinando nesse versículo é que Deus fala com o Profeta e lhe mostra a quem Deus escolheu para governar, só aí então o profeta derrama na cabeça do escolhido de Deus o azeite da Santa Unção. Hoje, em 2010, no terceiro milênio, no século 21, você já aprendeu na Bíblia, que você na terra é um profeta de Deus e para ungir seu irmão, o escolhido de Deus, para governar, você tem de usar o azeite da santa unção. Hoje, esse azeite é aquilo que todo o povo conhece e si chama do título de eleitor, é com ele que você unge o governante, é com ele que no Estado Democrático de Direito como o nosso, você elege aquele que vai governar sobre você.

“São estas as últimas palavras de Davi: Diz Davi, filho de Jessé, e diz o homem que foi levantado em altura, o ungido do Deus de Jacó, e o suave em salmos de Israel. O Espírito do SENHOR falou por mim, e a sua palavra está na minha boca. Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou: Haverá um justo que domine sobre os homens, que domine no temor de Deus. E será como a luz da manhã, quando sai o sol, da manhã sem nuvens, quando pelo seu resplendor e pela chuva a erva brota da terra”. (II Samuel 23:1-4)

“Para que o ímpio não governe e não exista quem engane o povo”. (Jó 34:30)

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