quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Por que Dilma não paga o preço de suas mentiras sobre a economia?

Na entrevista ao Bom Dia Brasil em 22/09 (gravado em 21/09), Dilma não apenas mentiu sobre questões relacionadas à corrupção, como também sobre economia. Veja detalhes a partir do Transparência Política:




O embate mais forte se deu quando a petista foi questionada sobre a piora da inflação em seu governo e seus ataques à proposta de um Banco Central independente , da adversária Marina Silva (PSB). Em suas respostas, Dilma disse que o Banco Central americano, o Federal Reserve, independente, enfrenta ameaça de deflação –inflação abaixo de zero, um sintoma de recessão econômica. Conforme apontou a jornalista Míriam Leitão, espera-se uma inflação em torno de 2% neste ano nos EUA.

A presidente e a entrevistadora também divergiram quando Míriam afirmou que a Alemanha, a despeito da crise europeia, deverá crescer 1,5% neste ano, acima do 0,3% esperado no Brasil. Dilma disse que a Alemanha está crescendo 0,8%. Essa, no entanto, é a taxa de expansão no segundo trimestre do ano.

A presidente também se equivocou ao dizer que a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), feita pelo IBGE, não apura desemprego. Com metodologia diferente da pesquisa mensal de emprego também do IBGE, a Pnad calculou desemprego de 7,1% em todo o país no primeiro trimestre do ano, enquanto a pesquisa tradicional, limitada às seis principais regiões metropolitanas, apurou taxa de 4,9% em abril.

Dilma disse ainda, sobre o desemprego, que “ninguém tem no mundo taxa de 4,9%”. Vários países têm taxas semelhantes ou inferiores, casos de China, Japão, Rússia, Coreia do Sul, Áustria, Suiça, Tailândia e outros.

Durante a entrevista, Dilma afirmou que a redução da participação dos bancos públicos inviabilizaria a realização de obras de infraestrutura no país. A presidente também afirmou que o Brasil está na defensiva na área econômica e depende de uma melhora na economia dos Estados Unidos para voltar a crescer.

Questionada sobre se estava satisfeita com o crescimento econômico brasileiro, Dilma apenas respondeu “não”. “O Brasil está na defensiva para proteger os empregos, salários e investimentos. Protegemos isso porque apostamos em uma retomada, em que vamos mudar de defensiva para ofensiva”, disse.


No entanto, para que isso aconteça, Dilma afirmou que o país depende de um crescimento dos Estados Unidos. “A gente tem de ver como que evolui a crise. [...] Os Estados Unidos evoluindo bem eu acho que o Brasil pode entrar numa outra fase, que precise de menos estímulos. Pode ficar entregue à dinâmica natural da economia, e pode, perfeitamente, passar por uma retomada”, disse.

Enfim, a imagem de Dilma já está construída. Só falta agora ser propagada. Além da imagem de incompetência e corrupção (ainda não explorada adequadamente pela oposição), temos a imagem da mitomania.

Há um problema gravíssimo relacionado a esse comportamento, pois mentir sobre números e apregoar vantagens inexistentes é uma forma de não precisar fazer realizações efetivas. Só que pessoas sofrem com isso. Vidas são destruídas. O uso de números falsos é uma forma de afronta ao cidadão. Ela simplesmente joga as vítimas de seu descaso governamental para debaixo do tapete.

É fácil ilustrarmos essa depravação. Segundo o DIEESE, a taxa de desemprego supera os 10%. Mas o governo mente ao dizer que a taxa de desemprego é somente 5%. Isso é um cuspe na cara de todos os 5% ignorados na informação governista. Em suma, até quando o povo brasileiro vai tolerar este tipo de acinte?

Mas também existe outro tipo de provocação: a da oposição, que não cobra de Dilma o preço por mentir tanto nos termos mais fortes possíveis. Agindo assim, eles colaboram para que ela passe ilesa mesmo que sua turma aja de forma tão vil contra o povo.

Se Dilma pode ser facilmente pressionada por mentir tanto, a oposição pode ser pressionada da mesma forma a cobrar o preço dos governistas.

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