domingo, 28 de setembro de 2014
Fraude eleitoral à vista?
Por Jorge Serrão
Até quinta-feira que vem, dia 2 de outubro, lobistas, grandes empresários e estrategistas de campanha terão a valiosa confirmação de quem tem chances efetivas de ganhar e perder a eleição presidencial brasileira. Os petistas nunca estiveram tão apreensivos, contrariando as pesquisas amestradas que apontam o triunfo reeleitoral de Dilma Rousseff. De acordo com essas enquetes, indutoras do voto, a Presidenta pode vencer até no primeiro turno! Isto é incrível!
Analistas com um mínimo de bom senso avaliam que a vitória fácil de Dilma logo no primeiro só é possível se houver fraude eleitoral. Seja pela manipulação do resultado em um sistema eletrônico de votação dogmático, sem chance de auditoria e recontagem impressa de voto - nem por amostragem. Ou pela costumeira e vergonhosa compra de votos nos grotões de pobreza, onde muitos eleitores fantasmas assombram o pleito, junto com outros que têm títulos eleitorais duplicados. Tal denúncia já foi feita, mas o País da piada pronta nada leva a sério.
Apesar da marketagem com a numerologia claramente manipulada das pesquisas, a eleição parece estar aberta, com a ligeira vantagem de Dilma Rousseff, que tem a máquina a favor dela e recursos financeiros sem fim para torrar na campanha – inclusive na compra de votos, “investimento” que varia de R$ 90 a R$ 120 reais por eleitor que se vende por grana ou outros favores clientelistas. Na esgotosfera eleitoreira, comenta-se, abertamente, que prefeitos de pequenos municípios que conseguirem juntar de três a cinco mil votos de cabresto ganham de presente até caminhonetes Hilux da Toyota...
Tirando os eleitores fanáticos ou os comprados por algum candidato, a maioria do eleitorado parece não confiar muito em nenhum dos presidenciáveis. A falta de opção eleitoralmente saudável é a tônica do pleito presidencial de 2014. Pelo menos 60% dos eleitores querem mudanças. Dilma tem um índice de reprovação superior a 50%. Sorte dela é a divisão da chamada “oposição” que segue uma linha ideológica muito parecida, “de esquerda” (ou de canhota), indo do socialismo à social democracia, porém variando no grau de demagogia, populismo e corrupção.
Resumindo, o quadro eleitoral e conjuntural é escatológico. O Brasil só “vai bem” na propaganda governamental. Os indicadores reais indicam que o País está prestes a encarar uma das mais graves crises econômicas da história. A indústria patina. O comércio exterior enfrenta dificuldades. Os lucros das empresas – excetuando-se as financeiras – diminui. O comércio interno se retrai. O crédito fica cada vez mais caro. O desemprego aumenta. A inadimplência cresce. A desesperada ortodoxia leva os juros a subirem. O câmbio fica volátil, e o real se desvaloriza. A bolsa oscila especulativamente. O tal do mercado endoida. A mídia amestrada reproduz bobagens. Ninguém entende porra nenhuma. Mas vota – mais errado que certo -, na ilusão de “mudança”.
Na república Sindicalista do Brazil, sob regime Capimunista, está valendo a lição do economista norte-americano Thomas Sowell, na obra “Is Reality Optional?: And Other Essays (1993, p. 131)”: "A primeira lição da economia é a escassez: nunca há o bastante de algo para satisfazer todos aqueles que o querem. A primeira lição da política é ignorar a primeira lição da economia”. Nossos políticos seguem isso com perfeição. O eleitorado apoia, comodamente... O político corrompe e o eleitor se deixa corromper. Eis o crime perfeito.
O mesmo Sowell, na obra “Barbarians Inside the Gates”, recomenda, com fina ironia: "Quando você quer ajudar as pessoas, conte a verdade. Quando você quer ajudar a si próprio, conte o que elas querem ouvir". Em “Knowledge and Decisions” (1980, p. 334), o economista dá outro recado valioso à turma de Bruzundanga: “É incrível como algumas pessoas acham que nós não podemos pagar médicos, hospitais e medicamentos, mas pensam que nós podemos pagar por médicos, hospitais, medicamento e toda a burocracia governamental para administrar isso."
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