Atualmente, existem no Brasil 32 agremiações partidárias registradas no Tribunal Superior Eleitoral. Três deles possuem a palavra “cristão” em seu nome: Partido Social Cristão (PSC), Partido Trabalhista Cristão (PTC) e Partido Social Democrata Cristão(PSDC).
Além disso, existem pedidos de reconhecimento do Partido Cristão (PC), Partido Cristão Nacional (PCN) e Partido Progressista Cristão (PPC), que ainda não reuniram o número necessário de apoiadores.
Uma consulta aos sites oficiais mostra que alguns são formados por evangélicos e possuem vários pastores e bispos em seus quadros. O PPC, fundado pelo advogado Eurípedes José de Farias, afirma ser fruto de uma visão sobrenatural dada por Deus a ele.
Além disso, há vários evangélicos com destaque em outros partidos que não usam o termo cristão. Por exemplo, o senador Magno Malta, que deseja se lançar candidato a presidente pelo Partido da República (PR).
Outros ainda aspiram por uma maior relevância. Adilson Barroso, fundador do Partido Ecológico Nacional (PEN) é um líder influente da Assembleia de Deus. O fundador e presidente do Partido da República e Ordem Social (PROS) é o evangélico Eurípedes Júnior, filho de uma pastora.
Isso sem contar com a influência de igrejas nos rumos de alguns partidos. O melhor exemplo é o Partido Republicano Brasileiro (PRB), que possui vínculos estreitos com a Igreja Universal do Reino de Deus.
Um dos fatores que chama atenção é que esses partidos não possuem uma linha clara. Alguns apoiam incondicionalmente o governo federal, liderado pelo PT e que tem uma agenda com várias pautas que conflitam diretamente com as bandeiras históricas dos grupos cristãos, como legalização do aborto, das drogas e do casamento gay.
No final de 2013, o deputado Marco Feliciano chegou a dizer que isso poderia motivá-lo a fundar seu próprio partido: “Se a coisa continuar como está hoje, eu fundo um partido de direita. Olha em volta e me diz: onde está a direita aqui, onde está a posição, os evangélicos mesmo? Ninguém sabe o que cada um defende, no que acredita”.
Em meio a tudo isso, em breve deverá surgir o Partido Republicano Cristão (PRC). Esse é o nome da agremiação idealizada por 73 deputados federais (22 deles da Assembleia de Deus), que têm se reunido na Câmara Federal para tratar do assunto.
Segundo a Coluna Esplanada do portal UOL, as tratativas surgiram há mais de um ano, mas foram interrompidas por causa da mudança na lei que regulamenta os partidos. Os 73 deputados que compõe a bancada evangélica estão em diferentes partidos, como PT, PMDB, PSDB e DEM.
Mas o PRC não tem mais tempo para lançar candidatos na eleição deste ano. Seu objetivo a médio prazo é ambicioso: dobrar a bancada evangélica no Congresso Nacional em 2018.
Nenhum comentário:
Postar um comentário