Agrava-se a crise da economia brasileira.
O Brasil perdeu competitividade porque, como afirma Paulo Rabello de Castro, se transformou em um país caro demais, com a tributação elevada e custos exorbitantes da energia, da logística, dos encargos trabalhistas e do investimento.
Lastimável o que se vê, por exemplo, no ABC Paulista.
As montadoras de automóveis com queda de produção de mais de 20% e demissões em massa.
A maioria das empresas opera com alta ociosidade, concede férias coletivas e reduz empregos.
A atual crise na indústria automobilística é pior que a de 2008, provocada por dificuldades financeiras internacionais.
O reflexo negativo projeta-se nos serviços e comércio da região industrial paulista, com a maioria demitindo e fechando as portas.
O caos chegou! O mais grave é que poderá se agravar.
Enquanto isso, o governo se omite e não reduz os gastos com a máquina, eliminando ministérios e gastos correntes.
O Brasil tem hoje 39 ministérios, com visíveis sinais de ineficiência.
O Reino Unido tem 18 ministérios. Na França, 20 ministérios. No Japão, 19. Na Rússia, 21 ministérios.
Diário do Poder registrou em 19 de abril passado, que com 15 ministérios e cerca de 2 milhões de servidores, os americanos mantêm a maior potência do mundo funcionando, sem inchar o governo.
A presidente do Chile, Michelle Bachelet e seus 20 ministros comandam o país de melhor IDH da América Latina.
O PMDB ensaiou uma proposta de redução de ministérios. Mas, não passou disso, até hoje.
Tudo indica que seja apenas “um trunfo”, que o partido guarda a sete chaves para uso permanente de intimidação e pressão contra o governo, a fim de obter vantagens.
De outro lado, a oposição brasileira é só blá blá blá.
No último programa nacional de TV e rádio, o DEM limitou-se a bater no governo.
Passou a mensagem de que a mudança terá que vir.
Entretanto, que mudança, o DEM pregou?
A saída de Dilma?
Se for esse o propósito, por que não falou claro, sem reticências?
Faltou coragem, ou a omissão foi por não ter algo objetivo para dizer?
O país realmente quer mudanças.
Porém, os partidos, instrumentos democráticos de diálogo com a sociedade, deveriam dizer como fazer essas mudanças, sobretudo no campo econômico.
Promoverem um grande Debate Nacional sobre a governabilidade democrática.
Colocar em debate perante a opinião pública, propostas concretas, ideias, projetos, inovações e alternativas.
Falar favoravelmente em defesa do status quo, ou, o blá blá blá de críticas são tarefas fáceis, de quem é incapaz de oferecer novos caminhos.
O Brasil necessita de líderes, que saibam o que querem e ofereçam ao povo, pelo menos, perspectivas de mudanças reais e concretas.
O resto é conversa afiada, que cansa o povo, em hora de quase calamidade pública na economia!
Por Ney Lopes
Ex-deputado federal (sem partido); procurador federal, ex-presidente do Parlamento Latino-Americano, jornalista e professor de Direito Constitucional.
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