O Brasil é o país da mesmice, que se repete ad aeternum e sobre o qual as mesmas coisas são escritas todos os dias sem que se tome qualquer medida saneadora. Aqui, nada deu certo e jamais dará. O país produz certo cansaço porque basta repetir diariamente tudo aquilo de mais desmoralizante que já se escreveu sobre ele, seja nos últimos dias, meses ou ano, pois os fatos são recorrentes e a população se acostumou à bandalheira. Ninguém possui a menor noção de dever, direito ou cidadania.
Diariamente, basta se adicionar ao noticiário o escândalo atual. Ele terá a mesma característica dos demais e os mesmos personagens. O que de melhor aconteceu no Brasil foi a internet, porque agora sabemos nomes e detalhes dos assaltantes do dinheiro público, embora eles cumpram penas ridículas e continuem roubando com a vantagem de poder sair da cadeia no dia dos pais, das mães, dos namorados e dias assemelhados, já que os próprios ladrões na maioria esmagadora dos casos é que elaboram as leis.
Mas o pior de tudo é verificar que quem deveria dar declarações sensatas e enriquecer o nível de informação das pessoas concorre para desmontar a ordem e desmoralizar as instituições. O jornalista Paulo Francis (1930-97) escreveu há muitos anos um artigo na Folha de S. Paulo em que dizia que as pessoas costumam ficar de queixo caído quando enxergam alguma celebridade nas ruas e tendem a seguir seus conselhos por mais disparatados.
Dizia, ainda, que acompanhava entrevistas concedidas por tais celebridades e o que impressionava era o grau de desconhecimento exibido a respeito de tudo, o vazio cultural e a desinformação plena. Às vezes, aparecia algum que sabia das coisas, mas que optava deliberadamente pela mentira, gravitando em torno dos próprios interesses. Outros, ao contrariarem forças corporativas, corriam o risco de exclusão de contratos ou vantagens que pudessem auferir. O mundo, finalmente, pertence aos medíocres!
Ele se referia a famosos atores e atrizes de cinema que, pelo simples fato de aparecerem nas telas, eram considerados como deuses, ditando normas, regras e padrões. De lá para cá, nada mudou. O agravante é que a televisão jogou para dentro dos lares das pessoas uma cambada de marginais impondo posturas e valores, inclusive de natureza sexual, banalizando a pornografia e mudando as referências que transformaram o Brasil do século XXI num bordel de quinta categoria!
Seria ótimo ouvir argumentos convincentes contrários, porque existe o convencimento de que a Rede Globo comanda, desde a sua fundação (fraudada com a bênção do regime militar, 1964-85), este horror em que se transformou nossa desmoralizada República, casa de prostituição e pouca vergonha onde não há referência moral nem difusão de atitude que se possa louvar.
Pior: a emissora não consegue enxergar o óbvio, atolada na podridão moral que escolheu, pois será engolfada pelo mar da insatisfação geral que um dia virá no ritmo de alternância cuja estrutura dialética se constitui na essência do próprio funcionamento do nosso mundo. Pois esqueçam Chico Buarque, louvando as misérias de Cuba e os crimes impunes de Fidel Castro e o fedorento Che Guevara.
Esqueçam o ator global petista Paulo Betti, justificando a roubalheira do PT e dizendo que Lula da Silva, o Lularápio, teria de “colocar a mão na merda” para fazer política (ele se banhou nela). Vejam o vídeo que corre no facebook, onde o ator global petista Sérgio Mamberti diz que a manifestação de quase dois milhões de pessoas na Avenida Paulista (SP) foi um “convescote de rico”. Ele ainda convoca os Black Blocs, deixando claro que é a tropa de destruição do PT, assumindo isso.
Por Márcio Accioly
Jornalista
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