quarta-feira, 1 de abril de 2015

O (In)Justo PT


Quando das minhas primeiras leituras de Platão, ainda no ginásio, uma frase chamou-me muito a atenção no livro que, em português, traduziu-se “A República”. O discípulo de Sócrates dizia que ‘o suprassumo da injustiça é parecer justo sem o ser’, e eis o que muitas vezes ocorre em Estados cujos políticos iludem a população por meio de programas sociais de assistência imediata, fazendo com que grande parte da massa, num imediatismo típico da contemporaneidade (talvez cada vez mais acentuado), se dê por satisfeita, ao menos temporariamente.

O PT, ao intensificar o programa de assistência social intitulado bolsa-família, que por sua vez se desdobrou nos mais diversos meios assistenciais de transferência de renda cujos nomes variam muito para expor nestas poucas linhas, nada mais faz senão, como sói dizer-se, com que os assistidos, num futuro não muito distante, tenham que ‘vender o almoço para pagar o jantar’. Em outras palavras, foi um governo que menosprezou as futuras gerações em prol de algumas reeleições para usufruir do poder como se este último a eles pertencesse.

Um governo que desmerece o futuro e, além disso, contraria a máxima de Rousseau exposta no Contrato Social de que um governante deve sempre priorizar o bem público ao bem particular, não pode se sustentar por muito tempo, e eis o que vemos hoje na conjuntura político-econômica brasileira: um desmoronamento das frágeis vigas que sustentavam um governo egoísta, que sempre priorizou o bem dos governantes sem se preocupar com os cidadãos. No início, talvez tenha passado por justo na visão de alguns, mas hoje, provou-se falho, corrupto e inepto.

Independentemente da saída de Dilma, seja por crime de responsabilidade ou mesmo pelo término de seu mandato, o importante é que o povo brasileiro está mais preocupado com a política, e percebeu que esta última é, sem dúvida nenhuma, modificável, ainda mais em tempos de democracia, onde não precisamos simplesmente nos submeter às leis sem nenhum direito à ampla defesa e podemos sempre questionar o porquê de existência ou inexistência de determinada norma. É nosso dever, na condição de cidadãos brasileiros num Estado Democrático de Direito, lutar por aquilo que queremos.

O povo que acreditou no governo petista foi iludido, e demorou demasiadamente para perceber o quão despreocupado foi este governo com o povo. Transferir renda não é governar, e sim dar o peixe para aqueles que precisam aprender a pescar. Quem se preocupa, ensina. Por sinal, acredito que a educação seja o principal motor de um país que queira melhorar como um todo, mas este assunto ficará para uma próxima oportunidade.

Não houve e nem haverá constatação do princípio da supremacia do interesse público na administração pública enquanto o Partido dito ‘dos Trabalhadores’ permanecer no poder. Os demagogos de plantão, que hoje governam nosso país nas mais diversas esferas políticas, atingiram o poder para provar, de uma vez por todas, que tudo aquilo que levou milhões de pessoas a confiarem neles era pura enganação com uma boa dose de retórica.

O período de sonambulismo cívico acabou. Os brasileiros perceberam que são capazes de mudar para melhor e estão fazendo por onde. Cada vez mais as redes sociais presenciam comentários sobre política, e isto, sem dúvida nenhuma, possui desdobramentos empíricos, haja vista as ‘manifestações de junho’ e a que fez vista aos olhos do mundo inteiro no último dia 15. Portanto, sigamos fortes para melhorar o nosso país.

Façamos por nós e pelas próximas gerações. Viva o Brasil!





Por Felipe da Silva Prado

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