sábado, 31 de janeiro de 2015

Laicidade, Religiosidade e Homossexualidade


Semana passada no Distrito Federal, um oficial de justiça interrompeu um curso sobre homossexualismo. O curso idealizado pela Sociedade de Estudos Bíblicos Interdisciplinares (SEBI) estava marcado para os dias 19 a 23 de janeiro de 2015. Um dos autores da ação foi o Ex-BBB e agora Deputado Federal Jean Wyllys (PSol - RJ). O Promotor de justiça Thiago André Pierobom de Ávila notificou Claudemiro Soares – um dos palestrantes do curso – a comparecer ao Núcleo de Enfrentamento à Discriminação do Ministério Público para prestar esclarecimentos. [1]

O conflito entre religiosidade e homossexualidade alcançou, no início deste ano, proporções preocupantes no Distrito Federal. No dia 9 de janeiro, o Diário Oficial publicou a reestruturação da pasta de Mulheres, Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e extinguiu oito subsecretarias – que passaram a funcionar como Coordenadorias. Uma das subsecretarias extintas que passou a atuar como coordenadoria é o da Promoção de Direitos da Diversidade. Os representantes da comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT) se posicionaram contra e acusaram a bancada evangélica de não favorecem as políticas da militância homossexual. [2]

A confusão e o atrito que se estabeleceu entre religiosidade e homossexualidade, em grande parte, se dá pela incompreensão do conceito de Estado laico no Brasil. Para elucidar a questão, apresento abaixo fragmentos da Declaração Universal da Laicidade no Século XXI e uma proposta de solução, a fim de evitar embates e constrangimentos desnecessários.

A Declaração Universal da Laicidade no Século XXI, foi apresentada no Senado Francês, em 09 de dezembro de 2005. A Declaração assegura ao cidadão liberdade para aderir ou não a uma religião e ou a convicções filosóficas (Art 1). Preconiza que os Estados devem garantir o tratamento igualitário as pessoas e suas crenças. Que as normas coletivas não podem permitir que alguma religião ou crença domine o poder e as instituições públicas. E ainda, que as religiões e os grupos de convicção devem participar livremente dos debates da sociedade civil (Art 2). Para que a liberdade seja assegurada, admite a declaração, serem necessárias “acomodações razoáveis” entre as tradições nacionais surgidas de grupos majoritários e as de grupos minoritários (Art 3)

De acordo com estas premissas o princípio fundamental de laicidade é entendido como sendo o direito de livre-escolha que é assegurado ao cidadão. Esta liberdade implica na garantia de livre pensamento e de manifestação pública de sua religiosidade (não apenas no privado). Deste modo, os poderes constituídos do Estado não podem decidir questões que causem repercussão na crença e nos valores morais do cidadão livre. O Estado deve viabilizar e criar o espaço necessário para o amplo debate destas questões no âmbito da sociedade civil.

Assim, de acordo com a Declaração, os direitos e deveres de uma nação dependem em maior ou menor grau da cultura, dos valores morais e da religiosidade de seu povo. O Estado deve estar a serviço dos anseios da sociedade e não para atender o interesse de quem monopoliza e centraliza as ideias fazendo prevalecer suas convicções laicas ou religiosas, sejam elas da maioria ou da minoria.

As questões que afetam ao cidadão quanto a sua religiosidade deve ser alvo de amplo debate. Não pode ficar restrito aos poderes constituídos. As decisões que atingem a liberdade de pensamento, de culto e de crença do cidadão livre, devem ter participação efetiva do povo. Os direitos humanos devem respeitar, nas devidas proporções, os limites dos valores religiosos e de crença da população.

O limite da decisão estatal e a gradação de laicidade devem ser decididos por meio da deliberação da sociedade. A democracia possui instrumentos que atendem esta demanda, entre eles, o plebiscito e o referendo. O cidadão é que deve decidir acerca de sua sexualidade, casamento misto, adoção de filhos, aborto, eutanásia, ensino religioso e outros temas. Negar este direito à sociedade é o mesmo que negar os ideais de liberdade do Estado Laico.

Estes problemas da laicidade do século XXI são causa de polêmicas no Brasil. Em especial os problemas provenientes de divergências entre a lei civil e as normas religiosas e de crença. Estas questões não podem ser decididas por um grupo de pseudointelectuais. Não se pode abolir, rejeitar ou ignorar os princípios da religião. A sociedade em constantes mutações deve decidir o grau de laicidade de sua pátria e a influência ou não da religião da vida em sociedade. Ninguém pode ser discriminado por sua raça, crença religiosa ou filosófica e nem por orientação sexual, por outro lado, ninguém pode ser obrigado a viver sobre a égide de crença alheia.

A proposta para o debate no Brasil é a busca de uma relação Estado-Igreja sem incorrer nos extremos do discurso religioso e ou anti-religioso. A sociedade brasileira não deve ser refém das decisões impostas pelo Executivo, nem viver limitada pelas votações arbitrárias do Legislativo ou ter sua religiosidade julgada e decidida pelo Judiciário. Os poderes do Estado de direito democrático não podem ignorar os princípios da religiosidade da população.

A sociedade de um Estado laico possui o direito de protestar e discordar das decisões tomadas pelos poderes constituídos. A liberdade de professar, de crer e de viver de acordo com os fundamentos de uma determinada religião ou crença é um direito do cidadão assegurado pelo texto constitucional. Por isso, o grau de laicidade no Brasil precisa ser definido e delimitado. O conceito de Religião na Esfera Pública, igualmente, precisa ser melhor compreendido. Um debate atual que exemplifica o conflito e as contradições destes conceitos é a questão da homossexualidade.

Quanto a laicidade, a homossexualidade é um direito garantido e reconhecido, tanto por religiosos como não-religiosos. Este direito assegura a união civil entre pessoas do mesmo sexo e gera outros direitos a ele relacionados. No entanto, quanto a Religião na Esfera Pública o direito de livre expressão tem sido cerceado pelo discurso anti-religioso. Esta é uma clara demonstração tendenciosa de parcialidade.

A manifestação religiosa de discordar da prática homossexual é legítima e assegurada pelo mesmo direito de adesão ao homossexualismo. Não se pode negar nem um e nem outro direito. No entanto, militantes radicais da causa homossexual negam este direito aos religiosos. Por meio do patrulhamento ideológico perseguem e acusam os contrários de discriminação e homofobia. Esta grave discrepância deve ser corrigida.

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) cumpriu o seu papel na esfera do Estado Laico. Mandou averiguar a denúncia e intimou os acusados. Na audiência, o promotor de Justiça tomou ciência do conteúdo do curso, seguiu o conceito de laicidade aqui apresentado e determinou o arquivamento da improcedente denúncia. Oficialmente o MPDFT declarou:
“não é possível proibir as pessoas de, no âmbito de sua liberdade de religião, discutirem temas ligados a sua concepção de correção dos comportamentos sexuais e nem proibi-las de conversarem com pessoas sobre tais temas. Se a abordagem a uma pessoa ocorrer com constrangimento ou exposição ao ridículo, certamente haverá a discriminação, ato ilícito não tolerado pelo Estado” [3]



Por Douglas Roberto de Almeida Baptista

Por que o Impeachment da Dilma não basta


Nos bastidores político-jurídicos, já se fala com seriedade do altíssimo risco de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff. Cada nova revelação escandalosa no Petrolão confirma que Dilma Rousseff não tem condições morais de continuar governando. Qualquer bebê de colo sabe que ela sabia de tudo que acontecia na Petrobras, porque presidiu o Conselho de Administração da companhia e porque emplacou e mantém na presidência sua amiga pessoal e de confiança Graça Foster.

A paciência com a Dilma já se esgotou. A gestão dela é um esgoto sem tratamento. Seu impeachment seria algo natural. O problema é que não adianta impedir a Dilma e colocar, no trono imperial do Planalto do Palhasso, um substituto que faça a mesma coisa. O Brasil precisa é mudar seu modelo de Estado. A nação terá de se reinventar. A modelagem capimunista só serve para nos manter subdesenvolvidos, na periferia do sistema globalitário. Sem reforma política, econômica e do modelo estatal continuaremos na mesma merda. País rico, povo pobre - sobretudo de espírito - e políticos corruptos eleitos pelos ignorantes.

Dilma já era! Perder o emprego é questão de pouco tempo. O segundo mandato é ingovernável. Ficará pior se o inimigo Eduardo Cunha vencer a presidência da Câmara. Cunha só perde se o governo fabricar outro "mensalão" que será facilmente rastreável por repetição de velhos métodos corruptos de compra de voto. Além disso, Dilma sofrerá o impacto negativo do caos econômico: falta de água e carência energética que prejudicam produtores rurais, indústrias e a população que pagará mais caro nas tarifas e ficará sem produtos essenciais, endividamento das famílias, juros cada vez mais altos, crédito inviável para produção e consumo, impostos subindo, enquanto a arrecadação dos governos cai, piorando os péssimos serviços oferecidos. Sem falar que tudo isto gera carestia e inflação descontrolada.

A institucionalizada corrupção nazicomunopetralha, sob desculpa cínica de uma tática necessária para a conquista, manutenção e perpetuação no poder, não destruiu apenas o valor de mercado da simbolicamente falida Petrobras. A roubalheira do Petrolão agora produz uma quebradeira sistêmica da economia, principalmente em municípios dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. O calote da Petrobras a fornecedores e prestadores de serviços, junto com o cancelamento de projetos e contratos sob suspeita de superfaturamento com as empreiteiras indiciadas na Lava Jato, já causa queda de arrecadação e produz desemprego.

Nem as poderosas relações transnacionais que tem no mercado de óleo e bancos justifica a manutenção de Maria das Graças Foster e do diretor Financeiro Almir Barbassa em seus cargos. A Associação dos Engenheiros da Petrobras aproveitou ontem a Assembleia Geral da Petrobras para lembrar que a empresa tem dois ativos importantes que lhes garantem uma boa saída do preocupante quadro em que se encontra: uma reserva de 75 bilhões de barris descobertos, comprovados e um corpo técnico altamente capacitado. O problema é que os gestores da empresa precisam ser trocados imediatamente. Mas isto não é garantia de que nada possa melhorar. Enquanto o modelo capimunista brasileiro estiver vigorando, o Estado continuará roubando recursos da sociedade, no formato de um "Leviantão" (por favor, sem trocadilho infame com o ministro da fazenda e as antas ignorantes).

A perversa combinação de desonestidade com incomPTência, tendo como ingredientes o cinismo, a mentira e o autoritarismo, alimentam o caos. É preciso mudar o modelo político e econômico. O Estado brasileiro é ladrão e perdulário. Ano passado, que foi eleitoreiro, tivemos mais um crescimento descontrolado das despesas. Só no governo central, as despesas cresceram 12,8%. O valor corresponde a duas vezes o crescimento do pibinho nominal. Só as despesas de custeio e capital subiram 18,1%. As receitas líquidas, descontadas as transferências, cresceram apenas 2,3%. É o que mostra um estudo de Thiago Custódio Biscuola e Everton Carneiro, da RC Consultores, de São Paulo.

Aumentar ainda mais a já absurda carga tributária é a "solução" criminosa encontrada pelo Estado capimunista Hobin Hood (que tira de todos via terrorismo fiscal e faz demagogia com as bolsas de compensação de renda para angariar votos dos carentes e miseráveis de espírito cívico). O desgoverno só sabe aumentar receitas extorquindo os cidadãos e empresas que produzem. Não existe uma transparente política de contenção de desperdícios. A máquina arrecadadora é caríssima. A máquina pública é gastadora, sem qualidade. Por isso, investimentos essenciais em infraestrutura não acontecem no tempo certo. E, quando são feitos, obedecem ao esquema de corrupção, com superfaturamentos para lavagem de dinheiro e financiamentos ilegais de políticos e suas campanhas, em troca de favores espúrios.

O modelo é maravilhoso para os bancos e especuladores. Por isso, subir os juros é sempre uma "solução" maravilhosa para eles. Só em 2014 o desgoverno brasileiro pagou R$ 311,4 bilhões em juros. O absurdo correspondeu a 6,1% do pibinho. O pagamento, no entanto, gerou um déficit nominal de 6,7% do mesmo Produto Interno Bruto. A dívida bruta brasileira atingiu absurdos 63,4% do PIB. Nada menos que R$ 3,2 trilhões. E, com os juros subindo, vai aumentar. Resumindo o estudo da RC Consultores, as despesas crescem em meio à economia estagnada.

Os brasileiros começam a se manifestar contra pagar esta conta bilionária (ou trilionária) de incompetência e corrupção legada pelo autoritarismo da máquina estatal capimunista. Por tudo isto, o impedimento de Dilma é questão de pouquíssimo tempo.






Por Jorge Serrão

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Trocando em miúdos o balanço da Petrobras


Como seria o texto do balanço da Petrobras se eliminássemos eufemismos e o traduzíssemos para o português? Minha tentativa vai abaixo – aceito sugestões.


A Companhia entende que será necessário realizar ajustes nas demonstrações contábeis para a correção dos valores dos ativos imobilizados que foram impactados por valores relacionados aos atos ilícitos perpetrados por empresas fornecedoras, agentes políticos, funcionários da Petrobras e outras pessoas no âmbito da “Operação Lava Jato”.

Seguinte: teve uma roubalheira danada por aqui, como vocês estão cansados de saber. Agora (ai que vergonha!) a gente vai ter que estimar quanto roubaram.


No entanto, em face da impraticabilidade de quantificar de forma correta, completa e definitiva tais valores que foram capitalizados em seu ativo imobilizado, a Companhia considerou a adoção de abordagens alternativas para correção desses valores: i) uso de um percentual médio de pagamentos indevidos, citados em depoimentos; ii) avaliação a valor justo dos ativos cuja constituição se deu por meio de contratos de fornecimento de bens e serviços firmados com empresas citadas na “Operação Lava Jato”. Essas alternativas se mostraram inapropriadas para substituir a impraticável determinação do sobrepreço relacionado a esses pagamentos indevidos.

Gente, mas isso é difícil demais! Envolve matemática. Ninguém aqui na Petrobras sabe patavina sobre preço real das coisas. Na verdade tinha uma senhora que sabia, mas ela era meio chatinha e a mandamos pra Cingapura. Até pensamos nuns jeitos de calcular, mas já era 16h30, fim de expediente, daí desistimos. Ia dar um trabalho…


O resultado das avaliações indicou que os ativos com valor justo abaixo do imobilizado totalizaram R$ 88,6 bilhões de diferença a menor. Os ativos com valor justo superior totalizaram R$ 27,2 bilhões de diferença a maior frente ao imobilizado.

Resolvemos perguntar para a dona Maria, a senhora que traz café aqui na sala do conselho. “Diga um número, dona Maria!” Ela disse 88, o que a maioria dos conselheiros achou razoável e de boas vibrações. Mas 88 milhões ou bilhões? Passamos duas horas discutindo isso, até decidirmos que 88 bilhões soava mais natural para uma empresa do nosso tamanho. Pra ficar verossímil, quebramos para 88,6 bilhões.


No entanto, o amadurecimento adquirido no desenvolvimento do trabalho tornou evidente que essa metodologia não se apresentou como uma substituta “proxy” adequada para mensuração dos potenciais pagamentos indevidos, pois o ajuste seria composto de diversas parcelas de naturezas diferentes, impossível de serem quantificadas individualmente, quais sejam, mudanças nas variáveis econômicas e financeiras (taxa de câmbio, taxa de desconto, indicadores de risco e custo de capital), mudanças nas projeções de preços e margens dos insumos, mudanças nas projeções de preços, margens e demanda dos produtos comercializados, mudanças nos preços de equipamentos, insumos, salários e outros custos correlatos, bem como deficiências no planejamento do projeto (engenharia e suprimento).

Mas depois de meia hora tentando fazer os cálculos, percebemos que seria um trabalho chato demais da conta. Esses cálculos são pura loucura, cheios de variáveis, taxa de câmbio, desconto, preço, insumos, salários e mais um montão de coisas pra complicar, além da barbeiragem dos engenheiros.


Com objetivo de divulgar as demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014 revisadas pelos auditores independentes, a Companhia está avaliando outras metodologias que atendam às exigências dos órgãos reguladores (CVM e SEC).

Enfim, empurramos o problema com a barriga. Poxa, CVM e SEC , deem uma ajudinha!





Por Leandro Narloch

Se o estado brasileiro fosse uma família, tinha quebrado e estaria na mão de um agiota


"Os governos nunca quebram. Por causa disso, eles quebram as nações.” (Kennet Arrow)

Qualquer administrador das finanças do lar compreende que não é possível gastar mais do que ganha indefinidamente. O “superávit primário” nada mais é do que poupar uma parte das receitas para ter condições de pagar o custo da dívida acumulada nos anos anteriores.

O mínimo que se espera de um governo responsável é um saldo positivo primário, pois o certo mesmo seria um saldo final positivo, o que significaria que o governo consegue pagar todas as suas despesas, incluindo a de juros, e ainda amortizar um pouco do estoque de dívida.

No Brasil, curiosamente, nossas esquerdas rejeitam até mesmo a necessidade de um superávit primário. Ou seja, é como se acreditassem que o governo é muito diferente de uma família, e que pode simplesmente gastar mais do que arrecada como se não houvesse amanhã.

Em um aspecto ao menos o governo é diferente de uma família, ainda que seja apenas o administrador dos recursos públicos em nome de todas as famílias brasileiras: ele tem o poder de arrecadar impostos e de emitir dinheiro (um imposto disfarçado).

Quando uma família perdulária gasta sistematicamente mais do que ganha, mergulha no vermelho de forma perigosa, adere ao cheque especial e eventualmente cai na mão de um agiota. Paga juros altíssimos e corre o risco de ter que declarar falência e perder todos os seus bens remanescentes.

Mas quando o governo gasta cada vez mais, sem a contrapartida na receita, ele pode sempre emitir mais moeda e gerar inflação (como fez o governo Dilma), ou decretar aumento de impostos (como fez o governo Dilma). Ele não quebra como uma família; mas ele acaba quebrando a nação!

Digo tudo isso, claro, para chegar ao lamentável fato ocorrido em 2014, divulgado agora: tivemos o primeiro déficit fiscal primário desde 1997! As “pedaladas” do governo Dilma foram criando uma bola de neve que, ao ser parcialmente reconhecida no final de 2014, levou a esse rombo superior a R$ 30 bilhões no consolidado.

Só para refrescar a memória do leitor, o governo falava em superávit primário de R$ 100 bilhões no começo do ano, depois revisto para R$ 80 bilhões. Entregou um déficit de R$ 32 bilhões. Primário, ou seja, sem levar em conta o serviço da dívida que, como qualquer indivíduo bem sabe, também é despesa.

Em outras palavras, Dilma rasgou a Lei de Responsabilidade Fiscal, jogou no lixo o legado mais importante da era FHC. E para não ser punida legalmente pelo crime de responsabilidade, ainda mandou ao Congresso uma alteração na Lei das Diretrizes Orçamentárias no apagar das luzes do ano passado, para se livrar das consequências de seus atos irresponsáveis. Quem paga por seus erros somos nós, trabalhadores, consumidores e pagadores de impostos.

Agora o governo Dilma fala em um superávit de 1,2% do PIB para 2015. E quem acredita? Não basta colocar ministro novo com fama de “fiscalista” ortodoxo. O esforço fiscal necessário para essa reviravolta seria homérico, especialmente em uma economia em crise, sem crescimento. Dilma vai mesmo entregar o que promete agora? Como?

O certo seria cortar na carne, bilhões e bilhões de despesas inúteis do governo, que aumentaram exponencialmente nos últimos anos, sem contrapartida alguma na melhoria dos serviços públicos. Quando analisamos que a receita do governo subiu de R$ 991,1 bilhões em 2013 para R$ 1,01 trilhão em 2014, fica claro que o problema não é falta de receita.

O problema é excesso de gasto. As despesas saíram de R$ 914,1 bilhões em 2013 para R$ 1,03 trilhão em 2014. Estamos diante de um governo gastador, perdulário, irresponsável e incompetente (já que nada disso significou melhoria nos serviços públicos).

Mas sabemos que Joaquim Levy e a presidente Dilma desejam ir pelo caminho mais fácil e proteger todos aqueles pendurados em tetas estatais, jogando o fardo uma vez mais nas costas dos pagadores de impostos. O caminho escolhido será o aumento de impostos, prerrogativa que só os governos têm, não as famílias.

Outra medida que as famílias endividadas podem tomar quando as contas apertam é a venda de ativos. Aquele carro extra, talvez um relógio ou uma joia, quem sabe as ações que guardavam para o filho? O estado tem ativos também. Muitos, no caso brasileiro, pois a União é dona de centenas de empresas.

Logo, a privatização seria outra alternativa para reduzir o rombo fiscal e abater endividamento, que subiu bastante e ultrapassou 62% do PIB. Mas aqui o governo Dilma também fez grandes lambanças (e onde não fez?). A Petrobras, sem dúvida o principal ativo, foi destruída pela incompetência e roubalheira. O valor de suas ações despencou. A empresa perdeu mais de R$ 20 bilhões de valor de mercado em apenas 3 dias!

Somando tudo, eis o que temos: o governo Dilma rasgou a Lei de Responsabilidade Fiscal e entregou o primeiro déficit primário desde 1997, fez isso aumentando arrecadação, mas aumentando ainda mais despesas, produziu uma inflação elevada e crescente para financiar sua irresponsabilidade, expandiu a dívida do governo, e destruiu o valor dos ativos do estado. E é nela que alguns depositam a esperança de consertar essa trapalhada toda?



Por Rodrigo Constantino

Tarifaço: Alimentando novamente o Estado Voraz!


Contribuintes irados, cidadãos espoliados e até petistas abismados observam com uma sensação de impotência as últimas medidas governamentais para aumentar a arrecadação governamental – O Tarifaço, que só começou, neste janeiro de 2015. O objetivo é arrecadar mais de 20 bilhões de Reais por ano. Com umas poucas canetadas, todos nós vamos pagar mais impostos: o preço da gasolina cai no resto do mundo, mas nós vamos ter aumento dela, além da sobretaxa de R$0,22 por litro (aumento de PIS, COFINS e CIDE); o IOF dos empréstimos passa, para as pessoas físicas, de 1,5 para 3,0% - ou seja, quem precisa mais vai pagar mais; o PIS/COFINS dos importados passa de 9,25 para 11,75% - a “globalização” fica mais cara! Como se não bastasse, a presidente VETOU a correção da tabela do Imposto de Renda e TODOS vão ter que pagar mais – um artifício imoral de confisco suplementar.

Somos defensores do equilíbrio fiscal – o governo tem que gastar o que arrecada. Mas na estrutura econômica mais elementar – que é a nossa vida pessoal, ou o nosso lar, se a conta não fecha, cortamos gastos. Ninguém consegue chegar para o nosso contribuinte pessoal, “o patrão”, e dizer: amanhã tenho que ganhar mais, pois não está dando – usualmente você recebe por seus méritos e progride na estrutura da empresa, mas não chega com uma arma e faz com que os que detêm a grana lhe paguem mais. Nem mesmo o comerciante consegue aumentar os preços quando deseja – o mercado o regula, também. Apenas uma categoria aumenta os seus rendimentos espoliando, extorquindo, extraindo à força: os ladrões e gatunos. Pois bem, o governo faz exatamente isso: quando você menos espera, lá vai outro pedaço de sua renda, e não tem contestação ou “diálogo”. Cortar gastos? Não! Aumentemos a receita!

E não pensem que vai terminar aqui. Estamos vendo apenas a primeira parte desse longo filme, que, na melhor das hipóteses vai durar quatro anos. Já se fala seriamente na renovação da Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira, a impopular CPMF. Essa situação é surrealista: uma taxação provisória já irá para sua quinta renovação. Possivelmente terá aumento das alíquotas originais e mudança da finalidade inicial (que era a de ser toda canalizada à área da saúde, que, na época, estava tão falida como continua, agora). Essas situações parecem que só acontecem no nosso passivo Brasil. Sim, nessa nossa terra constatamos que todo e qualquer imposto, taxa ou forma de extorsão que possa ser pensada para alimentar o estado voraz e insaciável, passa com toda tranquilidade pelos legisladores. Ou então, ela é arbitrariamente decretada para perpetuidade pelo Executivo, com medidas legislativas que contrariam a própria função desse poder. Essas medidas do Executivo são igualmente “provisórias”, mas de permanente efeito deletério.

Poucas são as vozes no Congresso que têm se levantado legitimamente contra mais impostos. Outros, que até protestam, têm o intuito de barganhar o seu voto. Dificultam aprovações para poder vender a facilidade da posição favorável, e fazem isso com a maior “cara de pau”, assim conseguindo os seus propósitos egoístas e pessoais. Vários desses parlamentares, após votarem “sim” a mais impostos, passam umas poucas semanas se escondendo da mídia, e logo retornam às aparições públicas como se as oscilações éticas de suas vidas nada representassem.

Outro segmento do legislativo é permanente a favor do “quanto mais imposto melhor”. Este quer ver sempre o estado bem suprido de fundos extorquidos das pessoas, pois essa concentração de valores favorece as possibilidades de desvios pelos inúmeros órgãos públicos, que sairão favorecidos com o fluxo monetário gerado por qualquer imposto, novo ou antigo.

Nossos Congressistas são chamados de “representantes do povo”, no entanto raramente representam os interesses da população. Quem deveria proteger o povo do governo? É verdade! Estas deveriam ser simplesmente garantir a segurança dos cidadãos e assegurar que ninguém seria atacado ou explorado por outro, garantindo, desta forma, a possibilidade de cada um desenvolver com iguais oportunidades as suas desigualdades. Afinal, somos singulares e não uma massa informe manipulável como querem que acreditemos. Por esta razão, é necessário que tanto o governo se atenha às suas funções (em tudo mais que pretende fazer se mostra ineficiente, oneroso e incompetente), quanto que exista uma barreira ao seu poder, à sua voracidade, às suas garras que podem se voltar contra os cidadãos ordeiros e de bem.

É nesse sentido, originalmente, que surgiram os “representantes do povo”. O estado era monárquico, por vezes despótico, regência de uma pequena oligarquia ou corte – nas mãos de um só monarca. Aos poucos foi aprendendo a conviver com parlamentos – a Inglaterra deu esse legado ao mundo. Os Estados Unidos fizeram uma guerra de independência (1776), exatamente porque não tinham voz no parlamento britânico, mas as taxas e impostos da colônia eram arbitrados por lá. O mote que começou aquela revolta foi “no taxation without representation” – nenhum imposto sem representação. Percebem o princípio básico e a ironia da nossa situação? O parlamento deveria representar exatamente a voz do povo a se contrapor à voracidade do estado. Sem representantes, que votem pelo povo, limitando os impostos e a taxação, haverá espoliação.

Conseguimos inverter tudo, por aqui, no Brasil – o estado voraz, que já está bem representado na mão do poder executivo (que não executa o que deve), recebe como aliado os “representantes do povo”, que votam contra o povo. Em vez de se ocuparem da defesa do povo, sendo atalaias, levantando a voz, ocupando a tribuna, para bloquearem a avidez por mais, do estado; em vez de agirem contra o inchaço burocrático, que demanda mais dinheiro; em vez de se ocuparem em fiscalizar e eliminar os desperdícios; em vez de serem criativos em descobrir alternativas; em vez de forçarem a volta do estado aos seus propósitos originais – juntam-se ao mesmo estado voraz e contribuem significativamente com todos esses defeitos. Inventamos a roda quadrada, no Brasil – “taxation with representation” – conseguimos destruir o princípio da representatividade. Elegemos representantes contra nós mesmos. Criamos o estado unilateral.

A voracidade do estado não é novidade; deveríamos estar bem avisados. Há mais de 3.000 anos, nos registros da história do povo de Israel, no Antigo Testamento; em época que havia um governo simples, sem estrutura feudal, sem grandes burocracias; com uma legislação objetiva, direta e clara (a lei mosaica); o povo ficou deslumbrado com a possibilidade de estruturar uma corte real. O profeta Samuel veio com um aviso bem pertinente: “Este será o modo de agir do rei que houver de reinar sobre vós: tomará os vossos filhos...para lavrarem os seus campos... Tomará as vossas filhas para perfumistas, cozinheiras e padeiras. Tomará o melhor das vossas terras... Tomará e dízimo das vossas sementes e das vossas vinhas, para dar aos seus oficiais e aos seus servos.... Tomará o dízimo do vosso rebanho; e vós lhe servireis de escravos” (1 Samuel 8.11-18). De nada adiantou esse alerta ao estado voraz. A vaidade de se ter um governante cercado de esplendor, levou às favas a prudência. Ninguém queria fazer contas quanto haveria de custar tudo aquilo. “O povo, porém, não quis ouvir a voz de Samuel; e disseram: … haverá sobre nós um rei” (8.19). No final todos foram prejudicados e onerados com pesados impostos e com o custo da corte. Um dos reis subsequentes (Roboão, 978-920 a.C.) expressou ao povo governado exatamente essa característica dos governantes em aumentar progressivamente os impostos. Ele disse: “Meu pai agravou o vosso jugo, porém eu ainda o aumentarei” (1 Reis 12.14).

E assim tem sido ao longo dos séculos. O estado se apresenta voraz e devorador das riquezas produzidas pelos cidadãos: quer ele seja monárquico ou republicano; de déspotas desumanos ou dos benevolentes; nas sociedades tribais ou nos conglomerados metropolitanos da atualidade. Por mais que ele proteja os cidadãos, no cumprimento de suas funções - na segurança pública; sempre é e será necessário ter quem proteja os cidadãos das garras do governo. Hoje, em nossa terra, experimentamos exatamente um assalto estatal ao bolso. E a voz do povo não se ouve, nem pelos seus supostos “representantes”, que passaram “para o outro lado”; nem por frustrados ajuntamentos de protesto (em São Paulo, em 2007, esperava-se um comparecimento de mais de um milhão de pessoas em um ato público contra a CPMF: compareceram apenas 15 mil, isso porque havia um grande show, com artistas). E o pior: muitos ainda acham que está tudo bom assim mesmo e continuam aplaudindo e justificando o Rei, ou a Rainha, até em sua defesa dos impostos crescentes – tudo como nos tempos bíblicos de Saul...






Por Solano Portela

Os Herodes do século XXI


A Bíblia indiscutivelmente está certa quando nos diz que não há nada de novo debaixo do Sol. Ela nos diz também muito sobre a real condição humana diante de Deus, que não mudou seu caráter ao longo dos séculos.

Fomos criados para o louvor da glória de Deus, e enquanto estivermos fora deste padrão, não estamos na vontade de Deus; que é a nossa santificação.

Quantas desculpas inventamos para nós mesmos, e para os outros, sobre nossa relação com Deus. O buscamos pelas razões erradas, e depois nos queixamos de não termos nossas orações respondidas, ou nos angustiamos por estarmos frustrados e decepcionados com Deus.

Para exemplificar esta relação caráter humano + história + frustração com Deus voltemos à maior farsa jurídica da história: a crucificação de Jesus.

Durante o jogo do empurra-empurra entre Pilatos e Herodes lemos algo curioso sobre Herodes no capítulo 23, verso 8 do Evangelho escrito por Lucas.

Quando Herodes viu Jesus, ficou muito alegre, porque havia muito tempo queria vê-lo. Pelo que ouvira falar dele, esperava vê-lo realizar algum milagre.

Vamos analisar este trecho com cuidado, e chegaremos à conclusão de que as coisas não mudaram muito de lá para cá.

A Bíblia diz que Herodes ficou muito contente quando viu Jesus, pois já queria vê-lo a muito tempo. Desde quando ele havia mandado decapitar João Batista queria saber quem era Jesus, mas nunca tinha tido essa oportunidade. Naquele momento Jesus estava na sua frente e ficou muito alegre por isso!

A fama de Jesus havia chegado até os ouvidos de Herodes, e este queria ver Jesus realizar algum milagre.

Ora, notem que coisa extraordinária! Herodes ficou MUITO alegre por ver Jesus. Mas quais eram suas motivações reais? Qual era a causa da alegria de Herodes por ver Jesus? A fama de Jesus foi a razão da alegria de Herodes. A alegria não vinha pelo fato de Jesus ser o Messias esperado, mas vinha da fama de Jesus.

Outra coisa que nos chama a atenção é que Herodes esperava que Jesus fizesse algum milagre. Lendo o trecho completo, vemos que sequer uma palavra saiu dos lábios de Jesus. Herodes fez muitas perguntas a Jesus, mas só queria ouvir aquilo que interessava a ele. Herodes nunca pediu para Jesus algo assim: “Mestre, me fale dos seus ensinamentos”. Não! Herodes só queria tirar de Jesus aquilo que fosse útil para ele próprio.

Isso enfureceu a Herodes, que começou a zombar dele, e o mandou de volta a Pilatos.

Isso nos leva de volta àquilo que a Bíblia nos diz sobre a natureza humana, que não muda conforme o tempo.

Quantas pessoas hoje ficam alegres por se encontrar com Jesus? Muitas! E não duvido que realmente se alegrem, pois esperavam por isso a muito tempo! A fama de Jesus chegou aos ouvidos dessas pessoas. E essas mesmas pessoas esperam de Jesus uma única coisa: MILAGRES.

E interrogam, questionam, decretam, declaram, exigem que Jesus lhes responda aquilo que é de interesse delas, e não aquilo que Jesus tem a ensinar realmente.

E o que acontece com essas pessoas quando Jesus não lhes responde nada?

Se enfurecem, de decepcionam, se frustam, pois não era este tipo de Jesus que elas esperavam, mas sim o Jesus de suas conveniências.

Pois é, a natureza humana não muda, e Herodes está bem vivo ainda hoje, no século XXI.





Fonte: Filosofia Cristã


quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Dois pesos, duas medidas


O que mais exaspera o cidadão brasileiro é a desigualdade entre governantes e governados.

Os primeiros estão acima da lei. Desapropriam e não pagam; causam danos por ação ou omissão e não respondem por eles. Dão carteiradas, calotes e maus exemplos.

Os segundos mal conseguem sobreviver. Seis moedas diferentes em oito anos, planos falidos ou natimortos; confisco da poupança, imposto para viajar, para circular e (ainda não) para respirar.

Voluntaristas e desrespeitadores da Constituição, violam os governantes, o sossego e a saúde mental dos governados.

Otários e celerados são faces da mesma moeda.

Nos países do chamado primeiro mundo os tarados já apreenderam que não são invulneráveis.

Nos Estados Unidos da América já foram quatro pro saco e um sobreviveu porque tinha feito papéis de cowboy e estava preparado psicologicamente para resistir.

Na Inglaterra, França, Itália e Suécia experimentaram o corolário de suas facécias.

“Lei, ora a lei” dizia um caudilho com grande fama. Mas um dia se afogou num mar de lama.

Debochado, safado e falastrão, um dia achará o seu Martel aquele que transforma o país em bordel.




Por Carlos Maurício Mantiqueira

Fonte: Alerta Total

Em vez de culpar a desigualdade, pense em criar mais riqueza


Em 30 anos, o crescimento assombroso da China tirou nada menos do que 680 milhões de pessoas da miséria, dando-lhes renda e acessos a bens e serviços nunca sonhados por uma população que passava fome nas plantações de arroz. Só que, vejam só, a desigualdade chinesa também aumentou nesse mesmo período.

Além dos miseráveis que subiram de vida, criou-se uma classe política e empresarial de super-ricos que concentra cada vez mais riqueza. Praticamente todo mundo está melhor, ainda que alguns poucos tenham ganho mais do que a maioria.

Essa é a cara do desenvolvimento capitalista (ainda que a China esteja longe de ser um país liberal): todos ganham, mas nem todos ganham a mesma coisa. E aí, o que é melhor para os chineses? Ter renda e consumo sabendo que a elite de seu país é muito mais rica do que eles jamais serão, ou passar fome com o consolo de que sua elite é formada de milionários e não bilionários? Pobreza ou desigualdade?

Se o nosso objetivo é melhorar as condições de vida humana, dando uma vida digna a todos, nossa preocupação é com a pobreza, e não com a desigualdade.

Pobreza diz respeito às condições absolutas em que alguém se encontra. Tem comida? Acesso a água potável? Habitação? Trabalho? Seus filhos podem frequentar uma escola ou se veem forçados a trabalhar? Os critérios são muitos.

Já desigualdade é uma variável relativa, que nada diz sobre as condições absolutas de vida. Para saber se um país é desigual, é preciso comparar seus habitantes mais ricos e mais pobres e ver a distância entre eles. Um país que tenha uma pequena parcela de milionários e o restante da população passe fome é muito desigual. Já um onde todos passem fome é igualitário. A condição objetiva dos pobres em ambos, contudo, é a mesma.

Igualmente, se os mais pobres viverem como milionários, e os mais ricos sejam uma pequena parcela de trilionários, a desigualdade é grande.

As duas coisas, pobreza e desigualdade, se confundem facilmente, de modo que muita gente que se preocupa espontaneamente com a pobreza (que se preocupa, por exemplo, com quem não tem acesso a saneamento básico, ou a educação) acaba falando de desigualdade: da diferença entre os mais ricos e os mais pobres. E essa mistura muda nossa maneira de pensar: acabamos pensando que pobreza e desigualdade são a mesma coisa e que, portanto, o melhor remédio contra a pobreza é a redução da desigualdade, o que via de regra significa tirar de quem tem mais e dar para quem tem menos.

Novamente, a China ou mesmo a história europeia nos últimos dois séculos mostra que não precisa ser assim.

A tendência mundial das últimas décadas tem sido o aumento da desigualdade dentro de cada país. Mas se olharmos para o mundo como um todo, comparando cidadãos de países pobres com os de países ricos como se a Terra fosse uma grande nação, a desigualdade vem caindo. A distância entre o cidadão médio de um país pobre para o de um país rico diminuiu, ainda que, no mundo todo, a classe dos mais ricos venha concentrando mais renda.

O principal índice para se medir a desigualdade econômica dentro dos países é o índice de GINI. Em geral, maior riqueza está associada a maior igualdade; só que há muitas e muitas exceções. Pelo índice de GINI, os EUA são mais desiguais que o Senegal. O Afeganistão é das nações mais igualitárias do mundo (o Canadá é mais desigual que o Afeganistão).

O Brasil, mesmo com sua altíssima carga tributária, segue sendo um dos países mais desiguais do mundo (outra ilustração da ineficiência de nosso estado em fazer aquilo a que ele se propõe), mas não é nem de longe o mais pobre. O pobre brasileiro, por pior que seja sua condição de vida, está melhor que o pobre indiano, apesar de viver numa nação muito mais desigual.

Pelo mesmo índice, o Canadá é mais desigual que Bangladesh, a Nova Zelândia é mais desigual que o Timor Leste, a Austrália é mais desigual que o Cazaquistão, o Japão é mais desigual que o Nepal e a Etiópia.

É um fato que a desigualdade desagrada a muitos. Ofende o senso moral de muita gente pensar que uma pessoa tenha riqueza brutalmente maior do que outra sem ter tido o mesmo esforço, ou o mesmo mérito, para consegui-la. Herança talvez de uma ética do trabalho, que não consegue aceitar a riqueza (ou o prazer de maneira geral) exceto como recompensa de privações, esforço, sacrifício. Ou ainda da visão antiga de que é a riqueza dos ricos que causa a pobreza dos pobres.

A transferência de renda, embora talvez útil para aliviar situações agudas de pobreza, é um meio ineficiente para promover a geração sustentável de riqueza. Relações ganha-ganha geram um ciclo virtuoso, aumentando a riqueza total, que nos permite deixar para trás o eterno cabo de guerra por uma riqueza estanque.

Imagine se a China tivesse parado nos anos 1970, brigando para repartir o minúsculo bolo que era sua economia. Hoje o bolo cresceu, mas também os super-ricos. Se conseguíssemos, pela primeira vez em muitos séculos, olhar para fortunas imensas sem sentir indignação, o mundo talvez virasse um lugar melhor.




Por Joel Pinheiro da Fonseca
Fonte: Spotniks

As revoluções matam seus idealizadores


As revoluções de esquerda certamente são uma das maiores armadilhas da história. Elas conseguiram ludibriar tanto os intelectuais que ansiaram e agitaram pela revolução armada (daí seu ávido desejo de desarmar o cidadão comum) quanto os próprios "pobres e oprimidos", ambos os quais, em vez da prometida utopia anticapitalista, ganharam apenas campos de concentração.

Durante e Revolução Francesa, um jornalista fez a observação de que as "revoluções matam seus rebentos". Isso é apenas parcialmente verdade. A realidade é que as revoluções matam também seus idealizadores. Mais especificamente, as revoluções de esquerda ocorridas ao longo da história mataram todos os intelectuais de esquerda que as fomentaram e as fizeram acontecer.

E quando eu digo "revoluções de esquerda", refiro-me a revoluções que explicitamente almejavam utilizar o poder do governo para reformular toda a sociedade. Recriar uma sociedade com o intuito de torná-la uma versão real de um modelo que foi idealizado como "justo" é uma proposta que sempre seduziu intelectuais e os demais proponentes dessa utopia.

Mas também é fato que em todas essas revoluções reformistas os intelectuais eram apenas o prato de entrada. A história mostra que todas as revoluções reformistas vão direto para o prato principal: os "pobres e oprimidos" e as "minorias", ambos os quais eram considerados os mais ardorosos defensores da revolução.

Todas as revoluções de esquerda ocorridas no século XX seguiram esse padrão: paridas por intelectuais utópicos, o poder é rapidamente tomado por demagogos que sabem apelar aos instintos mais primitivos do cidadão comum. Mesmo nos lugares mais "civilizados" — como a República de Weimar, na Alemanha, ou a Cuba da década de 1950, que era aonde os ricos e famosos iam se divertir — esses demagogos recém-coroados não hesitaram em enviar todos os intelectuais, os pobres e os "pervertidos" para campos de reeducação, onde foram torturados, mortos e pendurados em postes de iluminação.

Intelectuais radicais que são sustentados com o dinheiro dos pagadores de impostos para fazer proselitismo de ideologias violentas estão, literalmente, brincando com fogo.

Mao Tsé-Tung famosamente se gaba de ter "enterrado vivos 46.000 intelectuais", o que significa que ele enviou todos eles para campos de concentração, onde eles ficariam calados e morreriam de fome.

O radical movimento comunista de Pol Pot (o Khmer Vermelho) executou intelectuais aos milhares, chegando ao ponto de ter como alvo qualquer pessoa que usasse óculos.

Até mesmo aquele regime que ainda é visto como "bacana", o de Fidel Castro, criou campos de concentração para homossexuais.

Já a União Soviética tornou a homossexualidade uma prática ilegal por mais de 50 anos, fazendo com que o atual regime de Putin, que proíbe marchas LGBT, seja um parque de diversões em comparação.

A maior ironia de todas, dado o seu estrelato alcançado no meio universitário, é que o herói dos radicais, Che Guevera, pessoalmente — e com grande regozijo — executou vários homossexuais, os quais ele assumidamente detestava. E ele fez isso ao mesmo tempo em que criava toda uma rede de campos de concentração ao longo de Cuba para torturar gays e efeminados com o intuito de fazê-los renunciar às suas "perversões malévolas", as quais eram vista como o produto do capitalismo moralmente corrosivo.

[Nota: o trecho a seguir foi retirado do site Grupo Gay da Bahia:

Em 1959, ao tomar o poder em Cuba, Fidel declarou que "um homossexual não pode ser um revolucionário". Em 1965, Fidel e Che Guevara criam as Unidades Militares de Ajuda à Produção, acampamentos de trabalho agrícola em regime militar, com cercas de 4 metros de arame farpado, onde os homossexuais e outros "marginais" realizavam trabalho forçado nos canaviais, com até 16 horas de trabalho forçado, em condições desumanas muito semelhantes aos campos de concentração nazistas.

Inúmeros artistas e escritores homossexuais foram perseguidos nesta ocasião: Virgílio Piñera, Lezama Lima, Gallagas, Anton Arrulat, Ana Maria Simo, inclusive o poeta norte-americano Alien Ginsberg, expulso por ter divulgado que era rumor permanente em Cuba e no exterior que o irmão de Fidel, Raul Castro, era homossexual enrustido.

Outro jornalista gay a ser perseguido foi Allen Young, que de garoto propaganda da revolução cubana, tornou-se persona non grata ao denunciar a crueldade da homofobia nesta ilha.]


Por que as revoluções reformistas gostam de executar tanto os intelectuais de esquerda que as apoiaram quanto os próprios "grupos vulneráveis" tão adorados pelo coração esquerdista? Porque o poder tem a sua própria lógica. Porque todo governo que se mantém na base da violência tem de estar constantemente atento a toda e qualquer eventual ameaça. E isso significa que ele tem de apelar aos mais baixos instintos das massas. Se as massas odeiam gays, judeus ou intelectuais, então o governo revolucionário saciará esse desejo, e enviará gays, judeus e intelectuais para os gulags. Aquilo que o populacho abomina, o governo onipotente também irá abominar.

E por que os intelectuais se negam a enxergar esse horrendo padrão? Presumivelmente, eles sempre têm a esperança de que "dessa vez será diferente", e que os universitários radicais e seus políticos de estimação irão poupá-los e ser mais contidos. Se a história nos serve de guia, isso não ocorrerá. Em vez disso, a revolução defendida por eles será mais uma vez "corrompida" por populistas e transformada em seu pior pesadelo: uma revolução que é anti-intelectual, anti-gay, racista e anti-semita. Não importa quão pura seja o ideário de uma revolução: a história mostra que é nisso que ela vai descambar.

A esquerda politicamente correta, que gosta de incentivar revoluções, pensa que é capaz de controlar as massas enfurecidas. Doce ilusão. Ela será a primeira a ser enviada aos campos de concentração. 





Por Peter St. Onge

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Em discurso aos ministros, Dilma enrola e revela suas intenções macabras


Dilma voltou das trevas e finalmente deu as caras. Seu discurso ao ministério mostrou alguns momentos patéticos e outros bastante sinistros. Vamos a alguns deles:

Os ajustes que estamos fazendo são necessários para manter o rumo, ampliar oportunidades, preservando as prioridades sociais e econômicas do nosso governo.

Claro, claro…

E só vieram depois das eleições, mesmo com ela dizendo antes que não haveria “ajuste” nenhum. Segundo a campanha de Dilma, quem faria “ajustes” seria a oposição.

A economia brasileira vem sofrendo os efeitos de dois choques. No plano externo, a economia mundial sofreu uma redução expressiva nas suas taxas de crescimento, com a China apresentando as menores taxas de crescimento em 25 anos, o Japão e a Europa em estagnação, e os EUA só agora começando a se recuperar da crise. Além disso, há uma queda nos preços das commodities – uma queda de 58,8% do petróleo (de jun/14 a 20 de jan/15) e de 53% do minério de ferro (de dez/13 ajan/15) – e uma apreciação do dólar.

A única coerência dela está aqui: é a mesma mentira usada na campanha, que não explica os indicadores econômicos brasileiros melhores apenas que da Venezuela e Argentina. E estar melhor que essas duas republiquetas não significa absolutamente nada.

No plano interno, enfrentamos, em anos sucessivos, um choque no preço dos alimentos, devido ao pior regime de chuvas de que se tem registro.

Mudou de ideia, Dilma?

Na campanha a culpa não era apenas de Alckmin? Agora que a crise é vista no Brasil inteiro a culpa voltou a ser “das chuvas”? Dilma realmente é uma pessoa cuja moral possui atributos às vezes indizíveis.

Tomamos algumas medidas que têm caráter corretivo, ou seja, são medidas estruturais que se mostram necessárias em quaisquer circunstâncias. Vamos adequar o seguro-desemprego, o abono-salarial, a pensão por morte e o auxílio-doença às novas condições socioeconômicas do País. Essas novas condições mostram que, nos últimos 12 anos, foram gerados 20,6 milhões de empregos formais. A base de contribuintes da previdência Social foi ampliada em 30 milhões de beneficiários. O valor real do salário mínimo, que é a base de todo o sistema de proteção social, cresceu mais de 70%.

Ué, se a arrecadação está aumentando (pois como ela mesmo disse a informalidade foi reduzida), ela não conseguiu justificar a necessidade de “ajuste”…

Nestes casos, não se trata de medidas fiscais, trata-se de aperfeiçoamento de políticas sociais para aumentar sua eficácia, eficiência e justiça.

Ha, ha, ha…

Vamos promover o reequilíbrio fiscal de forma gradual. Nossa primeira ação foi estabelecer a meta de resultado primário em 1,2% do PIB.

O engraçado é que ela nem tem vergonha de falar isso. Melhor seria se ela escondesse e se fingisse de morta ao tratar este assunto.

Caras ministras e caros ministros, Devemos enfrentar o desconhecimento, a desinformação sempre e permanentemente. Sem tréguas. Não permitam que a falsa versão se crie. Reajam aos boatos, travem a batalha da comunicação, levem a posição do governo à opinião pública. Sejam claros, precisos, se façam entender. Não deixem dúvidas.

A regra é clara: todos ministros devem sair mentindo feito malucos pela mídia. E “falsa versão” no dialeto do PT significa “fatos”. Como os fatos são desagradáveis, o negócio é mentir como ela já fez em quantidades titânicas durante a campanha. E segue fazendo.

Por exemplo, quando for dito que vamos acabar com as conquistas históricas dos trabalhadores, respondam em alto e bom som: Não é verdade! Os direitos trabalhistas são intocáveis, e não será o nosso governo, um governo dos trabalhadores, que irá revogá-los.

Mas não é isso que vários petistas tem dito, inclusive alguns que tem debandado. Isso inclui a cantora Adriana Calcanhoto e a ex-ministra Marta Suplicy.

Quando for mencionada a crise da água, lembrem-se que desde o início da maior estiagem das últimas décadas, o Governo Federal apoiou e está apoiando,de todas as formas, inclusive com investimentos elevados, as demandas dos Governos estaduais, responsáveis constitucionais pelo abastecimento de água.

Se for para falar de lembranças, melhor também ninguém esquecer que Dilma dizia que não havia problema de estiagem durante a campanha, apenas para tentar prejudicar a campanha de Alckmin.

O curioso é que podemos compreender que Dilma já entregou os pontos e entrou na fase de priorizar a propagação de mentiras (por parte de seus ministros) do que realmente trabalhar efetivamente. Para ela, a guerra a ser vencida é a da “comunicação”. Então devemos supor que as coisas vão bem. Só precisam ser “bem comunicadas”, certo?


Vamos, a partir da abertura do Congresso, propor uma alteração na legislação para tratar como atividade comum dos entes da federação as ações de segurança pública, permitindo a União estabelecer diretrizes e normas gerais válidas para todo o território nacional para induzir políticas uniformes no País e disseminar a adoção de boas práticas na área policial.

Agora é a fase sinistra do discurso.

Quem está de olho em unificação de polícias pensa em usá-las como forma de silenciar críticos, não de melhorar a segurança pública. A Venezuela que o diga.

Neste segundo mandato, manterei, sem transigir um só momento, meu compromisso com a lisura no uso do dinheiro público, com o combate aos mal feitos, com a atuação livre dos órgãos de controle interno, com a autonomia da Polícia Federal, e com a independência do Ministério Público.

Durante a campanha, ela dizia que “mandava investigar”. Agora, diz que tem “autonomia”. Ela realmente não fala por coerência lógica. Apenas busca o efeito que as palavras podem gerar em algum momento.

Vou chegar ao final deste mandato podendo dizer o mesmo que disse do primeiro: nunca um governo combateu com tamanha firmeza e obstinação a corrupção e a impunidade.

Poder dizer ela pode mesmo. Até por que trotskistas são avaliados entre os seus pela quantidade de mentiras que lançam. Então ela pode dizer qualquer coisa. Aliás, o governo petista combateu tanto a corrupção que quando pedia para assistir as gravações das delações tomava com a cara na porta. O fato é que o governo petista sempre foi o investigado na questão, jamais o investigador…

O saudável empenho de justiça deve também nos permitir reconhecer que a Petrobrás é a empresa mais estratégica para o Brasil e a que mais contrata e investe no país. Temos que saber apurar e saber punir, sem enfraquecer a Petrobrás, nem diminuir a sua importância para o presente e para o futuro […] Ministros e ministras, toda vez que se tentou, no Brasil, condenar e desprestigiar o capital nacional estavam tentando, na verdade, dilapidar o nosso maior patrimônio – nossa independência e nossa soberania. Temos que punir as pessoas, não destruir as empresas. Temos que saber punir o crime, não prejudicar a economia do país. Temos que fechar as portas para a corrupção, não para o crescimento, o progresso e o emprego.

Essa parte é muito importante. Isolarei alguns pontos:
Petrobrás é estratégica
Portanto deve-se “saber” investigar
Assim como deve-se “saber” punir
Tem que tomar cuidado para não enfraquecer a Petrobrás
Já que tem gente querendo “desprestigiar” o capital nacional


A inserção destes cinco itens já mostra as péssimas intenções dessa senhora.

Ora, se existe autonomia para investigação, então o fato da Petrobrás ser estratégica, podendo ser enfraquecida, não significa absolutamente nada. Ninguém deve pisar em ovos para investigar seja a quitanda da esquina, seja a Petrobrás, mas a mensagem passada por Dilma é o contrário: no caso da empresa aparelhada, “tomem cuidado”. O tom é cada vez mais kirchnerista.

Ela não poderia deixar de incluir a tradicional baixaria bolivariana atribuindo aos outros as culpas pela corrupção na Petrobrás. Ou seja, se há provas contra a Petrobrás (por que teve gente que “apurou demais”), isso ocorre por culpa de um pessoal querendo “desprestigiar” o capital nacional.

Nesse momento, ela assumiu o compromisso com a pressão contra as investigações e com a fuga da responsabilidade pela demolição da Petrobrás.

Enfim, um discurso nojento para iniciar um mandato irresponsável e depravado.
Não podia faltar o momento ridículo abaixo:

Estelionato eleitoral


Art. 299 – Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa, se o documento é particular.


Em um país sério, a Dilma já estaria enquadrada no crime de falsidade ideológica desde que assumiu o segundo governo no último dia primeiro de janeiro. Ela fez declarações falsas aos brasileiros durante a campanha eleitoral. Tudo que disse nos programas políticos na TV e no Rádio era mentira. Usou artifícios ilegais, truques de imagens e propostas enganosas para iludir a população e, por isso, deveria ser enquadrada no Art. 299, com pena de reclusão de 1 a 5 anos.

Nem bem começou o segundo mandato, a presidente mostra aos brasileiros a cara de um governo incompetente, sem planejamento e despreparado. Começa sacrificando o trabalhador com aumento de impostos, de combustíveis e alíquotas financeiras que vão onerar os cheques especiais e as prestações dos que imaginam fazer créditos para adquirir um simples eletro doméstico. Desmente, assim, tudo que disse nos programas quando prometeu defender o emprego e o salário do trabalhador, agora assaltado pelas medidas perversas do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, um banqueiro, que saiu das hostes do Bradesco, para operar a economia do Brasil.

Com uma economia em frangalhos, com obras paradas e investimentos em infraestrutura desativados, o Brasil parou. Parou porque o governo petista é incompetente, não sabe planejar nem executar. Aparelhou o estado de cabo a rabo e gasta mais do que arrecada. Não faz o elementar dever de casa. Por isso é que antes de acabar o ano exigiu que o Congresso Nacional jogasse no lixo a Lei de Responsabilidade Fiscal que tinha, entre outras atribuições, evitar a gastança desordenada dos governos federal, estadual e municipal. E o Congresso, de quatro, atendeu aos apelos da presidente depois que ela prometeu fazer e fez uma farra com a distribuição de dinheiro das emendas parlamentares enchendo os bolsos daqueles que deixaram os mandatos e dos que foram reeleitos.

Quase a metade dos eleitores brasileiros sabia que esse governo iria apertar a corda no pescoço dos trabalhadores. Com exceção dos miseráveis do Bolsa Família e dos militantes petistas, agarrados aos cargos públicos, 50 milhões de eleitores disseram não a reeleição desse governo. Mas, infelizmente, o derrame de dinheiro, o aparelhamento do estado e a movimentação dos sindicatos e centrais sindicais, que se alimentam do dinheiro público, tiveram papeis preponderantes na renovação do mandato da presidente.

O que os brasileiros assistem agora – a falta de água e de luz – é fruto de um governo sem planejamento, improvisado e desordenado. Aliás, isso já era previsto. A ex-ministra do Planejamento (?), Mirian Belchior, gravou uma entrevista no Fantástico, onde demonstrou toda sua incompetência na gestão de um país. Disse, entre tantas bobagens, que “o governo do PT tinha pressa em tocar obras e por isso optou que faria isso sem planejamento”. É a confissão da indolência administrativa, da burrice e do despreparo para quem tinha a responsabilidade de planejar (?) o país. Imagine, senhoras e senhoras, que essa executiva do caos está cotada para assumir a Caixa Econômica Federal.

Diante dos últimos fatos tão desastrosos dessa administração petista, é que os brasileiros devem se preparar para o pior. Mas antes que cheguemos ao fundo do poço, resta a todos nós o legítimo direito de pedirmos o impeachment da presidente.





Por Jorge Oliveira

A crise é hídrica, não energética


Desde o apagão de 2002 no governo Fernando Henrique, ficou provado que o sistema brasileiro de geração de energia a partir da água não se sustenta mais. Modificamos o regime das chuvas, os volumes de água reservados estão sujeitos a estiagens mais prolongadas e mais constantes todos os anos. Tanto é que o nível de 85% dos reservatórios brasileiros em janeiro de 2015 é considerado mais baixo que o do apagão de 2002. Não é por acaso que temos problemas de abastecimento de água até para consumo humano e industrial, quanto mais para gerar energia.

O Brasil insiste em construir hidrelétricas para resolver seus problemas de energia. Hoje o cidadão comum tem claro que quem impõe a agenda de obras no Brasil são as empreiteiras. Elas financiam as eleições e depois recebem o cêntuplo com os investimentos em grandes obras. As hidrelétricas estão entre as maiores obras desse país.

Nosso desafio não é construir mais barragens, mas ter água para locupleta-las. Na data que escrevo esse texto o nível dos reservatórios está em média nacional girando em 20%. Portanto, há uma ociosidade de 80%. Com 50% dessa capacidade locupletada o governo e empresas do ramo estariam rindo à toa. Portanto, não é mais uma Belo Monte, uma Teles Pires, ou outra barragem qualquer que vai resolver esse desafio. Nosso problema fundamental está nas águas, não na capacidade instalada dos reservatórios.

Quem quiser a prova é só visitar a barragem de Xingó, no Baixo São Francisco. Na parede da barragem está a infraestrutura para se instalar 11 turbinas, mas só seis estão instaladas. Quando se pergunta aos técnicos porque não instalar as demais, ao contrário de construir novas barragens, a resposta é simples: não temos água para acionar onze turbinas.

Certas reportagens insistem que se outras obras estivessem feitas – Belo Monte, Teles Pires, etc. –, nós não estaríamos passando pelo problema da crise energética, originada pela crise hídrica. Portanto, para esse setor midiático, é no atraso das obras, na dificuldade dos licenciamentos ambientais, na inoperância das empreiteiras que reside o problema.

O fato é que, se hoje temos 22% de nossa matriz energética baseada nas termoelétricas, é simplesmente porque nossas hidrelétricas já não são mais capazes de garantir a energia que esse modelo de desenvolvimento demanda. Portanto, vamos construir todas as hidrelétricas da Amazônia, vamos devastar nossos últimos rios, vamos remover nossas populações, mas vamos ter que construir novas termoelétricas para garantir energia, cada vez mais cara – cortamos o consumo e a conta do mês só aumenta -, cada vez mais escassa.

A crise hídrica tem consequências para o abastecimento humano, a dessedentação dos animais (vide Nordeste e região do Rio de Janeiro), indústria, agricultura, a geração de energia e todos os múltiplos usos da água. Será que nem por amor à galinha dos ovos de ouro somos capazes de rever os rumos predadores de nossa civilização?

Enquanto isso o sol do Nordeste brilha doze horas por dia e os ventos sopram forte na costa e no sertão nordestino.




Por Roberto Malvezzi (Gogó)

Não ignore os membros idosos da igreja


Brian Croft afirma ter aprendido cinco lições inesperadas no trabalho de revitalização de sua igreja. Uma delas é a importância do cuidado com membros idosos da igreja. Ele escreve:

Estou cada vez mais preocupado que, em meio a esse frenesi de plantação de igrejas, a igreja multigeracional esteja esmorecendo. Membros idosos da igreja são comumente vistos pela geração mais jovem de pastores como um fardo inútil, um obstáculo à obra do ministério – uma mentira na qual já fui tentado a acreditar.
Você pode imaginar a minha surpresa ao começar a perceber a dádiva dos membros idosos da igreja, assim como a bênção de honrar a Deus em uma congregação multigeracional unida pelo evangelho. Testemunhar uma estudante universitária levantar-se e sentar ao lado de uma viúva idosa durante um culto matinal de domingo porque ela estava sozinha é uma demonstração singularmente poderosa do evangelho. E essa demonstração é encontrada apenas numa igreja local quando velhos e jovens estão presentes (Tito 2.1-8).


Jovem, você tem amado os membros idosos de sua igreja? Tem buscado servi-los? Ou vocês só os vê como um fardo inútil, um obstáculo à obra do ministério?

A obra de revitalização de igrejas traz muitas surpresas. Cada congregação moribunda tem suas próprias peculiaridades, descaminhos e pecados que conduziram a uma situação em que se acham quase sem vida.

Cinco lições inesperadas

Nesses oito anos envolvido na minha própria obra de revitalização de igreja, tenho aprendido uma variedade de lições que eu não necessariamente esperava, quando comecei. Aqui estão cinco delas.

1. Espere o momento certo de implementar mudanças.

A tática mais comum de um pastor zeloso ao iniciar uma revitalização de igreja – a qual é a pior coisa que ele poderia fazer – é tentar mudar tudo o que precisa ser mudado dentro de um ou dois anos. É óbvio que a igreja precisa mudar, do contrário ela não seria caracterizada como necessitada de revitalização; contudo, a mudança deve vir lentamente. É preciso construir confiança. As ovelhas precisam sentir-se cuidadas pelo pastor antes de segui-lo por um novo caminho.
O ponto não é apenas que a mudança deve ocorrer lentamente, mas que é preciso encontrar o momento adequado para cada mudança em particular. No quarto ano do meu atual pastorado, eu quase rachei a igreja por causa de uma mudança importante. Então percebi que aquele não era o momento adequado e recuei. Nove meses depois, a mesma medida foi aprovada por unanimidade. A mudança deve vir lentamente, no momento certo.

2. Não subestime o poder do amor persistente.

Uma vez que a Bíblia nos chama a velar pelas almas como quem deve prestar contas (Hebreus 13.17), pastores não podem escolher cuidar de algumas ovelhas e evitar outras. Cuidar daqueles que não parecem desejar o nosso cuidado pode nos fazer sentir impotentes. Contudo, não subestime a maneira como Deus age poderosamente por meio do amor persistente.
Alguns dos cabeças de uma tentativa de remover-me do pastorado, cinco anos atrás, são agora calorosos defensores. O que produz esse tipo de mudança de coração? Primeiro e principalmente, o poder e a graça de Deus em ação. Contudo, Deus pareceu agir por meio de atos de amor obstinado. Você prestará contas de todas as ovelhas sob seus cuidados, independentemente de como elas recebem o seu ministério; então, ame-as todas com persistência.

3. Não subestime a alegria de ganhar aqueles que outrora lhe eram hostis.

Sem dúvida, alguns dos meus relacionamentos mais significativos na igreja são com aqueles que, outrora, queriam minha cabeça. Alguns que outrora oravam para que eu saísse, hoje, oram para que meu ministério na igreja seja frutífero. Essas pessoas não pensam que eu sou o melhor pastor do mundo. Tampouco eles concordam comigo em todas as coisas. Contudo, em meio às dificuldades e batalhas ao longo dos anos, Deus estava fazendo algo miraculoso que eu, em grande medida, ignorava. A confiança estava sendo construída, o entendimento estava aumentando e uma afeição mútua estava sutilmente sendo formada em nossos corações.

4. Não ignore seus membros idosos – eles são uma de suas maiores dádivas.

Estou cada vez mais preocupado que, em meio a esse frenesi de plantação de igrejas, a igreja multigeracional esteja esmorecendo. Membros idosos da igreja são comumente vistos pela geração mais jovem de pastores como um fardo inútil, um obstáculo à obra do ministério – uma mentira na qual já fui tentado a acreditar.
Você pode imaginar a minha surpresa ao começar a perceber a dádiva dos membros idosos da igreja, assim como a bênção de honrar a Deus em uma congregação multigeracional unida pelo evangelho. Testemunhar uma estudante universitária levantar-se e sentar ao lado de uma viúva idosa durante um culto matinal de domingo porque ela estava sozinha é uma demonstração singularmente poderosa do evangelho. E essa demonstração é encontrada apenas numa igreja local quando velhos e jovens estão presentes (Tito 2.1-8).

5. Labute pela satisfação de ver padrões de igreja não saudáveis e disfuncionais sendo quebrados.

É uma grande alegria ver o evangelho mudar a vida de um indivíduo. Essa alegria é magnificada quando o evangelho começa a mudar décadas de padrões destrutivos e não saudáveis que sufocavam a vida de uma igreja local inteira. A Palavra e o Espírito de Deus são tão poderosos que eles podem não apenas edificar uma igreja saudável, mas até mesmo tomar uma congregação moribunda, desolada e desencorajada e lhe dar uma vida renovada, fazendo-a florescer muito além do que seus fundadores jamais imaginaram. Então, labute diligente e pacientemente para ver o evangelho transformar a vida corporativa da igreja.

O evangelho é poderoso para construir e reconstruir

Revitalização de igreja é um trabalho árduo. Cada situação é única e imprevisível. Muitas das lições que aprendi foram não apenas inesperadas, mas difíceis e dolorosas. Todavia, as dificuldades valem mais do que a pena. O evangelho pode não apenas construir uma igreja local, mas também reconstruí-la – às vezes, de modos surpreendentes e inesperados.





Por Brian Croft

Teorias éticas básicas – Infográfico [Teologia Visual]


Precisa de um entendimento básico sobre teorias éticas? Neste infográfico podemos ver as éticas das ações, pensando sobre o fazer, e as éticas do agente, pensando sobre o ser. Confira:




Fonte: Voltemos ao Evangelho

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

"Deus é Grande", diz missionário da Igreja Presbiteriana Viva, atacada no Níger

Efeito "Charlie Hebdo" - Segundo o pastor e missionário Roberto Carlos Rodrigues, da Igreja Presbiteriana Viva os dois templos da comunidade cristã por ele fundada na capital do Níger foram completamente destruídos por extremistas islâmicos


Os ataques a igrejas e bases missionárias no Níger têm aterrorizados cidadãos e missionários na região. O clima ainda é de bastante tensão, devido a possibilidade de novos atentados, principalmente na capital Niamey.

Segundo o pastor e missionário Roberto Carlos Rodrigues, da Igreja Presbiteriana Viva os dois templos da comunidade cristã por ele fundada na capital também foram completamente destruídos por extremistas islâmicos.

"Realmente limparam a igreja. Limparam, meteram fogo, mas é assim mesmo. Deus é grande, Deus pode fazer muito mais", disse.

O pastor é natural de Volta Redonda (RJ) e vive no país do norte da África desde 2009, quando iniciou esta congregação na capital Niamey.

Segundo ele, um dos ataques aos templos de sua igreja aconteceu pouco antes de um estudo bíblico com crianças.

Por questões de segurança, o pastor e outras 20 pessoas da igreja ficaram escondidas. O Itamaraty orientou que eles evitem sair de casa.

De Volta Redonda, o líder da Igreja Presbiteriana Viva atualizou algumas informações sobre o missionário Roberto Carlos.

"Visto que a situação acalmou, eles estão cada um nas suas casas e me parece que a embaixada do Benin e a embaixada de Burkina Faso estão tentando articular, se possível, de alguma forma uma evasão rápida, se por acaso houver necessidade", contou o pastor Djalma Barros.

Entenda a situação

Iniciados no último final de semana, na capital do Níger (Niamey), os protestos contra as mais recentes publicações do jornal francês "Charlie Hebdo" com charges do profeta Maomé, têm causado destruição e medo entre os cidadãos e missionários que atuam na região.

Até o momento, foram registrados ataques a 45 igrejas, cinco hotéis, 36 bares, um orfanato e uma escola cristã.

Entre os locais atacados também está a base missionária do Ministério Guerreiros de Deus, liderada pelo casal de missionários, Alexandre e Giovana Canhoni. Saiba mais sobre o caso, clicando aqui .






Fonte: Guiame

Obrigação de estado - Indignação contra a corrupção


Há diversos textos circulando na Internet com o propósito de tentar denunciar os vícios de caráter da população, textos que serão colocados como citações paralelas nesta postagem, concluindo que os políticos corruptos do Brasil não são mais que legítimos representantes dessa população. Só que não.

A situação de corrupção da população é reflexo da corrupção presente nos níveis mais elevados da sociedade, nos detentores do Poder, nos detentores do capita. Essa conseqüência do esvaziamento moral das camadas mais influentes foi anunciada por Ruy Barbosa de Oliveira quando ele disse:

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer as injustiças, de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.


É essa inversão de valores que nós vemos se instalar no Brasil principalmente depois da ascensão da Esquerda Política ao Poder, por volta do ano 1994, com a eleição de FHC do PSDB, partido que sempre foi tão de Esquerda quanto PT, PCO, PSTU, mas que está disputando o poder com esse bloco, mais visivelmente de Esquerda.

Dessa forma, nós podemos concluir que o mal que os políticos estão fazendo é algo que tem reflexo na própria vida das pessoas. É algo que tem reflexo na ética, na moral, nos costumes, na forma como as pessoas conduzem suas vidas. Ocorre que esses reflexos estão sendo usados, agora, como causa da situação política do Brasil. Isso não pode ser aceito como legítimo.

A corrupção começou de cima para baixo. Pessoas mal intencionadas sempre houveram em todos os níveis culturais, políticos e sociais. No entanto a reprovabilidade da conduta corrupta sempre foi grande. Ocorre que está sendo diminuída essa reprovabilidade. Pelo menos é o que revela pesquisa de opinião feita com 400 paulistanos em que mais pessoas disseram que aceitariam fazer parte do esquema do que aquelas que disseram que não aceitariam. Nós ainda podemos concluir que muitos daqueles que disseram que não aceitariam, disseram só da boca para fora.

O que está acontecendo é muito simples. Existe uma força corruptora no Brasil. Essa força pode ser um bloco de partidos, um partido corrompendo os outros, políticos isolados em diversos partidos, não sendo este blog de política, mas sobre educação, vamos apenas falar disso no contexto da educação e não fazer uma análise política profunda.

Ocorre que essa força corruptora está querendo que a população, as pessoas que poderiam realmente fazer algo para mudar a situação, se rebelar, fazer barulho, que todos eles não sejam apenas compassíveis com a corrupção, mas, de certa forma, sejam eles até cúmplices da corrupção.

Quem está errado, quem cometeu algum erro o que procura fazer é chantagem para aquele que viu o erro, não denuncie. Esses textos acusando a consciência coletiva tem justamente essa função. A função de dizer para quase a totalidade da população calar a boca enquanto os corruptos continuam corrompendo.

Assim sendo, temos parte da população como cúmplice da corrupção, mesmo que seja uma cumplicidade meramente interna, aquela de se acusar de estar indignado com o que aconteceu com o mensalão, com diversos outros esquemas de corrupção, talvez porque ele, o cidadão individualmente considerado, o mesmo que faz esse juízo de reprovabilidade, não tenha recebido nada do esquema de corrupção. Ou isso, ou a população como vítima e, ao mesmo tempo na coautoria dos crimes, porque vendeu seu voto, ou porque também é corrupta na sua vida particular, trai sua esposa, sai sem pagar a conta, saqueia carga de caminhão batido, dentre outras coisas.

Ocorre que a população possui uma obrigação de estado. A população enquanto população deve fiscalizar, se manifestar contra o que está errado nos maiores escalões e isso não por uma questão de ter moral de cobrar, mas por uma questão de ser cidadão.

O que esses textos procuram fazer é apenas retirar essa variável. Retirar essa obrigação de estado. Está errado.

A população possui uma obrigação enquanto população, obrigação de se indignar, falar contra o que está ocorrendo de errado, fazer refletir no seu voto e nas suas ações essa indignação.

Não que possa cometer erros, fraudes e crimes à vontade, pelo contrário, deve-se ser, cada um, a mudança que gostaria de ver no mundo, mas deslizes, erros e falhas às quais todos estão sujeitos e DEVEM TENTAR EVITAR O QUANTO MAIS, não pode ser uma justificativa para aqueles que estão administrando o patrimônio público o faça de maneira fraudulenta, para aquele que administra a justiça o faça de maneira injusta, para aquele que legisla, o faça em interesse próprio.

Que cada um pague pelos seus crimes e não existe a compensação de um crime pelo outro. Se eu te agrido injustamente de mãos livres e você tenta me matar com uma arma de fogo depois de algumas horas, uma coisa não compensa a outra. Você vai responder por tentativa de homicídio e eu vou responder pela agressão que eu cometi e se eu cometi algum crime, me processe, mas eu vou me indignar contra os crimes que você cometer.

A autocrítica

O Brasileiro é assim:
A- Coloca nome em trabalho que não fez.
B- Coloca nome de colega que faltou em lista de presença.
C- Paga para alguém fazer seus trabalhos.
1. - Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.
2. - Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.
3. - Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.
4. - Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, e até dentadura.
5. - Fala no celular enquanto dirige.
6. - Usa o telefone da empresa onde trabalha para ligar para o celular dos amigos (me dá um toque que eu retorno...) - assim o amigo não gasta nada.
7. - Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.
8. - Para em filas duplas, triplas, em frente às escolas.
9. - Viola a lei do silêncio.
10. - Dirige após consumir bebida alcoólica.
11. - Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.
12. - Espalha churrasqueira, mesas, nas calçadas.
13. - Pega atestado médico sem estar doente, só para faltar ao trabalho.
14. - Faz "gato " de luz, de água e de tv a cabo.
15. - Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.
16. - Compra recibo para abater na declaração de renda para pagar menos imposto.
17. - Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.
18. - Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10, pede nota fiscal de 20.
19. - Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.
20. - Estaciona em vagas exclusivas para deficientes e idosos;
21.. - Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.
22. - Compra produtos pirata com a plena consciência de que são pirata.
23. - Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.
24. - Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.
25. - Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.
26. - Frequenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.
27. - Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos, como clipes, envelopes, canetas, lápis... como se isso não fosse roubo.
28. - Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.
29. - Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.
30. - Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.
31. - Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.
E quer que os políticos sejam honestos....
Escandaliza-se com o mensalão, o dinheiro na cueca, a farra das passagens aéreas...
Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo, ou não?
Brasileiro reclama de quê, afinal?







Fonte: PD

A democracia, o Brasil e o mundo


Está mais do que na hora de o atual governo rever a sua política externa
Em janeiro de 1933, o presidente Hindenburg nomeia Hitler chanceler. Seu partido tinha obtido uma expressiva votação e a sua liderança já se afirmava naquele então. O novo chanceler, imediatamente após assumir o poder, tomou medidas que visavam simplesmente a abafar e a suprimir qualquer espaço público, que pudesse obstaculizar o seu projeto totalitário.

Com tal intuito, utilizou-se de um artigo da Constituição de Weimar que lhe dava poderes de governar por decreto. Fez, ainda, passar uma lei, a Lei de Concessão de Plenos Poderes, também chamada de Lei Habilitante, que lhe conferia Poderes Legislativos. Ademais, suprimiu as liberdades civis.

Note-se que todas essas medidas de supressão das liberdades e da divisão republicana dos Poderes foram tomadas, por assim dizer, “legalmente”, seguindo a Constituição vigente e os trâmites legislativos. A subversão da democracia foi feita seguindo ritos republicanos.

Nada muito diferente do que ocorre atualmente com os países bolivarianos, expressões do “socialismo do século XXI”. O parentesco entre os nazistas e esses “socialistas” é, por demais, evidente. Chávez, o socialista/nazista seguiu o mesmo caminho. Eleito democraticamente, voltou-se diretamente contra as instituições democráticas. Seu sucessor segue “religiosamente” os seus passos.

Sufocou o Poder Judiciário, submeteu o Poder Legislativo, passou a governar por decretos (sua Lei Habilitante) e suprimiu progressivamente as liberdades civis, com especial atenção à liberdade de imprensa e dos meios de comunicação. Empregou também grupos paramilitares para esmagar e assassinar os seus opositores, numa réplica das SA de Hitler.

O seu modelo foi imitado pelo Equador, pela Bolívia, pela Nicarágua e, com algumas diferenças, pela Argentina, uma vez que esse país possui uma forte tradição violenta e autoritária herdada do peronismo.

É com alguns desses países que o Brasil guarda relações privilegiadas, unidos no Mercosul e na Unasul, irmanados em um mesmo projeto “anti-imperialista”e “anticapitalista”. Curioso, ainda, é o fato de o Mercosul possuir uma “cláusula democrática”, que deveria ser assumida por todos os seus membros.

De qual “democracia” estaríamos então falando? A totalitária que se caracteriza pela supressão das liberdades civis, da liberdade de imprensa e dos meios de comunicação em geral? A da abolição da divisão republicana dos Poderes e a da criminalização dos adversários e de qualquer contestação?

O que o Brasil, vivendo em uma democracia representativa, apesar de algumas tentativas de supressão da liberdade de imprensa e dos meios de comunicação, tem a ver com isso? O que significa bem essa afinidade eletiva com regimes liberticidas?

Está mais do que na hora de o atual governo rever a sua política externa. Para fazer acordos comerciais bilaterais, o Brasil está, inclusive, atrelado a essas más companhias. A Argentina é, por exemplo, um obstáculo para uma maior inserção do país no mundo. Enquanto isso, o país vizinho corre para a sua ruína e vive um momento particularmente delicado de suas instituições republicanas, com a morte do promotor Alberto Nisman.

Ele era encarregado do processo relativo ao atentado antissemita à Associação Mutual Israelita da Argentina (Amia), em 1994, no qual morreram 85 pessoas, muitas delas crianças, e mais de 300 ficaram feridas. Esse atentado foi posterior a outro, dois anos antes, contra a Embaixada de Israel, no qual morreram 29 pessoas.

O promotor, além de já ter indiciado os autores destes atentados, o Irã dos Aiatolás e o Hezbollah, estava incriminando a presidente Cristina Kirchner e o seu ministro de Relações Exteriores, Héctor Timerman. Ambos estariam encobrindo esses atos mediante um acordo diplomático-comercial com o Irã, em uma absurda cooperação dita judicial para averiguação destes crimes. Ora, os autores dos crimes já foram identificados e têm contra eles um mandado de prisão pela Interpol. Mais ainda, o promotor morto apresentaria ao Congresso da Argentina, na última segunda, as provas de suas acusações.

O suposto “suicídio” do promotor é, certamente, uma das tantas farsas do governo da presidente Cristina Kirchner e de seu marido, seu predecessor. Já tinham dado um calote, em 2011, em seus credores, em um processo que se arrasta até hoje na Corte de Nova York. Ninguém confia nos índices de inflação publicados pelo governo, por serem manipulados. As estatísticas argentinas são objeto de chacota internacional. A liberdade de imprensa e dos meios de comunicação é cada vez mais violada.

O assassinato de Alberto Nisman é uma amostra da falência das instituições republicanas na Argentina. Se tivessem um mínimo de seriedade, já teriam chamado peritos independentes, não cubanos evidentemente, para investigar as circunstâncias desta “estranha” morte.

Em 1801, Hegel, observando os desastres institucionais e constitucionais de sua Alemanha, fez a seguinte afirmação: “A Alemanha não é mais um Estado”. Esperamos que os argentinos, indo agora às ruas, demonstrando indignação com esse crime, ergam barreiras contra essa evidente deterioração institucional, que abala ainda mais os alicerces de sua democracia.

Contudo, parece que a maior preocupação da diplomacia brasileira consiste em chamar para consultas o seu embaixador na Indonésia, pelo fato de o país, seguindo a sua Constituição e aplicando as suas leis, ter executado a pena de morte em um traficante de drogas brasileiro. Ou seja, o país está mais preocupado com a execução legal de um traficante de drogas do que com a democracia em seu próprio continente.

Aliás, a leniência com o tráfico de drogas no país é uma verdadeira calamidade, o que se expressa, inclusive, nesta medida da política externa brasileira. Como se não bastasse, a presidente Dilma não foi a Davos, mas preferiu participar da posse do presidente Evo Morales, da Bolívia, outro liberticida. Tais escolhas são, deveras, preocupantes! É o mínimo que se pode dizer!




Por Denis Lerrer Rosenfield

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Por que a esquerda não luta por menos impostos?


Vejo poucos brasileiros de esquerda defendendo menos impostos no Brasil. Alguns até acham que a carga tributária é alta, mas dizem que é ainda maior nos países escandinavos nos quais deveríamos nos espelhar. Geralmente concordam com intelectuais que distorcem números e afirmam que o brasileiro, comparado a cidadãos de outros países, paga em média poucos impostos.

Para os mais radicais, a esquerda precisa lutar pelo fortalecimento do estado (o que envolveria mais impostos, principalmente dos mais ricos), enquanto a direita, a burguesia, os conservadores e as elites, que não ligam para as necessidades do povo, torcem por menos tributação.

O curioso é que muitos dos heróis e ídolos da esquerda são líderes e revolucionários que lutaram, eles próprios, por menos impostos.

É difícil, por exemplo, chamar de conservadores ou aliados às elites tradicionais os rebeldes que, durante a Revolução Francesa, destruíram alfândegas, queimaram documentos de dívidas fiscais e se recusaram a pagar impostos tanto à monarquia quanto aos governos republicados que a sucederam.

Deveriam os brasileiros de esquerda deixar de ler Karl Marx, que foi processado pela Alemanha por defender a sonegação de impostos? “A partir de hoje, impostos estão abolidos! É alta traição pagar impostos! Recusar pagar imposto é a primeira obrigação de um cidadão!”, escreveu Marx em 1848, depois de considerar ilegítimo o governo alemão.

Será que deveríamos chamar de burguês ou aliado às das elites o Mahatma Gandhi, que em 1930 percorreu 390 quilômetros a pé só para chegar ao litoral da Índia e desafiar o Império Britânico produzindo sal sem pagar imposto?

Ou o anarquista Henry David Thoreau, pai da Desobediência Civil e um dos inspiradores de Gandhi, preso por recusar a pagar qualquer tipo de taxa ao governo americano?

Há ainda os zulus da África do Sul, que no começo do século 20 travaram diversas guerras contra o imposto de 3 libras per capita imposto pelo Império Britânico. O Movimento Zapatista de Libertação Nacional, que depois de criar governos locais parou de pagar imposto ao governo central do México. E as sufragistas dos EUA que resgataram o lema da Revolução Americana (no taxation without representation) e se recusaram a pagar impostos enquanto não pudessem votar.

Dá pra chamar de representante da direita britânica o cantor George Harrison, dos Beatles, autor da música Taxman, um protesto contra as alíquotas do imposto de renda de até 95% para os ingleses mais ricos?

Mais difícil ainda é rotular como elitistas ou insensíveis às necessidades do povo os rebeldes da Revolução Farroupilha, movimento contrário ao imposto sobre o charque, o couro, o sal e a erva-mate pago pelos gaúchos à corte. Ou os pernambucanos que, no começo do século 19, tentaram se separar do Brasil por não verem retorno nos tributos que pagaram ao Rio de Janeiro. Muitos dos meus amigos de esquerda rejeitariam como um lugar-comum neoliberal e egoísta a frase “nenhuma pessoa pode ser privada da menor porção da sua propriedade sem seu consentimento”. Sem ligar para o fato de que essa frase era repetida com frequência por Frei Caneca, líder da Confederação do Equador e um dos grandes heróis pernambucanos.

O que motivou tanta gente a lutar contra impostos – e o que escapa da esquerda atual – é um desejo de autonomia, de defender o direito de serem donos do que produzem, e a certeza de que o dinheiro arrecadado pelos impostos raramente volta aos contribuintes ou é destinado aos mais pobres. Acaba bancando gastanças, sistemas ineficientes, privilégios dos amigos do rei e gordas aposentadorias de burocratas.

É uma pena que a esquerda traia sua própria tradição e defenda mais impostos no Brasil. A luta contra a apropriação do dinheiro dos cidadãos foi por muito tempo (e ainda deveria ser) uma bandeira de quem se importa com os mais pobres e oprimidos.






Por Leandro Narloch