quarta-feira, 17 de junho de 2015

Farinha do mesmo saco


Zé Dirceu disse ao Estadão, em 7 de junho, que Lula, Dilma e ele estão no mesmo saco.

Não concordo. Afinal, ele foi condenado e preso, enquanto seus companheiros de sacaria, ou sacanagem, não.

Então não é o mesmo saco de gatos.

São sacos e gatos diferentes.

Tão diferentes que Lula ganhou 4,5 milhões de reais da Camargo Corrêa, enquanto Zé Dirceu só conseguiu 840 mil e Dilma 8,5 milhões, mas não para ela, como afirma a fonte pagadora, mas para sua campanha de 2010.

Portanto, nem o saco nem a farinha são iguais. Umas valem mais do que as outras. Os sacos também são uns maiores do que os outros para caber diferentes quantidades de grana. Mas são todos sacos enormes como o nosso, que está inchado e estourando de indignação com todas estas barbaridades que assolam o país. Não são, definitivamente, farinha do mesmo saco como quer o Zé Dirceu, o consultor mais bem pago da Nação, com mestrado e doutorado em Cuba e não em Harvard, mesmo porque os egressos da famosa universidade norte-americana não conseguem faturar tanto quanto ele contra seus “clientes”. Mas os sacos e gatos em questão têm a mesma origem, são todos do PT, que vem ensacando nossa dignidade há mais de 12 anos e atirando-a no lixo da vergonha com tantos malfeitos, mesmo porque se tivessem sido bem feitos nós nem teríamos ficado sabendo.

Os PeTralhas estão perdendo a prática. Ou não estão nem aí para o noticiário e para a opinião pública, que se mobiliza, vai às ruas, mas não acontece nada. Dá para esperar alguma mudança num país onde o nome do tesoureiro João Vaccari Neto, sucessor do condenado Delúbio Soares, tem seu nome aplaudido na convenção do partido? Esta mesma convenção que, aberta por Dilma, de regresso de mais um passeio de aerolula, já que de bicliceta não dava para cobrir a distância que separa o Brasil da Bélgica, prepara um desagravo a Lula? Tancredo Neves dizia que político que precisa de manifestação de apoio já era. Mas o nosso, apesar da quentura crescente do óleo na panela, ainda está blindadinho da silva, não sabemos porque nem até quando.

Tudo indica que não será por muito tempo, pois o cerco está se fechando em torno do profeta do Semiárido pernambucano, que já não está conseguindo esconder as safadezas que fez, como esta de se transformar no palestrante mais bem pago do mundo. Eu me lembro quando, há anos atrás, participei de um grupo que trouxe Margaret Thatcher ao Brasil e que teve que comer o pão que o diabo amassou para conseguir pagar o seu cachê de 50 mil dólares. Imaginem só: 50 mil dólares para a Dama de Ferro fazer uma palestra e 200 mil dólares para o Lula abrir a boca, contar lorotas e agredir o vernáculo, ele que sempre se vangloriou de nunca ter estudado.

Agora o seu partido vem com mais essa barbaridade de colocar no seu programa a taxação das grandes fortunas. Isso é um tiro no próprio pé, pois entre as grandes fortunas estão as de próceres do PT e cumpanheiros que saquearam os cofres públicos amealhando fortunas incalculáveis, como indicam as investigações do Lava Jato. Este imposto demagógico, se passar um dia, vai atingir em cheio a família Lula da Silva, que tem dentro dela um exemplar, o Lulinha, que passou rapidinho de ajudante do zoológico para detentor de uma das maiores fortunas do país justamente no período em que seu papai foi Presidente da República.

Além dessa atitude extemporânea, que afirmam ser de esquerda, o PT ameaça que vai lutar pela volta da CPMF, imposto grotesco que foi defenestrado graças a um amplo movimento da sociedade.

Por essas e outras, as vezes eu fico pensando que, em se falando em saco, o melhor seria botar a minha viola no saco, parar de reclamar, meter o rabo entre as pernas e aguentar em silêncio mais três anos e meio de lulopetismo, que está no poder porque foi escolhido pela maioria dos eleitores. E como se diz em latim, “vox populi, vox Dei”. A eleição de 2014 foi uma clara demonstração de que Ele não é mais brasileiro, apesar das reiteradas declarações em contrário do Papa Francisco. Infelizmente, porque só Deus poderia nos tirar do atoleiro onde nos meteram.





Por Faveco (Flávio Corrêa)
Jornalista e publicitário, é presidente da Brandmotion Consultoria de Fusões e Aquisições

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