sábado, 31 de janeiro de 2015

Por que o Impeachment da Dilma não basta


Nos bastidores político-jurídicos, já se fala com seriedade do altíssimo risco de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff. Cada nova revelação escandalosa no Petrolão confirma que Dilma Rousseff não tem condições morais de continuar governando. Qualquer bebê de colo sabe que ela sabia de tudo que acontecia na Petrobras, porque presidiu o Conselho de Administração da companhia e porque emplacou e mantém na presidência sua amiga pessoal e de confiança Graça Foster.

A paciência com a Dilma já se esgotou. A gestão dela é um esgoto sem tratamento. Seu impeachment seria algo natural. O problema é que não adianta impedir a Dilma e colocar, no trono imperial do Planalto do Palhasso, um substituto que faça a mesma coisa. O Brasil precisa é mudar seu modelo de Estado. A nação terá de se reinventar. A modelagem capimunista só serve para nos manter subdesenvolvidos, na periferia do sistema globalitário. Sem reforma política, econômica e do modelo estatal continuaremos na mesma merda. País rico, povo pobre - sobretudo de espírito - e políticos corruptos eleitos pelos ignorantes.

Dilma já era! Perder o emprego é questão de pouco tempo. O segundo mandato é ingovernável. Ficará pior se o inimigo Eduardo Cunha vencer a presidência da Câmara. Cunha só perde se o governo fabricar outro "mensalão" que será facilmente rastreável por repetição de velhos métodos corruptos de compra de voto. Além disso, Dilma sofrerá o impacto negativo do caos econômico: falta de água e carência energética que prejudicam produtores rurais, indústrias e a população que pagará mais caro nas tarifas e ficará sem produtos essenciais, endividamento das famílias, juros cada vez mais altos, crédito inviável para produção e consumo, impostos subindo, enquanto a arrecadação dos governos cai, piorando os péssimos serviços oferecidos. Sem falar que tudo isto gera carestia e inflação descontrolada.

A institucionalizada corrupção nazicomunopetralha, sob desculpa cínica de uma tática necessária para a conquista, manutenção e perpetuação no poder, não destruiu apenas o valor de mercado da simbolicamente falida Petrobras. A roubalheira do Petrolão agora produz uma quebradeira sistêmica da economia, principalmente em municípios dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. O calote da Petrobras a fornecedores e prestadores de serviços, junto com o cancelamento de projetos e contratos sob suspeita de superfaturamento com as empreiteiras indiciadas na Lava Jato, já causa queda de arrecadação e produz desemprego.

Nem as poderosas relações transnacionais que tem no mercado de óleo e bancos justifica a manutenção de Maria das Graças Foster e do diretor Financeiro Almir Barbassa em seus cargos. A Associação dos Engenheiros da Petrobras aproveitou ontem a Assembleia Geral da Petrobras para lembrar que a empresa tem dois ativos importantes que lhes garantem uma boa saída do preocupante quadro em que se encontra: uma reserva de 75 bilhões de barris descobertos, comprovados e um corpo técnico altamente capacitado. O problema é que os gestores da empresa precisam ser trocados imediatamente. Mas isto não é garantia de que nada possa melhorar. Enquanto o modelo capimunista brasileiro estiver vigorando, o Estado continuará roubando recursos da sociedade, no formato de um "Leviantão" (por favor, sem trocadilho infame com o ministro da fazenda e as antas ignorantes).

A perversa combinação de desonestidade com incomPTência, tendo como ingredientes o cinismo, a mentira e o autoritarismo, alimentam o caos. É preciso mudar o modelo político e econômico. O Estado brasileiro é ladrão e perdulário. Ano passado, que foi eleitoreiro, tivemos mais um crescimento descontrolado das despesas. Só no governo central, as despesas cresceram 12,8%. O valor corresponde a duas vezes o crescimento do pibinho nominal. Só as despesas de custeio e capital subiram 18,1%. As receitas líquidas, descontadas as transferências, cresceram apenas 2,3%. É o que mostra um estudo de Thiago Custódio Biscuola e Everton Carneiro, da RC Consultores, de São Paulo.

Aumentar ainda mais a já absurda carga tributária é a "solução" criminosa encontrada pelo Estado capimunista Hobin Hood (que tira de todos via terrorismo fiscal e faz demagogia com as bolsas de compensação de renda para angariar votos dos carentes e miseráveis de espírito cívico). O desgoverno só sabe aumentar receitas extorquindo os cidadãos e empresas que produzem. Não existe uma transparente política de contenção de desperdícios. A máquina arrecadadora é caríssima. A máquina pública é gastadora, sem qualidade. Por isso, investimentos essenciais em infraestrutura não acontecem no tempo certo. E, quando são feitos, obedecem ao esquema de corrupção, com superfaturamentos para lavagem de dinheiro e financiamentos ilegais de políticos e suas campanhas, em troca de favores espúrios.

O modelo é maravilhoso para os bancos e especuladores. Por isso, subir os juros é sempre uma "solução" maravilhosa para eles. Só em 2014 o desgoverno brasileiro pagou R$ 311,4 bilhões em juros. O absurdo correspondeu a 6,1% do pibinho. O pagamento, no entanto, gerou um déficit nominal de 6,7% do mesmo Produto Interno Bruto. A dívida bruta brasileira atingiu absurdos 63,4% do PIB. Nada menos que R$ 3,2 trilhões. E, com os juros subindo, vai aumentar. Resumindo o estudo da RC Consultores, as despesas crescem em meio à economia estagnada.

Os brasileiros começam a se manifestar contra pagar esta conta bilionária (ou trilionária) de incompetência e corrupção legada pelo autoritarismo da máquina estatal capimunista. Por tudo isto, o impedimento de Dilma é questão de pouquíssimo tempo.






Por Jorge Serrão

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