Em discurso de posse, a presidente fez afirmações contraditórias sobre política e economia que exigem quase uma "tradução"
Dilma Rousseff acena para a multidão depois de ser empossada para seu segundo mandato de quatro anos, em Brasília - 01/01/2015 (Sergio Moraes/Reuters)
PETROLÃO
O que Dilma disse: “Temos muitos motivos para preservar e defender a Petrobras de predadores internos e de seus inimigos externos. Por isso, vamos apurar com rigor tudo de errado que foi feito e fortalecê-la cada vez mais. Vamos, principalmente, criar mecanismos que evitem que fatos como estes possam voltar a ocorrer“.O que ficou mal explicado: Os predadores presos pela Polícia Federal foram nomeados para os cargos por indicações de partidos e políticos aliados do seu governo, especialmente PP, PMDB e PT.
EDUCAÇÃO
O que Dilma disse: “Gostaria de anunciar agora o novo lema do meu governo. Ele é simples, é direto e é mobilizador. Reflete com clareza qual será a nossa grande prioridade e sinaliza para qual setor deve convergir o esforço de todas as áreas do governo. Nosso lema será: Brasil, pátria educadora!”O que ficou mal explicado: A presidente escolhe como área prioritária um ministério que tirou do controle do seu partido para usar como moeda de troca eleitoral ao ex-governador do Ceará Cid Gomes, do Pros.
O que Dilma disse: “Em 2016, os olhos do mundo estarão mais uma vez voltados para o Brasil, com a realização das Olimpíadas. Temos certeza que mais uma vez, como aconteceu na Copa, vamos mostrar a capacidade de organização do Brasil”.
O que ficou mal explicado: Se a organização dos Jogos é tão importante por que ela entregou o Ministério do Esporte ao PRB, especificamente a um ex-deputado flagrado com malas de dinheiro em um aeroporto?
O que Dilma disse: “Vamos lançar o 3º PAC, o 3º Programa de Aceleração do Crescimento e o segundo Programa de Investimento em Logística. Assim, a partir de 2015 iniciaremos a implantação de uma nova carteira de investimento em logística, energia, infraestrutura social e urbana, combinando investimento público e, sobretudo, parcerias privadas”.
O que ficou mal explicado: Até hoje, obras das duas edições do PAC não foram concluídas – algumas sequer saíram do papel.
O que Dilma disse: “Uma reforma profunda que é responsabilidade constitucional desta Casa, mas que deve mobilizar toda a sociedade na busca de novos métodos e novos caminhos para nossa vida democrática. Reforma política que estimule o povo brasileiro a retomar seu gosto e sua admiração pela política”.
O que ficou mal explicado: a reforma política é uma velha pretensão do PT, que vê no avanço do projeto uma janela para tentar aprovar o financiamento público de campanha – que, na prática, beneficiaria o partido com a maior fatia de recursos do fundo partidário, ou seja, ele próprio.
Fonte: Veja
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