segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Islã moderado

A famosa e clássica crônica de Daniel Greenfield sobre como políticos esquerdistas inventaram o “Islã moderado” para fazer os eleitores aceitarem a importação


Estive procurando pelo Islã moderado desde o 11 de setembro e, assim como a meia perdida no secador, estava no último lugar onde eu esperava que estivesse.

Não há Islã moderado nas mesquitas ou em Mecca. Você não vai encontrá-lo no Corão ou nos Hadiths. Se você quer encontrar Islã moderado, faça uma varredura nos editoriais dos jornais após um ataque terrorista ou faça um curso de Religião Islâmica administrado por um sociólogo unitarista trajando joias nativas falsas.

Você não poderá encontrar o Islã moderado na Arábia Saudita ou no Irã, mas poderá encontrá-lo em inúmeros especiais de noticiário na rede, artigos e livros sobre as duas pátrias das respectivas ramificações do Islã.

Você não encontrará a fabulosa terra dos muçulmanos moderados no Leste. Você nem vai encontrá-la no Oeste. Como todos os mitos, ela existe na imaginação daqueles que contam as histórias. Você não encontrará um Islã moderado no Corão, mas vai encontrá-lo em inúmeros livros ocidentais sobre o Islã.

Islã moderado não é no que a maioria dos muçulmanos acredita. É o que a maioria dos liberais acredita que os muçulmanos acreditam.

A nova teologia multicultural do Ocidente é Islã moderado. Islã moderado é a religião perfeita para uma era secular, pois ele nem é uma religião.

Tome o Islã, vire-o ao avesso e você terá Islã moderado. Tome um muçulmano que não tenha estado dentro de uma mesquita há um ano, que seja capaz de recitar toda a escalação do Flamengo, mas não consegue citar os companheiros de Maomé, e aí você tem um muçulmano moderado. Ou mais precisamente, um muçulmano secular.

Uma geração de líderes ocidentais de outrora procurou a afirmação de seus destinos nacionais no Divino. Esta geração de líderes ocidentais procura a afirmação dos seus liberalismos seculares no Islã moderado.

Mesmo que eles tenham que inventá-lo.

Sem um Islã moderado, os projetos socialistas da Europa, que dependem fortemente de imigração, colapsam. A Guerra ao Terror da América se torna a inevitável tarefa estafante sem fim que o surgimento do ISIS mais uma vez revelou ser. Multiculturalismo, pós-nacionalismo e Culpa Terceiro-mundista, todos colapsam.

Sem muçulmanos moderados, volta o nacionalismo, fecham-se as fronteiras e vence a Direita. É isso que eles temem.

Se não há Islã moderado, não há Maomé moderado, não há Alá moderado, então o Reino Socialista dos Céus sobre a Terra tem que ir para a lata do lixo. As grandes coalizões nas quais ativistas LGBT e islamistas gritam contra judeus por Gaza não são o futuro; eles são a República de Weimar em marcha.
Flashback sobre um Obama desgastado em seu paletó castanho, dizendo que ele não tinha uma estratégia para o ISIS. O plano original era capturar Osama vivo, dar lhe um julgamento civil, costurar um acordo com o Talibã moderado e anunciar o fim da Guerra ao Terror, antes das eleições parlamentares.

E não se fala mais nisso.

Islã moderado l.é uma fé difícil.  Para acreditar nele, você precisa desconsiderar mil anos de História registrada, Teologia, Demografia e praticamente tudo que precede 1965. Você precisa ignorar os homens barbados cortando fora cabeças porque elas não representam a maioria dos muçulmanos.

Da mesma forma a Maomé, que teve sua generosa cota de decapitações. O Islã real é um tópico sobre qual não-muçulmanos de fé nenhuma, que só têm por sacras as platitudes de uma sociedade pós-qualquer-coisa, anseiam palestrar, sem conhecer nada a respeito.

Seu Islã não é a religião de Maomé, do Corão, dos Hadiths, dos califas ou de seus praticantes em lugares como a Arábia Saudita, Paquistão, Irã ou Indonésia. Seu Islã é uma religião que não existe, mas eles acreditam fervorosamente que deve existir, porque sem ele seu modo de vida fica condenado ao vazio existencial.

Eles não são muçulmanos. Eles não acreditam em Alá ou no Corão. Em vez disso, eles acreditam na bondade de um Islã que exista sem o recurso das escrituras, teologia ou divindade. Isso pode parecer estranho para crentes de verdade, mas afinal de contas seus próprios restos esfarrapados de Cristianismo e Judaísmo não se importam em prestar muita atenção a divindades e escrituras, exceto quando se trata de minguadas referências sobre tolerância.

Admira então que eles tratem o Islã da mesma forma?

Os verdadeiros muçulmanos moderados são liberais seculares de persuasão cristã e judaica frouxas, que inventaram e acreditam num Islã moderado, que não existe fora de suas próprias cabeças. Esse Islã secular, que valoriza toda vida, dedica-se à justiça social e à tolerância universal, é o contraponto de suas próprias religiões bastardas. E eles têm medo de mais de acordar e perceber que ele não existe.

Quando líderes americanos e europeus insistem que o Islã não tem nada a ver com a última atrocidade islâmica, eles não se referem a uma religião praticada por muçulmanos, mas a uma religião imaginária que eles imaginam que muçulmanos devem praticar, porque a alternativa é o fim de tudo no que eles acreditam.

Seu Islã moderado é superficial nos detalhes, além de se posicionar pela Justiça Social, combater o Aquecimento Global e apoiar o direito dos gays, porque isto é na verdade multiculturalismo vestido com uma barba falsa. Quando um líder ocidental alega que o mais recente bando de terroristas islâmicos não fala pelo Islã, ele não está defendendo os muçulmanos, ele está defendendo o multiculturalismo. Ele assume que muçulmanos acreditam em multiculturalismo, porque ele próprio acredita.

Islã moderado é tão somente multiculturalismo pronunciado errado. Sua existência é um artigo de fé fundamental para aqueles que acreditam em multiculturalismo.

Dissuadir um crente em muçulmanos moderados de sua fé inventada por citar a longa trilha de cadáveres ou os odiosos Hadiths que clamam por assassinato em massa é fútil, porque essas não são as raízes de sua religião. Ele não sabe o que é um Hadith e nem quer saber. Como um homem de justiça social de boa postura, ele atribui o histórico da trilha de violência do Islã ao colonialismo europeu e à opressão.

Ele nunca leu o Corão. Ele leu mil artigos sobre como os muçulmanos são oprimidos no aeroporto, em Gaza, em Burma e nos desenhos de Bugs Bunny. Eles são seus nobres selvagens e ele não aceitará ouvir uma palavra contra eles. Tendo colonizado suas identidades em sua imaginação (apesar da já desgastada cópia do Orientalismo de Edward Said que ele guarda na sua mesa de cabeceira), ele os trata como reflexos do seu ego.

Quando você diz que muçulmanos moderados não existem, você está chamando-o de uma pessoa má. Quando você desafia o Islã, você está atacando o multiculturalismo e ele te chamará de racista, independentemente do fato de que o Islã é tão raça como a são o comunismo, o nazismo ou o fã-clube do Mickey Mouse.

O muçulmano moderado é uma invenção do acadêmico liberal, do teólogo secular, do político insípido e seu primo idiota estridente, do ativista político. Assim como o dinheiro do orçamento que sustenta seus planos e a evidência científica do Aquecimento Global, ele não existe.

E nem é necessário que ele exista. Só é necessário que tenhamos fé em sua existência.

Os descendentes esquerdistas degradados de cristãos e judeus esperam por um Messias muçulmano moderado, que reconciliará as impossibilidades de sua sociedade multicultural, sanando os conflitos entre o Islã e o Ocidente. Até encontrá-lo, eles devem acreditar, não numa divindade, mas no muçulmano moderado.






Este artigo foi publicado primeiramente no blog Sultan Knish de Daniel Greenfield.




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