Convocar os companheiros “às armas” pode ser um anacronismo, uma provocação ou uma bobagem. Contra quem o PT fará pontaria, dias depois de a presidente Dilma, reeleita, haver proposto um entendimento nacional? Abrir a temporada de caça aos tucanos depois deles terem sido derrotados nas urnas? Confinar o PMDB a campos de concentração ou submeter a imprensa a controles ditatoriais?
Espetáculo mais ridículo não poderia ser encenado pela militância petista empenhada em transmitir às suas bases mensagens de conflitos e confrontos, quando a hora seria de harmonia. Afinal, querem a revolução para que? Chegar ao poder não dá, porque já se encontram nele, refestelados. Esmagar a oposição também seria, além de missão impossível, um risco dos diabos.
Frustram-se quantos acreditaram que o PT seria diferente. Muitos já saltaram de banda, a começar pelos intelectuais, depois a Igreja, em seguida a juventude. Sobraram, com as exceções de sempre, as alas e grupos agora flagrados sem ter o que fazer.
Seria sonho de noite de verão imaginar o PT desenvolvendo campanha pela duplicação do salário mínimo, medida mais do que certa para diminuir o fosso entre pobres e ricos. Como também assistir o partido mobilizando-se para promover a reforma agrária que seus dirigentes insistem em varrer para dentro do tapete. Que tal o PT sair às ruas para exigir o combate à corrupção? Disporiam os seguidores do Lula de algum plano para recuperar a economia ou promover a recuperação das rodovias, ferrovias, portos e aeroportos do pais?
Quando no governo, os partidos existem para realizar projetos e atender as necessidades da população. Jamais para sair dando tiros na paciência alheia e intranqüilizando todo mundo. O PT lembra os Cavaleiros de Granada de que conta Shakespeare, aquele grupo que “alta madrugada, brandindo laça e espada, saíram em louca disparada: para que? Para nada…”
Por Carlos chagas

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