terça-feira, 18 de novembro de 2014

Recordar é viver: pronunciamento de Collor na véspera do impeachment


Direto do túnel do tempo, esse pronunciamento do ex-presidente Collor, aliado atual de Dilma, pouco antes do impeachment que sofreu, merece ser visto na íntegra. Nele consta a vitimização típica dos políticos pegos com a boca na botija.

E outra coisa que chama a atenção: Collor caiu por acusações que hoje parecem brincadeira perto dos escândalos do governo Dilma. É como comparar o roubo de uma galinha com a máfia italiana. A venda de um apartamento? Obras na “Casa da Dinda”? Um carro? Agora falamos em bilhões desviados da maior estatal do país como se fossem troco. O PT banalizou a corrupção no Brasil. Vejam:


A palavra impeachment, acredito, assombrará o governo Dilma por algum tempo. Ainda é cedo, pois as investigações precisam evoluir e deixar claro até que ponto houve envolvimento da própria presidente ou sua campanha se beneficiou do esquema montado para desvio de recursos da estatal. Como diz Merval Pereira em sua coluna, porém, falar em impeachment pode ser precipitado, mas não é golpismo:

As manifestações a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, sejam nas ruas, sejam de políticos oposicionistas ou de meios de comunicação, podem ser precipitadas, inconvenientes politicamente, mas nunca golpistas, como defensores do governo as rotulam na expectativa de reduzir o seu ímpeto. Nada tem a ver, pois, com pedidos de intervenção militar, esses sim vindos de uma minoria golpista.

A razão da demanda existe pelo menos em tese, seria a indicação, feita pelo doleiro Alberto Yousseff, de que a campanha de 2010 foi financiada por dinheiro do petrolão. E ainda está para ser aprovada a prestação de contas da campanha deste ano, que até segunda ordem será analisada no TSE pelo ministro Gilmar Mendes.

Ou ainda um crime de responsabilidade por não ter a presidente impedido o uso da Petrobras para financiamentos de sua base política, ou ter compactuado com esse esquema, durante o período em que foi a principal responsável pela área de energia.


Um leitor preparou a seguinte sequência de capas da revista Veja:


Para o bem de nossa democracia, espera-se que as instituições funcionem de forma independente contra a impunidade. Aqueles que falam em golpismo e não desejam investigações jogam contra o Brasil, mostram-se coniventes com a quadrilha instalada dentro do governo, são cúmplices. Mesmo que fosse verdade que o PT fez muito pelo social, o que não é, isso jamais justificaria fechar os olhos para os escândalos de corrupção. O país avança quando corruptos vão presos.

Se ficar comprovado o envolvimento, direto ou indireto, da própria presidente no Petrolão, então o impeachement poderá se tornar realidade sim. E não custa lembrar de como os petistas defenderam essa medida quando era Collor o alvo. Inclusive o ex-presidente Lula…




Por Rodrigo Constantino

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