terça-feira, 25 de novembro de 2014

Com arrecadação em queda, ajuste se impõe



Fugir de um ajuste fiscal ficou mais difícil com a arrecadação caindo, como aconteceu em outubro. Foram recolhidos R$ 106,2 bi, queda real de 1,33% em relação ao mesmo mês de 2013. Nos meses anteriores, o resultado vinha sempre próximo de zero. De janeiro a outubro, a arrecadação alcançou R$ 968 bi, aumento real de 0,45% na comparação com igual período do ano passado. Os gastos — como os R$ 84,4 bilhões com desonerações no ano — sobem mais rápido do que isso e não estão fazendo a economia crescer.

— A recuperação da arrecadação acontece com a retomada econômica. Como ela não vai ser rápida, os ajustes se impõem —, resume Felipe Salto, da Tendências Consultoria.

O especialista explica que a situação está tão deteriorada que um ajuste fiscal com corte gastos e aumento de impostos teria que ser feito de forma sofisticada, num horizonte de anos. É preciso que o projeto para resolver o problema seja apresentado de maneira clara por alguém com credibilidade. Essa pessoa poderia ser o ministro da Fazenda do segundo mandato, mas o tempo está sendo perdido com a vaga oficialmente aberta.

O desafio de melhorar a situação fiscal fica muito mais difícil quando o país não cresce. Salto acha que um superávit primário em torno de 2% para 2015 não deverá nem ser buscado, sob o risco de condenar o país a uma recessão. Isso atrasaria o processo, que já está lento demais.



Por Marcelo Loureuro

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