Jornal britânico diz que Marina poderá ter um "grande apelo" para o eleitor insatisfeito
A ex-senadora Marina Silva poderá liderar o voto de "todos contra a presidente Dilma Rousseff" em um eventual segundo turno da eleição presidencial, disse o jornal britânico Financial Times em editorial do dia 18.
Marina ainda não foi confirmada como candidata do PSB à Presidência. Mas já teria aceitado participar da disputa, segundo o coordenador da Rede Sustentabilidade, Bazileu Margarido. Um anúncio oficial deverá ser feito nos próximos dias.
Se for, assumirá a chapa do partido, antes liderada pelo ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo na quarta-feira (13).
Ex-ministra do Meio Ambiente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marina disputou a Presidência em 2010 pelo Partido Verde (PV) e alcançou cerca de 20 milhões de votos. Evangélica, ela é altamente popular entre este segmento de eleitores.
"A popularidade de Marina diminui a esperança de Dilma de conquistar a eleição (no primeiro turno)", diz o jornal. "No segundo turno, Marina poderá, então, liderar um voto de 'todos contra Dilma'", avaliou o jornal britânico.
"Se Marina concorrer, a bandeira de 'renovação política' e de 'terceira via' terá um grande apelo em um país marcado pela insatisfação com o status quo, como os grandes protestos de rua do ano passado mostraram", disse o editorial.
Fiel da balança
Segundo o jornal britânico, "a morte trágica de Campos tornou a eleição em uma corrida de três cavalos" ao alçar Marina como potencial kingmaker, termo em inglês que se refere à pessoa que escolhe o próximo rei. Neste caso, o jornal diz que, caso Marina concorra, ela pode ser decisiva para definir o vencedor, ou "ser uma candidata bem sucedida em seu próprio mérito".
Para o texto, uma candidatura de Marina ameaça não só o desempenho de Dilma, mas também o de Aécio, que "agora terá que realizar campanha em duas frentes".
Pesquisa Datafolha divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo nesta segunda-feira (18) apontou Marina com 21% das intenções de voto, em empate técnico no segundo lugar com o ex-senador Aécio Neves (PSDB), com 20%. Dilma lidera, com 36%.
Este foi o primeiro levantamento realizado após a morte de Campos, que aparecia em um distante terceiro lugar em pesquisas anteriores.
Fonte: R7
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