sábado, 16 de agosto de 2014

Ter opinião se tornou uma coisa perigosa



Ter opinião no Brasil se tornou uma coisa perigosa! Mesmo quando se trata de opinião baseada em dados, números e evidências.

O Banco Central dos Estados Unidos aponta falhas nas nossas finanças... E lá vêm senadores do PT decretar que o BC americano é "incompetente".

O FMI adverte que a economia brasileira está "vulnerável"... E lá vem o ministro Mantega tentar desqualificar o relatório, alegando que ele foi escrito por "não sei quem".

A analista de um banco alerta clientes sobre o risco de uma "deterioração econômica"... E lá vem o ex-presidente Lula jogar toda a sua força e fúria contra a moça, exigindo a demissão de uma pessoa que só estava fazendo o seu trabalho.

O Índice de Desenvolvimento Humano (o IDH) aponta o Brasil na posição 79 num ranking de 187 países... E lá vem o governo contestar a ONU, jurando que a colocação certa seria 67 - como se isso ainda não fosse muito ruim e ainda não fosse um indicador da nossa demência e decadência.

Jornalistas produzem reportagens que não agradam os gabinetes oficiais... E lá vem um "maluquinho" do Palácio do Planalto reescrever a biografia de dois deles, tentando promover o que já ficou conhecido por aí como "assassinato de reputações".

O fato é que não são casos de desequilíbrio emocional ou destempero individual: essa é uma gestão que realmente não sabe lidar com críticas, nem reconhecer erros e muito menos enfrentar ou solucionar problemas.

Quando o Estado vira sanatório geral e ataca cidadãos só por não concordar com o que eles fazem, pensam ou dizem... há perigo na esquina.

Por isso eu digo que ter opinião no Brasil se tornou uma coisa perigosa!

Mas, dependendo de quem são os carrascos, vale a pena arriscar o pescoço.


Alex Campos
JB - Jornalista

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