DILMA ROUSSEFF (PT)
O lavrador aposentado Ângelo Rodrigues vive com a mulher em Demerval Lobão, no interior do Piauí. Segundo ele, eleitor de Dilma, a construção de casas e as obras de infraestrutura aumentaram a oferta de empregos e incrementaram a renda no município.
— A qualidade de vida melhorou muito porque hoje tem serviço. Antes, os trabalhadores tinham que abandonar a família e ir para São Paulo — diz.
O metalúrgico Edmílson de Sousa, que mora na mesma cidade, é outro entusiasta das gestões petistas.
— Ter um trabalho que garanta o sustento da família é muito importante. A gente não tinha isso nos governos anteriores — critica.
Em Lagoa do Piauí, o comerciante Claudemir Lima está reticente, mas diz que vai votar em Dilma por “falta de uma alternativa melhor”:
— Em uma cidade pequena como a nossa, todos têm moto ou carro. Os banco deram mais crédito para os pobres.
Já a diarista Margareth Barbosa, moradora de Duque de Caxias, região metropolitana do Rio, diz que vai votar em Dilma porque a vida de sua família melhorou nos últimos anos.
— Consegui comprar televisão, sofá e geladeira. Meu marido arrumou emprego e meu filho também está trabalhando — conta.
Para o cientista político Ricardo Ismael, da PUC-Rio, as ações que propiciaram transferência de renda são fatores que explicam a força de Dilma nas regiões Norte e Nordeste e nas parcelas menos escolarizadas e com renda mais baixa.
— São eleitores bastante influenciados pelo Bolsa Família e pelo aumento do salário mínimo — explica.
AÉCIO NEVES (PSDB)
O eleitorado de Aécio Neves (PSDB) é predominantemente masculino, com renda familiar mensal acima de dez salários mínimos e ensino superior completo. Entre os eleitores do ex-governador de Minas Gerais, sobram críticas aos episódios de corrupção, como o mensalão, ao inchaço da máquina do Estado e à longa permanência do PT no governo federal.
— É um partido que ocupa todos os cargos. A continuidade deste modelo é um perigo — opina o professor universitário Luiz Pio Borges.
O empresário Antônio Carlos de Almeida defende a eleição de Aécio para a “preservação das instituições democráticas”.
— Não sou contra o PT, mas há um desastre administrativo neste governo.
O empresário João Júlio Caesar faz coro:
— É preciso acabar com esses cabides de emprego e ter uma administração enxuta, como nos anos 90. Sou a favor da meritocracia, e esse aparelhamento me incomoda demais — ressalta.
Para o aposentado Armando Baptista, a eleição de Aécio é necessária para corrigir os rumos da economia.
— Ele vai incentivar a
produção e investir no que realmente gera riqueza e trabalho.
Segundo o cientista politico Antônio Testa, da UNB, Aécio angaria apoio nestas parcelas do eleitorado por se colocar objetivamente em oposição à Dilma. Já o cientista político Carlos Pereira, da FGV, acredita em um potencial de crescimento.
— Ele pode conquistar o voto feminino, estrato em que ele tem um índice baixo de apoio — avalia Pereira, que prevê uma eleição muito competitiva.
MARINA SILVA (PSB)
A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, alcança seus melhores índices entre os eleitores mais jovens e nos centros urbanos das regiões Sudeste e Centro-Oeste.
Aos 17 anos, a estudante Maria Luisa Azevedo, moradora do Rio, diz que o “discurso de Dilma não convence” e acha que Aécio Neves pode privatizar empresas públicas, prática com a qual ela não concorda. Maria Luisa se interessou pelas propostas de Eduardo Campos, morto em um acidente de avião, e vai levar o voto para Marina.
— O Brasil e o mundo precisam de alguém que fale em sustentabilidade — define.
O universitário Pablo Alves, de 21 anos, votou na ex-senadora em 2010 e pretende repetir a escolha.
— Ela fala da ética da questão ambiental. Acho o governo da Dilma muito assistencialista — diz ele, morador do Rio.
A jornalista Debora Baez também destaca a firmeza da candidata do PSB quando o assunto é sustentabilidade.
— Ela saiu do PT e do PV por não concordar com a falta de clareza no discurso ambiental.
Já a universitária Gabriela Barbosa, que mora em São Paulo, acredita que Marina representa a “verdadeira mudança na política”.
— Ela rompeu com o PT porque discordava das práticas adotadas — diz, sobre saída de Marina do partido.
Segundo o cientista político Antônio Testa, da UNB, o discurso sobre meio ambiente tem uma boa aceitação na juventude urbana.
— A Marina se comunica bem quando cita essa nova visão de mundo, comprometida com a economia verde — avalia.
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