“Saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e acessórias que visem a redução do risco de doenças e de outros agravos e a acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, prestação e recuperação.” É o que preceitua a Constituição Federal no seu Artigo 196.
É isso que vemos no dia a dia da vida brasileira? Claro que não.
A saúde pública em nosso país vive uma situação que podemos chamar de caótica. A população brasileira sofre com a falta de atendimento médico adequado e com a crescente privatização do sistema de saúde. É de baixíssima qualidade a saúde pública oferecida. Longas filas para atendimento ambulatorial e hospitalar, desvio de materiais, unidades de assistência médica superlotadas, administradores negligentes em parceria com governantes corruptos, esse é o retrato da saúde pública brasileira. Crianças e idosos morrendo em corredores de hospitais públicos, sem atendimento e medicamentos, são motivos de vergonha nacional.
O Sistema Único de Saúde – SUS que tem como conceito básico a universalização do atendimento à saúde surgiu com a Constituição de 1988. A idéia era atingir ampla e irrestritamente a todos os cidadãos, independente de classe social, com financiamento público. Ao sistema privado caberia a ação suplementar.
O real, na verdade, está bem longe do ideal. O SUS atende quase que exclusivamente as pessoas mais pobres, aquelas que não possuem nenhum plano privado, geralmente desempregadas ou vivendo de sub-empregos e aposentadas.
O Brasil gasta 280 dólares anuais por pessoa em saúde, valor que se coloca acima da média registrada na América Latina, mas não chega à metade da média mundial. Mesmo assim, esse dinheiro, em sua grande parte, fica no caminho, perdido nos sucessivos escândalos de corrupção, na falta de mão de obra qualificada e na ausência de fiscalização.
O maior problema está na omissão dos usuários do sistema. Não há reação. A sociedade organizada, politizada e consciente dos seus direitos de cidadania, busca cada vez mais os hospitais privados e planos de saúde, enquanto que a faixa pobre da população se sente incapaz de reivindicar um atendimento com mais dignidade e respeito nos hospitais e postos de saúde públicos deste país.
A eficiência dos serviços de saúde é um dever da gestão pública, a quem deve ser imputada a responsabilidade de proteger e prevenir os problemas que possam atingir a coletividade.
Até quando continuaremos sendo cúmplices desse tratamento desigual na assistência de saúde nosso povo? Assistindo impassíveis a desumana condição a que está relegada boa parte do nossos conterrâneos que necessita do amparo governamental.
Fonte: WSCOM
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