sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Economia em apuros: clima econômico é o pior desde 1991



Dilma perdida, cenário ainda pode piorar bastante. O Indicador de Clima Econômico (ICE) brasileiro atingiu em julho o menor nível desde janeiro de 1991, aos 55 pontos, informou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A perspectiva cada vez menor para o crescimento da economia do País este ano foi o que mais pesou para o resultado.

O índice é medido no âmbito da Sondagem da América Latina, realizada pela FGV em parceria com o instituto alemão Ifo. Na região, a percepção sobre o ambiente de negócios também piorou, mas em menor medida. No conjunto de países latinos, o ICE caiu 7% em relação abril, para 84 pontos.

No caso do Brasil, o recuo foi de 22,5%, também em comparação a abril. A pesquisa é apurada a cada três meses, junto a analistas do mercado financeiro e alguns agentes de bancos centrais, sem ligação política ou partidária.

Segundo a economista Lia Valls, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, o resultado foi influenciado pela percepção sobre o momento atual e pelas expectativas. “O que pode realmente ter influenciado muito foi a perspectiva de menor crescimento econômico. Isso é algo que pesa”, disse.

“Temos a informação do mercado. A cada semana que sai, (a expectativa para) o PIB (Produto Interno Bruto) é revisado para baixo. Há perspectiva de que a balança comercial vai piorar, a inflação está elevada”, disse.

Na segunda-feira, o grupo formado por profissionais de cerca de 100 instituições financeiras consultados pelo Banco Central (BC) reviu para baixo a estimativa de crescimento neste ano pela 11.ª vez consecutiva. O Boletim Focus, relatório divulgado semanalmente, mostrou que o PIB deve ter expansão de apenas 0,81% em 2014.


A piora do ICE brasileiro ocorre principalmente por fatores domésticos, ressaltou Lia. “Houve aumento muito grande no peso que se dá aos problemas que o Brasil tem, como inflação, falta de confiança no governo, problemas que antes não eram apontados como tão complicados para o País. Antes, era o problema da falta de competitividade”, citou.










Fonte: Novas do Dia

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